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Estado de Minas MATO GROSSO

Ind�gena transexual vira cacique de aldeia: 'Sempre fui respeitada'

Aos 30 anos, Majur Traytowu assumiu fun��o no lugar do pai, que teve que se afastar por motivo de sa�de


18/08/2021 09:12

(foto: arquivo pessoal )
(foto: arquivo pessoal )
Aos 30 anos, Majur Traytowu assumiu um grande desafio dentro da aldeia Aldeia Apido Paru da Terra Ind�gena Tadarimana, em Rondon�polis, a 218 km de Cuiab�, no Mato Grosso. Agora ela � cacique. A posi��o foi assumida depois que seu pai teve que se afastar da fun��o para cuidar da sa�de, h� cerca de um m�s. Al�m de ser a mais nova entre 19 irm�os, Majur � transexual. Mas nenhum dos dois pontos foi impedimento para que ela assumisse a fun��o. O cacique � o chefe pol�tico da aldeia.

Os caciques s�o escolhidos por vota��o, mas Majur assumiu sem elei��o ap�s o afastamento do pai e todos os ind�genas concordaram com a decis�o. � reportagem, ela conta que ser cacique nunca foi uma ambi��o dela, mas que naturalmente ela teve que assumir muitas fun��es na aldeia e isso a preparou para assumir o cargo.

Em 2017, passou no curso de fisioterapia e de antropologia e tamb�m no processo seletivo para ser agende de sa�de ind�gena. Ela resolveu ficar na comunidade e assumir a vaga. "Sempre deixei claro para as pessoas e para a minha fam�lia que nunca quis liderar uma comunidade, s� que devido a minha fam�lia abrir a Aldeia Apido Paru e tamb�m de ter muito contato com a organiza��o e de ser bem ativa dentro da aldeia e tamb�m por estar no cargo de Agente Ind�gena de Sa�de,  eu tive que me aprofundar mais como lideran�a e assim me tornar a cacique. S� que deixando claro que nunca quis ter uma responsabilidade maior como agora", explicou.

Apesar da grande responsabilidade, ela n�o se intimida. "Ent�o, eu fui bem preparada desde pequena at� chegar nesse cargo onde estou. Para mim n�o est� sendo dif�cil, amo desafio", afirma. 

A transexualidade

Majur se descobriu transexual aos 12 anos e ela lembra que h� relatos de outros ind�genas que n�o se identificam com o sexo que nasceram. "Pra mim � uma coisa que j� existiu, segundo a informa��o que a minha m�e me contou", relata. "Desde pequena j� me via que eu era totalmente diferente das outras pessoas. E os anos foram se passando e eu me preparando at� hoje", completa.

Em 2018, a ind�gena protagonizou o document�rio Majur, do diretor Rafael Irineu. No curta-metragem, ela relata o processo de se descobrir transexual e suas fun��es na aldeia. De acordo com ela, o filme foi fundamental para que as pessoas na aldeia pudessem a compreender de forma melhor e que isso serve de inspira��o para outras pessoas. "Eu vi que depois do document�rio Majur mudou muito. Os jovens ind�genas sabe que me refiro a posi��o sexual", explica.

Na Aldeia, que tem cerca de 70 ind�genas, ela diz que foi totalmente aceita. "Nunca sofri preconceito, se j� sofri n�o me lembro, sempre fui bem respeitada", afirma.


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