(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas FAKE NEWS

Post de m�dico sobre falta de benef�cios do uso da m�scara � enganoso

Conte�do foi classificado como enganoso porque usa dados imprecisos e confunde, mesmo que n�o tenha uma inten��o deliberada de causar dano


03/09/2021 15:56

None
(foto: Comprova / Reprodu��o)

� enganoso o conte�do postado por um m�dico no Twitter, no qual ele sugere que n�o h� benef�cio do uso comunit�rio de m�scaras contra a COVID-19 . Na postagem, ele recorre ao resultado de um estudo feito em 2020 na Dinamarca, o Danmask, a fim de contrapor uma not�cia em que a revista Isto� ouve um vidente. Os pr�prios autores do Danmask, contudo, consideram os resultados do estudo inconclusivos.

No texto publicado pela Isto�, o vidente conhecido como Mestre Jos� pede que as pessoas n�o parem de usar m�scaras e afirma que haver� o "maior caos da hist�ria" se acabar a obrigatoriedade. O m�dico Ricardo Ariel Zimerman, ent�o, compartilha uma imagem com o t�tulo do texto da revista e uma foto do vidente. Ele comenta que "o maior ensaio cl�nico randomizado conduzido at� o momento" n�o demonstrou "benef�cio com o uso comunit�rio de m�scaras", mas, o vidente, sim, ironiza.
O texto da Isto� n�o deixa claro se o vidente se baseia em evid�ncias cient�ficas ou em sua pr�pria opini�o. O estudo conduzido na Dinamarca e citado pelo m�dico, contudo, recebeu cr�ticas da comunidade cient�fica por ter falhas metodol�gicas e por perseguir um resultado fora da realidade - os pesquisadores esperavam que as m�scaras reduzissem as infec��es em 50%, mas, o especialista ouvido pelo Comprova explica que resultados s�o realistas quando uma interven��o produz um efeito de 15% a 30%.

Al�m disso, o uso de m�scaras � recomendado por entidades nacionais e internacionais, como a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), a Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Minist�rio da Sa�de.

O Comprova procurou o autor do post, mas ele n�o respondeu at� a publica��o desta reportagem.

Este conte�do foi classificado como enganoso pelo Comprova porque usa dados imprecisos e confunde, mesmo que n�o tenha uma inten��o deliberada de causar dano.

Como verificamos?

Fizemos uma pesquisa no Google para saber o que era o estudo Danmask e quais as an�lises feitas pela comunidade cient�fica sobre essa pesquisa. Encontramos um artigo do pesquisador do Instituto Butantan Alison Chaves, PhD em Microbiologia e Imunologia, e pedimos que ele conversasse conosco sobre o estudo e seus resultados.

Tamb�m levantamos as orienta��es de autoridades de sa�de do Brasil e do exterior sobre o uso de m�scaras, bem como procuramos a legisla��o brasileira sobre o enfrentamento � pandemia.

Procuramos o t�tulo da mat�ria que aparece no conte�do verificado para identificar se ela era real e o que dizia o texto e, por fim, entramos em contato com o autor do post, mas n�o obtivemos resposta.

O Comprova fez esta verifica��o baseado em informa��es cient�ficas e dados oficiais sobre o novo coronav�rus e a COVID-19 dispon�veis no dia 3 de setembro de 2021.

Verifica��o

O que � o estudo Danmask?

O estudo que ficou conhecido como Danmask-19 foi um ensaio controlado randomizado feito em abril e maio de 2020 na Dinamarca por 22 pesquisadores, os autores principais. O objetivo do estudo era analisar "se a recomenda��o do uso de m�scara cir�rgica fora de casa reduz o risco dos usu�rios de infec��o por Sars-CoV-2 em um ambiente onde as m�scaras eram incomuns e n�o estavam entre as medidas de sa�de p�blica recomendadas".

O efeito esperado pelos pesquisadores era de que o uso de m�scara reduzisse as taxas de infec��o pelo coronav�rus em 50% entre os usu�rios de uma comunidade com "taxas de infec��o modestas, algum grau de distanciamento social e uso incomum de m�scara".

Foram distribu�dos kits com 50 m�scaras cir�rgicas descart�veis de tr�s camadas para adultos que n�o tinham sintomas, passavam mais de tr�s horas por dia fora de casa e que n�o usavam m�scara habitualmente em suas ocupa��es. Segundo os pesquisadores, 3.030 participantes foram designados aleatoriamente para a recomenda��o de usar m�scaras e 2.994 foram designadas para o grupo controle, totalizando 6.024 pessoas. Destes, 4.862 completaram o estudo, sendo 2.392 pessoas com recomenda��o para uso de m�scara e 2.470 do grupo controle.

