O Comit� de Monitoramento do Setor El�trico (CMSE), liderado pelo Minist�rio de Minas e Energia, recomendou a ado��o de manobras para manter vaz�o m�nima, como forma de guardar �gua para atender � demanda de energia nos pr�ximos meses, com previs�o de poucas chuvas. Na Usina Hidrel�trica de Porto Primavera, em Rosana (SP), a redu��o de vaz�o j� causou a forma��o de ilhas no leito do Rio Paran�, o comprometimento na qualidade da �gua e a morte de peixes, segundo relat�rio t�cnico da Companhia Energ�tica de S�o Paulo (Cesp). A queda no n�vel do rio levou � mobiliza��o de equipes embarcadas para salvamento dos cardumes. No dia 8 de julho, foram mobilizadas 16 equipes com um barqueiro, um auxiliar e um bi�logo especialista em ecologia aqu�tica.
Os peixes resgatados, entre eles dourados, que figuram na lista de esp�cies amea�adas, foram soltos em �reas do rio com maior volume de �gua. Foram identificados tr�s trechos cr�ticos, com risco de interrup��o no fluxo de �gua. As opera��es resultaram na coleta de 1.740 peixes mortos de 11 esp�cies nativas e ex�ticas, entre elas peixes amaz�nicos, como o pacu e o tucunar�. As equipes registraram sucessivos aumentos na mortandade em dias subsequentes, al�m de queda na qualidade da �gua.
Em uma �nica coleta, os peixes mortos totalizaram 407 quilos. Desde 26 de junho, a vaz�o estava estabilizada em 2,9 mil m� por segundo. "Face aos cen�rios de extensas �reas rasas e de alta vulnerabilidade de serem dessecadas em eventual redu��o do n�vel, � prudente que n�o se promova redu��es adicionais na vaz�o. Uma nova redu��o deixaria as �reas cr�ticas mais rasas, potencializando o risco e a magnitude de novos eventos de mortes", diz o relat�rio, assinado por oito t�cnicos, entre bi�logos e engenheiros de pesca e consultores.
Vistorias a p�, com uso de drone e de helic�ptero, permitiram identificar um trecho de 14 quil�metros do Rio Paran� que poderia ficar totalmente isolado, em caso de nova redu��o de vaz�o. J� uma �rea de 60 hectares ao longo de uma ilha do lado sul-mato-grossense estava em risco de desconex�o por baixa vaz�o, "com riscos iminentes de aprisionamento de peixes em quantidades consider�veis e a��es de pescadores, por ser uma �rea de deslocamento de embarca��es".
Navega��o
A estiagem ainda afeta a navega��o e a pesca em rios que irrigam o Pantanal, um dos mais relevantes biomas brasileiros. Em C�ceres (MT), nesta segunda-feira, o n�vel era 54 cm, mais baixo que os 85 cm do mesmo per�odo do ano passado e muito inferior � m�dia hist�rica, de 174 cm. O abastecimento da cidade ainda n�o foi afetado, mas a autarquia �guas do Pantanal j� contrata caminh�es-pipa para fazer frente ao risco de desabastecimento. Em Lad�rio (MS), o n�vel era de 84 cm, ante m�dia hist�ria de 415 e, em Porto Murtinho (MS), de 203 para m�dia de 532.
Embora a maioria das hidrel�tricas instaladas nos rios que irrigam o Pantanal seja do tipo fio de �gua, que n�o fazem reten��o de volume, o n�vel baixo no reservat�rio da Usina Hidrel�trica do Manso, na Chapada dos Guimar�es (MT), afeta diretamente o bioma pantaneiro. A barragem est� em afluente do Rio Cuiab� que, por sua vez, des�gua no Paraguai. "Como o n�vel do Rio Paraguai em C�ceres, no Alto Pantanal, est� inferior ao n�vel do rio em Lad�rio, no Baixo Pantanal, n�o est� vindo �gua do Mato Grosso", disse o secret�rio de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econ�mico de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck.
No dia 6 de julho, ao menos 40 toneladas de peixe morreram em tanques com redes instalados no reservat�rio da usina do Manso. Com a crise h�drica, o lago estava com pouca �gua e a usina operava com apenas 25% de sua capacidade. Houve registros de mortandade menor nos dias seguintes. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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