(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas GERAL

'Foi por vingan�a', diz bisav� de crian�a estuprada e morta pelo padrasto


22/10/2021 13:24

A dona de casa Ilza Viana Nascimento, de 69 anos, moradora de Hortol�ndia, cidade do interior de S�o Paulo, ainda n�o se conformou de n�o ter insistido mais para que sua neta deixasse a bisneta - Maria Clara, de 5 anos - em sua casa. A idosa andava desconfiada de que o companheiro de Franciele estivesse abusando da menina. "Ela come�ou a se queixar de dores quando ia ao banheiro", disse.

No dia 17 de dezembro de 2020, quando a encarregada de produ��o Franciele - neta de Ilza - voltou do trabalho para casa na hora do almo�o, n�o encontrou a filha, que deixara sob os cuidados do seu companheiro, C�ssio Camilo, de 27 anos. O homem disse � mulher que a crian�a tinha ido brincar na casa da vizinha. Ao falar com a vizinha, a m�e soube que Maria Clara n�o estivera no local.

O corpo foi encontrado no dia seguinte, enrolado em uma cortina de pl�stico e dentro de uma caixa de papel�o, em um terreno baldio. A per�cia indicou que a crian�a havia sido estuprada e asfixiada at� a morte. O padrasto, que na mesma noite deixou a casa, foi preso em casa de parentes. No interrogat�rio ele confessou o crime em detalhes. Disse que matou a menina por ela ter feito "manha" ao n�o deix�-la brincar na vizinha.

S� depois admitiu o estupro, que praticou ap�s deixar a menina desacordada, j� que ela resistira. A pol�cia descobriu que o homem j� havia sido acusado de estupro de outra enteada de 9 anos, em relacionamento anterior.

A bisav� de Maria Clara disse que os parentes j� haviam alertado Franciele sobre o risco ao qual a bisneta estava exposta. "Todos diziam que ele n�o prestava, que n�o era flor que se cheirasse, mas a Fran (Franciele) gostava dele. Uma pessoa que ningu�m sabia de onde veio. At� acontecer (a morte de Maria Clara), a gente n�o sabia da outra hist�ria do estupro", disse.

Ilza lembrou que um dia antes de a crian�a ser morta, o casal teve um desentendimento feio. "Eles tinham brigado, ele tinha amea�ado ela. Ele fez isso (o assassinato) por vingan�a. Como eu lamento n�o ter segurado a pequena Maria comigo." A bisav� lembra que, quando a menina desapareceu, outros familiares foram at� sua casa � procura dela. "Naquela hora, a primeira coisa que veio na minha cabe�a foi de que o Tom (apelido de C�ssio) tinha feito alguma coisa com ela."

O brutal assassinato revoltou os moradores do bairro Vila Real, onde a fam�lia morava. Familiares e vizinhos tentaram invadir o pr�dio da Pol�cia Civil onde o suspeito prestava depoimento. O padrasto foi denunciado pelo Minist�rio P�blico por estupro de vulner�vel, homic�dio qualificado e oculta��o de cad�ver. Ao ser ouvido em ju�zo, C�ssio mudou a vers�o dada � pol�cia e negou o assassinato, afirmando que Maria Clara morreu ap�s sofrer uma queda e ele escondeu o corpo com medo de ser acusado de homic�dio.

Em janeiro, o ju�zo da 2� Vara Judicial de Hortol�ndia acatou integralmente a den�ncia da Promotoria. O acusado ser� levado a j�ri popular por homic�dio qualificado, com v�rias agravantes, incluindo a de ser padrasto da v�tima. O Estad�o entrou em contato com o defensor de C�ssio, mas n�o obteve retorno at� a conclus�o da reportagem. Tamb�m procurou a m�e de Maria Clara, mas Franciele informou que n�o falaria sobre o caso.

Panorama da Viol�ncia

A cada ano, sete mil crian�as e adolescentes s�o mortos de forma violenta no Brasil e ao menos 45 mil s�o v�timas de viol�ncia sexual. Os n�meros foram revelados pelo Panorama da Viol�ncia Letal e Sexual Contra Crian�as e Adolescentes no Brasil, lan�ado nesta sexta-feira, 22, pelo Unicef, bra�o das Na��es Unidas para a inf�ncia, e pelo F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica (FBSP).


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)