Favorecidas pelo tempo seco com calor e baixa umidade, as queimadas se espalham pelo interior de S�o Paulo. Entre quarta e quinta-feira, 19, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectou 248 focos em todo o Estado. Desde janeiro, j� s�o 2.243 queimadas, n�mero s� superado, nos �ltimos cinco anos, pelos 2.362 focos registrados no ano passado. Da noite anterior � tarde desta sexta, 20, os sat�lites do Inpe registraram 102 queimadas no estado, das quais 62 estavam ativas, a maioria na regi�o norte.
Em Morro Agudo, regi�o de Ribeir�o Preto, a prefeitura decretou estado de calamidade p�blica por causa da alta incid�ncia de inc�ndios na zona rural. Nos �ltimos cinco dias, a cidade registrou 32 inc�ndios de grandes dimens�es, inclusive em canaviais e �reas de preserva��o ambiental. "Morro Agudo � o 12� maior munic�pio do Estado e tem a maior extens�o de canaviais do pa�s, mas n�o temos Corpo de Bombeiros", disse o secret�rio municipal de Governo, Rog�rio Chiaroti.
O munic�pio, que lidera o ranking das queimadas este ano no Estado, � atendido pelos bombeiros de Orl�ndia. Conforme Chiaroti, as usinas de a��car e �lcool mant�m brigadas de combate �s chamas. Em muitas �reas, o fogo atingiu lavouras que tinham sido bastante afetadas pelas geadas de julho, elevando os preju�zos. "A decreta��o de calamidade facilita para a prefeitura no apoio a esses produtores rurais", disse o secret�rio. A medida vale por 60 dias.
Na regi�o oeste paulista, cidades como Presidente Prudente e Presidente Venceslau amanheceram cobertas por uma cortina de fuma�a. Levada pelo vento, a fuligem atingiu as casas. Em Prudente, na tarde desta sexta-feira, um inc�ndio atingia uma �rea do aeroporto estadual. Bombeiros e brigadistas do pr�prio aeroporto combatiam as chamas. O terminal foi invadido pela fuma�a. O Departamento Aerovi�rio do Estado de S�o Paulo (Daesp) informou que havia a possibilidade de cancelamento de voos em raz�o da queimada.
Na tarde de quinta, um inc�ndio que durava mais de 24 horas na Mata do Furquim chegou ao entorno de um condom�nio residencial, em Presidente Prudente. As labaredas atingiram seis metros de altura e assustaram os moradores. Parte da fia��o el�trica foi atingida. Na regi�o, a estiagem dura mais de dois meses e a umidade do ar estava abaixo de 30 graus.
Conforme o coordenador regional da Defesa Civil, Jo�o Henrique Papoti, o grande n�mero de ocorr�ncias registradas desde quinta-feira obrigou o Corpo de Bombeiros a escolher os focos que seriam combatidos. "Concentramos os trabalhos em pontos que oferecem riscos a escolas, casas, animais e lavouras", disse. Ele contou que os bombeiros precisaram interromper o ataque ao fogo em uma reserva ambiental, em Presidente Epit�cio, para atender uma queimada perto de uma escola, em Caiu�, na mesma regi�o.
Em Jundia�, os bombeiros combateram durante toda a madrugada desta sexta um inc�ndio que irrompeu em �rea de mata, no bairro El�i Chaves. De acordo com o tenente Rafael Rangel, comandante da corpora��o, as chamas estavam pr�ximas de casas e ch�caras, levando risco aos moradores. "� tamb�m uma �rea pr�xima da Serra do Japi, importante reserva ambiental que j� sofreu seis inc�ndios este ano", disse. Segundo ele, al�m do tempo seco, as altas temperaturas dos �ltimos dias favorecem o fogo.
Fuma�a leva perigo �s rodovias
A fuma�a das queimadas leva perigo tamb�m para o tr�fego nas rodovias. Nesta quinta, a Raposo Tavares (SP-270), que liga S�o Paulo ao Mato Grosso do Sul, precisou ser interditada no km 530, em Martin�polis, por causa da fuma�a de um inc�ndio que atingiu uma capoeira. As duas pistas ficaram totalmente bloqueadas pela Pol�cia Rodovi�ria Estadual durante mais de tr�s horas. Em Ara�atuba, uma queimada em planta��o de eucaliptos fez o tr�nsito fluir em comboio na rodovia Marechal Rondon (SP-300).
Na noite de quinta, a fuma�a encobria pontos da rodovia Castelo Branco, entre o km 60, em Mairinque, e o km 33, em Jandira, causando redu��o da visibilidade. Motoristas que trafegavam no trecho contaram ao menos seis focos de queimadas. No km 54, as labaredas eram vis�veis da rodovia. "Em alguns trechos, os carros ligavam o pisca alerta e, mesmo com o ar ligado, o cheiro forte de fuma�a entrava no interior do carro", contou o estudante Rodrigo Del Agnelo, que transitava pela rodovia, sentido capital, no in�cio da noite.
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