O ensaio foi publicado em novembro de 2020 na revista cient�fica Annals of Internal Medicine.

 Quais as conclus�es desse estudo?

Segundo os resultados publicados na revista cient�fica, 95 das 4.862 pessoas que completaram o estudo foram infectadas pelo Sars-CoV-2. Destas, 42 participantes eram do grupo com recomenda��o do uso de m�scara (1,8%) e 53 faziam parte do grupo controle (2,1%).

Os pesquisadores consideraram que, embora a diferen�a observada n�o tenha sido estatisticamente significativa, os resultados eram inconclusivos. Eles afirmam que n�o � poss�vel descartar que o uso de m�scara tenha reduzido o cont�gio em 46% das infec��es ou aumentado em 23%, j� que eles n�o mediram os efeitos do uso de m�scara na origem do cont�gio, nem em locais onde outras medidas n�o estavam em vigor.

Eles tamb�m destacaram que, na �poca da realiza��o do estudo, o governo dinamarqu�s n�o recomendava o uso de m�scaras em outros ambientes que n�o os hospitalares - portanto, os participantes do estudo que usaram as m�scaras estavam circulando em locais onde a grande maioria das pessoas n�o usavam a prote��o.

Os estudiosos levaram em conta limita��es para o estudo, como resultados inconclusivos, dados faltantes, ades�o vari�vel, resultados de exames relatados por pacientes a partir de testes caseiros, o fato de o estudo n�o ter sido cego (ou seja, os participantes sabiam em qual grupo estavam) e aus�ncia de avalia��o se as m�scaras poderiam diminuir a transmiss�o de doen�as de usu�rios de m�scaras para outras pessoas.

Apesar dessas limita��es, o estudo concluiu que "a recomenda��o de usar m�scaras cir�rgicas para complementar outras medidas de sa�de p�blica n�o reduziu a taxa de infec��o de Sars-CoV-2 entre os usu�rios em mais de 50%". Ou seja, h� ind�cios de que houve uma redu��o, mas os resultados do ensaio n�o apontavam para o percentual de efic�cia esperado pelos pesquisadores.

O que se fala sobre o Danmask-19?

Quando o estudo foi publicado, em novembro do ano passado, surgiram coment�rios na comunidade cient�fica sobre o assunto. Em 26 de novembro, o editor-executivo do The BMJ - publica��o da British Medical Association -, Kamram Abbasi, disse em um artigo que o resultado "negativo" do primeiro ensaio sobre o uso de m�scaras durante a pandemia j� era conhecido.

Segundo ele, antes da publica��o do estudo, j� se comentava nas redes sociais que os pesquisadores buscavam um peri�dico importante para a publica��o, uma vez que muitos n�o estavam se mostrando "corajosos" para dar espa�o ao estudo. No artigo, em que chama de "curioso" o caso do estudo dinamarqu�s, Abbasi afirma que os resultados n�o eram negativos, e sim inconclusivos. Ele acrescenta que, na verdade, apontavam para um "prov�vel benef�cio do uso da m�scara para o usu�rio", diferentemente do que se comentava nas redes sociais.

Menos de uma semana antes, os pesquisadores Carl Heneghan e Tom Jefferson, ambos da Universidade de Oxford, publicaram um artigo na revista brit�nica The Spectator comentando os resultados do Danmask-19. Eles afirmaram que, no geral, havia uma "falta preocupante de evid�ncias robustas sobre m�scaras faciais e COVID-19" e que estudos randomizados como o Danmask eram importantes para entender o impacto de medidas como aquela.

Tamb�m no dia 19 de novembro, o pesquisador Alison Chaves, PhD em Microbiologia e Imunologia pela Universidade Federal de S�o Paulo (Unifesp), publicou um artigo no site do Instituto Quest�o de Ci�ncia, no qual considerou como "ineficaz" o estudo dinamarqu�s sobre a efic�cia das m�scaras.

Problemas do estudo

O Comprova, ent�o, pediu que Chaves detalhasse mais sobre as raz�es pelas quais acredita que o estudo seja "ineficaz". O grande problema do Danmask-19, segundo Alison Chaves, est� no que ele chama de "efeito perseguido": a redu��o de 50% nas infec��es a partir do uso de m�scaras associado a outras medidas, como o distanciamento. Alison explica que esse percentual n�o � um efeito realista em estudos cient�ficos.

"Um dos grandes problemas desse estudo especificamente � que ele persegue um efeito muito grande para um tipo de interven��o que est� sendo avaliada. Independente da interven��o, quando voc� tem um efeito entre 20% e 30%, at� 15%, � um efeito realista. Tem alguns estudos que cometeram esse mesmo tipo de gafe, que perseguiram um efeito que, no final, � uma profecia auto-irrealiz�vel, porque voc� n�o vai alcan�ar", disse, em entrevista ao Comprova por telefone.

