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Estado de Minas GERAL

Onda de execu��es persiste no Paraguai; for�a-tarefa refor�a fronteira


14/10/2021 18:56

Uma for�a-tarefa com 180 policiais se deslocou nesta quinta-feira, 14, para a fronteira do Brasil com o Paraguai, que convive com uma onda de execu��es atribu�das ao crime organizado. Desde o �ltimo s�bado, 9, oito pessoas foram assassinadas na regi�o. Entre as v�timas est�o um vereador brasileiro e a filha de um governador paraguaio. A fac��o paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) e outros grupos criminosos disputam o controle das rotas do tr�fico de drogas e armas na fronteira.

De acordo com o secret�rio de Justi�a e Seguran�a P�blica (Sejusp) de Mato Grosso do Sul, Antonio Carlos Videira, uma parte do efetivo da Opera��o H�rus, um projeto piloto do Programa Nacional de Seguran�a nas Fronteiras, do Minist�rio da Justi�a, est� sendo deslocada para a regi�o. Comp�em a for�a-tarefa policiais do Batalh�o de Opera��es Especiais da Pol�cia Militar (Bope), Batalh�o de Choque, Departamento de Opera��es de Fronteira (DOF), Pol�cia Rodovi�ria Estadual e agentes das delegacias especializadas da Pol�cia Civil.

Conforme Videira, esse � um policiamento extra, que vai se somar �s for�as policiais que j� atuam na regi�o. "Estamos enviando tamb�m um efetivo que n�o participa da opera��o H�rus. Al�m desses grupos especiais, refor�amos os efetivos ordin�rios das pol�cias civil e militar na regi�o", disse. Na quarta-feira, 13, o Minist�rio do Interior do Paraguai e a Pol�cia Federal brasileira j� haviam anunciado a instala��o de um comando conjunto para a atua��o das for�as de seguran�a dos dois pa�ses na fronteira. "Nosso efetivo segue para l� sem prazo de retorno, para dar apoio �s autoridades paraguaias no combate a esses crimes", disse.

Ainda segundo o gestor, as execu��es mais recentes, em sua maioria, aconteceram do lado paraguaio. "Do nosso lado, tivemos o homic�dio do vereador Farid Afif, de Ponta Por�, e passamos � delegacia especializada para esclarecer as circunst�ncias do crime. Em princ�pio, esse homic�dio n�o tem a ver com as mortes que aconteceram em Pedro Juan Caballero. Nossa inten��o � evitar que esses criminosos venham se refugiar em territ�rio brasileiro", disse. O novo efetivo ser� distribu�do na fronteira de Ponta Por� com Pedro Juan Caballero; de Coronel Sapucaia com Capitan Bado; de Paranhos com Ypeh�, e de Sete Quedas com Pindoty Por�.

Execu��es

No �ltimo s�bado, 9, no ataque mais sangrento, quatro pessoas morreram ap�s receberem mais de cem tiros quando sa�am de uma festa, em Pedro Juan Caballero. Entre as v�timas estavam duas estudantes de medicina brasileiras e uma estudante paraguaia, Hayl�e Carolina Acevedo Yunis, de 21 anos, filha do governador do departamento (estado) de Amambay, Ronald Acevedo. O alvo seria o traficante de drogas Osmar Grance, de 29 anos, o Bebeto, tamb�m morto no ataque. No mesmo dia, em outra execu��o, o vereador Farid Afif (DEM) foi morto por pistoleiros em Ponta Por�.

Apesar da grande repercuss�o dessas mortes, as execu��es n�o cessaram. Na segunda-feira, 11, o suboficial da Pol�cia Nacional do Paraguai, Pastor Niltos, foi assassinado em Yukeri Gua�u, localidade fronteiri�a. No dia seguinte, o agente Hugo Ronaldo Acosta, de 32 anos, teve o carro cercado por pistoleiros e recebeu mais de 30 tiros. Acosta seria ligado ao ex-deputado Carlos Garcete, o �Chicaro�, executado dentro de casa no in�cio de agosto. Na quarta-feira, 13, Juan Bosco Gomez morreu ap�s ser alvejado por pistoleiros em Capitan Bado. O vereador Ismael Valiente e um idoso de 84 anos que estavam com ele foram baleados, mas sobreviveram.

A pol�cia paraguaia prendeu dez pessoas suspeitas de envolvimento na chacina de Pedro Juan, entre elas seis brasileiros que ser�o expulsos do pa�s. Nesta quinta-feira, 14, a Pol�cia Nacional e o Minist�rio P�blico fizeram uma vistoria na Penitenci�ria Regional de Pedro Juan Caballero em busca de ind�cios da participa��o do narcotraficante Faustino Ram�n Aguayo como mandante da chacina. Aguayo teria diverg�ncias com �Bebeto� devido � apreens�es de carregamentos de drogas enviados ao Brasil.

A inspe��o constatou que o prisioneiro desfrutava de regalias e estava em uma cela �luxuosa� na companhia de uma jovem de 22 anos. O diretor e o chefe de seguran�a foram afastados e a unidade ser� fechada at� a transfer�ncia de presos ligados ao crime organizado. J� se descobriu tamb�m que a muni��o usada nas execu��es fazia parte de um lote j� apreendido pela pol�cia e entregue � Diretoria de Material de Guerra, mas que voltou para a m�o de criminosos.

Escalada de crimes

Novos n�meros divulgados pela Secretaria de Justi�a e Seguran�a P�blica do Mato Grosso do Sul mostram que as dez cidades da fronteira com o Paraguai j� respondem por 56% dos homic�dios no Estado, que tem 79 munic�pios. De janeiro a setembro deste ano, 174 pessoas foram assassinadas na faixa brasileira da fronteira, enquanto no Estado todo foram 311 mortes. Os homic�dios, na parte brasileira da regi�o, cresceram 4,8% este ano, em compara��o com o ano passado - no Estado, o crescimento foi de 0,6%.

S� em Ponta Por�, vizinha de Pedro Juan Caballero, foram assassinadas 34 pessoas, 9,7% mais que no mesmo per�odo de 2020. N�o h� informa��es oficiais sobre o total de mortes do lado paraguaio, mas estima-se que o n�mero seja maior do que no Brasil. N�meros divulgados pela pol�cia do Paraguai davam conta de 86 assassinatos de janeiro ao final de julho em seis munic�pios fronteiri�os com o Brasil.

Dados mais recentes indicam que, apenas em Pedro Juan Caballero, a escalada da viol�ncia causou 21 mortes desde o in�cio de agosto, o que eleva o total de mortes para mais de uma centena. Nove das execu��es recentes s�o atribu�das aos "justiceiros da fronteira", esp�cie de esquadr�o da morte que age na regi�o.

Em junho deste ano a Pol�cia Federal do Brasil e a Pol�cia Nacional do Paraguai assinaram o acordo de coopera��o institucional para a organiza��o e estabelecimento de �rea de seguran�a bipartite na fronteira. Segundo o Minist�rio da Justi�a do Brasil, o acordo permite maior aproxima��o entre os policiais dos dois pa�ses, tornando mais r�pidas e confi�veis a troca de informa��es sobre os criminosos e apoio t�cnico, t�tico e cient�fico �s investiga��es.

Conforme o secret�rio Videira, j� foram feitas v�rias opera��es conexas de combate ao crime organizado nos dois lados da fronteira. A troca de informa��es permitiu a apreens�o de um grande volume de drogas no lado brasileiro.


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