Um levantamento feito no conjunto de favelas da Mar�, no complexo do Alem�o e na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, apontou que 83% dos moradores dessas comunidades ouviram tiros de dentro de suas casas durante a pandemia. Al�m disso, sete em cada dez informaram terem presenciado ou souberam de opera��es policiais nessas �reas durante o per�odo. O estudo mostrou ainda que quase tr�s quartos dos moradores afirmaram sentir que houve aumento do n�mero de casos de viol�ncia dom�stica desde o in�cio da pandemia.
Os dados fazem parte da pesquisa "Coronav�rus nas favelas: a desigualdade e o racismo sem m�scaras". Realizada pelo coletivo Movimentos, a pesquisa contou com apoio do Centro de Estudos de Seguran�a e Cidadania (CESeC) e entrevistou 955 moradores das tr�s regi�es.
Em junho do ano passado, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), restringiu opera��es nas favelas do Rio enquanto houver pandemia. As a��es s� podem ocorrer em "casos excepcionais".
O levantamento tamb�m apontou que 93% dos moradores dessas favelas teve ou conhece algu�m que contraiu o coronav�rus. E a dificuldade em manter isolamento social pode ter contribu�do para isso.
Segundo a pesquisa, mais da metade dos moradores entrevistados (54%) informou que n�o conseguiu manter o distanciamento social. Na m�dia, tr�s pessoas t�m de dividir o mesmo c�modo das casas nas favelas entrevistadas. Na pesquisa, 55% dos que responderam informaram morar com algu�m que integra grupo de risco.
O uso de medicamentos sem efic�cia comprovada contra a covid-19 foi incomum entre os moradores das favelas. Apenas 4% disseram ter usado ivermectina e hidroxicloroquina como "tratamento precoce" � covid-19. Entre os que responderam ao estudo, 76% declararam ter algum dist�rbio do sono; 43,1% informaram ter algum n�vel de depress�o; e 34% disseram que a ansiedade � o sentimento mais presente em rela��o � pandemia.
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