O pesquisador tamb�m aponta outras falhas. "Ele n�o � cego, ou seja, as pessoas sabem da interven��o. � muito dif�cil conseguir medir efetivamente o desfecho porque � um estudo de recomenda��o, ele n�o mede uma m�trica que voc� consegue detectar objetivamente. A interven��o n�o � um tratamento, � uma recomenda��o e um composto. Para dizer que houve efeito, voc� precisa que as pessoas tenham seguido ambas as recomenda��es, que � se isolar e usar m�scara. E a ader�ncia foi extremamente vari�vel. Ele tem falhas metodol�gicas, de planejamento, tem limita��es reais para fazer alguma conclus�o", afirma.

No tu�te aqui verificado, o autor destaca que o Danmask � o maior ensaio cl�nico randomizado conduzido at� o momento sobre o uso de m�scaras. Para Chaves, o fato de o estudo ser grande - e o trabalho dinamarqu�s de fato �, pelo menos em n�mero de participantes - n�o o isenta de problemas.

"Existem muitos estudos enormes, como o Surgisphere, que mostrava a aus�ncia de efeito da hidroxicloroquina em COVID-19 e os dados n�o foram abertos e o estudo foi retratado. E aquele �, sem d�vida, um dos maiores estudos j� feitos. Nem por isso ele � um estudo que tem credibilidade hoje", exemplifica.

Apesar dos problemas apontados, para ele, o Danmask n�o se encaixa num tipo de estudo que precise de uma retrata��o. "A gente tem estudos retratados quando existem erros que geram problemas nos resultados, tem um erro aqui que muda totalmente o resultado. No caso dele, foi mais um estudo mal desenhado", aponta.

Para o pesquisador, independente do resultado do estudo, o uso de m�scaras e sua efic�cia se encaixam num princ�pio chamado por cientistas de "plausibilidade extrema". "Se voc� tem uma doen�a cuja transmiss�o � respirat�ria, ou seja, exige got�culas, as �nicas maneiras de barrar essa transmiss�o s�o se n�o tiver contato ou se houver uma barreira entre as pessoas. E a m�scara � uma barreira. Esse tipo de estudo n�o faz muito sentido existir, porque � um caso de plausibilidade extrema, (usar a m�scara) � algo que vale a pena fazer, porque n�o h� risco", afirma.

Recomenda��o do uso de m�scaras no Brasil

Nas orienta��es sobre como se proteger do novo coronav�rus, o Minist�rio da Sa�de inclui o uso de m�scara em servi�os de sa�de e na popula��o em geral ao lado de outras medidas preventivas como o distanciamento social e a higieniza��o das m�os.

Sobre os servi�os de sa�de, a pasta lembra que o uso de m�scaras deve ser uma exig�ncia em �reas cl�nicas, independentemente das atividades realizadas. "Em locais de assist�ncia a pacientes com COVID-19 em que s�o realizados procedimentos geradores de aeross�is, recomenda-se que os profissionais da sa�de usem m�scaras de prote��o respirat�ria (padr�o N95 ou PFF2 ou PFF3, ou equivalente), bem como demais equipamentos de prote��o individual", diz.

No caso da popula��o, o Minist�rio da Sa�de diz que o uso de m�scara facial, inclusive a feita de tecido, � "fortemente recomendado" em ambientes coletivos "em especial no transporte p�blico e em eventos e reuni�es, como forma de prote��o individual, reduzindo o risco potencial de exposi��o do v�rus especialmente de indiv�duos assintom�ticos". No caso de pessoas sintom�ticas, o governo recomenda o uso espec�fico de m�scaras cir�rgicas, para controlar a fonte de transmiss�o.

A recomenda��o da pasta afirma ainda que as m�scaras n�o devem ser usadas por crian�as menores de 2 anos ou "pessoas que tenham dificuldade para respirar, estejam inconscientes, incapacitadas ou que tenham dificuldade de remover a m�scara sem ajuda". A orienta��o tamb�m � para que se lave a m�o antes de colocar a prote��o e que ela cubra o nariz e a boca, al�m de estar presa ao queixo.

No Brasil, a lei federal 14.019, de 2 de julho de 2020, permitiu que as autoridades de sa�de federal, estadual e municipal exigissem a obriga��o do uso de m�scara para combater a emerg�ncia sanit�ria provocada pela COVID-19. S�o citadas especificamente vias p�blicas; transportes p�blicos como t�xis, �nibus, aeronaves e embarca��es; estabelecimentos comerciais e industriais; templos religiosos; estabelecimentos de ensino e demais locais fechados em que haja reuni�o de pessoas.

 Base cient�fica para o uso de m�scaras

A Organiza��o Pan-Americana de Sa�de (Opas), bra�o da OMS para as Am�ricas, publicou desde abril de 2020 orienta��es sobre o uso de m�scara para o enfrentamento do Sars-CoV-2. A �ltima orienta��o foi feita em 1º de dezembro do ano passado e traz uma s�rie de evid�ncias sobre o papel que a prote��o facial pode ter na preven��o do v�rus.

A OMS analisou 43 estudos e metan�lises (quando mais de uma pesquisa � comparada) sobre o efeito do uso protetor de m�scaras na comunidade. A entidade reconhece que "s�o limitadas e vari�veis" as evid�ncias cient�ficas sobre o uso de m�scaras por pessoas saud�veis como preven��o � infec��o por v�rus respirat�rios. Mas seis desses estudos apontaram uma redu��o no risco de infec��o pelo Sars-CoV-2. Outros 18 sinalizam para uma diminui��o no n�mero de casos de COVID-19 associada ao uso de m�scara pelo p�blico.

Seis apontam para evid�ncias limitadas de que a m�scara cir�rgica possa prevenir a infec��o caso a pessoa compartilhe o mesmo domic�lio de um paciente contaminado ou participe de eventos de massa em que h� pessoas infectadas.

Por isso, as orienta��es s�o para o uso de m�scaras em locais p�blicos fechados, com pouca ventila��o ou que n�o seja poss�vel manter o distanciamento; em ambientes dom�sticos internos quando houver visita que n�o resida no local; em ambientes externos ventilados em que n�o seja poss�vel manter o distanciamento ou que tenham pessoas de grupo de risco.

No caso do Brasil, a Fiocruz divulgou o resultado de um estudo que refor�a o papel das m�scaras. Eles analisaram 45 prote��es faciais (30 de tecido com duas camadas e 15 cir�rgicas) usadas por 28 pacientes com infec��o confirmada para o Sars-CoV-2. Eles utilizaram essas m�scaras por um per�odo cont�nuo de duas a tr�s horas, em situa��es da vida real. Os testes apontaram a presen�a do v�rus apenas na camada interna das m�scaras, indicando que elas podem barrar a transmiss�o da doen�a.

 Mat�ria da Isto� � real

A mat�ria com o t�tulo "Vidente prev� 'maior caos da hist�ria', caso acabe obrigatoriedade do uso de m�scaras" � real. Foi publicada no site da revista Isto� no dia 25 de agosto de 2021. Nela, o tar�logo Mestre Jos�, que a revista diz ter ficado conhecido como "vidente dos famosos", faz um apelo que as pessoas n�o parem de usar m�scaras mesmo ap�s o presidente Jair Bolsonaro ter anunciado que pediria ao Minist�rio da Sa�de para avaliar o fim do uso obrigat�rio do equipamento como medida de prote��o contra a COVID-19.

O autor

Ricardo Ariel Zimerman � m�dico registrado no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul. A especialidade dele � a infectologia. Ele � defensor do "tratamento precoce" contra a COVID-19 e um v�deo em que fala sobre o tema j� foi classificado como enganoso pelo Estad�o Verifica.

Zimerman foi ouvido pela CPI da Pandemia do Senado no dia 18 de junho de 2021, ao lado do m�dico Francisco Eduardo Cardoso Alves, em uma audi�ncia p�blica. Durante a sua fala na comiss�o, defendeu uso de hidroxicloroquina e ivermectina, dois medicamentos sem efic�cia comprovada contra a COVID-19.

Por que investigamos?

Em sua quarta fase, o Comprova verifica conte�dos suspeitos sobre a pandemia, pol�ticas p�blicas do governo federal e elei��es que tenham atingido alto grau de viraliza��o. A desinforma��o sobre a COVID-19 � ainda mais grave porque pode levar pessoas a n�o se protegerem de maneira adequada ou a recusarem medidas de preven��o ao v�rus. As postagens verificadas aqui tiveram 4,5 mil intera��es no Twitter e 8,9 mil curtidas no Instagram.

Desde o in�cio da pandemia, o Comprova j� mostrou o uso de estudos com falhas para alegar que m�scaras s�o ineficazes contra a COVID-19; que um estudo recomenda o uso de m�scara contra o novo coronav�rus, ao contr�rio do que sugere deputada; que um m�dico tirou de contexto dados de um estudo para sugerir que as m�scaras n�o s�o eficazes; e que � falso que m�scaras causem ac�mulo de l�quido nos pulm�es e intoxica��o.

Enganoso, para o Comprova, � o conte�do retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra altera��es; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpreta��o diferente da inten��o de seu autor; ou o conte�do que confunde, com ou sem a inten��o deliberada de causar dano.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)