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Estado de Minas PRECONCEITO

N�o � mimimi: veja as fantasias que ningu�m deveria usar em festas

Ao se caracterizar, use o bom senso. Sua escolha pode causar um momento constrangedor e pode chegar, em alguns casos, a ser um ato criminoso


30/10/2021 08:16 - atualizado 30/10/2021 08:31

Casal fantasiado de 'Nega Maluca'
(foto: Instagram/Reprodu��o)
�s v�speras do Halloween, celebrado em 31 de outubro, as festas � fantasia se tornam cada vez mais frequentes. Empresas, estabelecimentos comerciais e at� amigos aproveitam a oportunidade para ter um tempo divertido com a tem�tica. No entanto, o que poderia ser uma celebra��o pode se tornar um momento constrangedor - e at� mesmo criminoso - se a caracteriza��o escolhida ultrapassar os limites do bom senso e da lei. Por isso, � melhor pensar duas vezes antes de sair de casa.

N�o foi o que ocorreu com um casal branco de Petr�polis que causou revolta nas redes sociais na �ltima quarta-feira (27/10),  quando o homem postou uma foto dos dois pintados de preto e com perucas que simulam o penteado black power . O "look" foi usado para ir em uma festa da Igreja Batista Atitude e era, nada menos, do que uma reprodu��o de uma pr�tica racista de mais de 200 anos: o blackface.

A pr�tica era usada principalmente nos filmes e no teatro, na qual pessoas brancas escureciam o tom da pele para ridicularizar negros e atuavam em di�logos e encena��es que refor�avam estere�tipos racistas - como negros serem "mais burros que brancos", "incapazes de pensar", "agressivos" e "desastrados". No fim, a a��o contribu�a para o fortalecimento do racismo estrutural, por desumanizar negros e faz�-los ser vistos como alegorias ou anomalias.

Mesmo com a nota oficial emitida pela igreja, que informou que os os dois "n�o tinham inten��o de serem racistas", eles responder�o a uma not�cia-crime feita pela Comiss�o de Educa��o, Assist�ncia Social e Direitos Humanos (CEADH) da C�mara Municipal de Petr�polis e enviada ao Minist�rio P�blico para investigar e - se assim for decidido - indiciar o casal por racismo.

Os dois se vestiram de "nega maluca", um esteri�tipo da mulher negra que se tornou tradicional nos carnavais brasileiros. � poss�vel que algu�m pense que sempre foi assim e n�o est� errado. No entanto, a tradicionalidade de um feito n�o quer dizer que n�o deve ser mudado.

"A fantasia jamais deve ofender algu�m, deve proporcionar alegria para quem se fantasia e para todos aqueles que veem essa fantasia", explica um artigo do N�cleo de Estudos Interdisciplinares Afro-Brasileiros da Universidade Estadual de Maring�.

Abaixo, voc� confere uma lista com outras fantasias que j� foram populares e aceit�veis, mas que devem ser abolidas de vez da lista de op��es de quem pretende se caracterizar. Afinal, divers�o deve ser boa para todos, n�o �?

Personagens hist�ricos, mas que causaram retrocessos � humanidade

O ano � 2021 e ainda precisamos falar que sim, � de mau gosto e criminoso se fantasiar de Adolf Hitler. Recentemente, uma universit�ria tornou o ditador genocida como tema da festa de anivers�rio dela. Quem mais tiver a falta de no��o ser� enquadrado na Lei 7.716/89, que prev� como crime qualquer tipo de apologia ao nazismo.

No entanto, n�o s� casos extremos devem ser evitados. N�o � de bom tom, por exemplo, se fantasiar de feminicidas. Um exemplo foi as fantasias do goleiro Bruno, acusado de matar a ex-namorada Eliza Sam�dio. Quando algu�m escolhe um personagem ou uma personalidade para se vestir, � feita uma homenagem ou uma brincadeira, n�o um protesto. Por isso, n�o � aceit�vel se fantasiar de criminosos famosos.

Terroristas ou homem bombas

Por ser de f�cil caracteriza��o, essa � uma das fantasias que fez grande sucesso na primeira d�cada de 2000, mas que ainda � usada. O problema � que na maioria dos casos a caracteriza��o se utiliza de roupas t�picas de mu�ulmanos, o que refor�a um esteri�tipo que causa uma discrimina��o e at� mesmo xenofobia com este povo do oriente. Nas redes sociais, mu�ulmanos relatam a dificuldade de serem recebidos por outros pa�ses.

Vestes religiosas, como orix�s e santos

Algumas pessoas simulam as roupas de m�es e pais de santos, se apropriam dos colares usados e at� mesmo encenam "dan�as" feitas nos terreiros. Ocorre que o vestu�rio e os ritos s�o sagrados, pertencem a uma religi�o e s�o ligados a divindades honradas pelos seguidores do candombl�. Assim como os outros casos, n�o � algo que pode ser usado como uma "fantasia".

Pessoas gordas

Mais uma constata��o �bvia que precisa ser dita: pessoa gorda n�o � fantasia, nem motivo de piada ou digna de gra�a. A pr�tica � considerada gordofobia e refor�a o preconceito com essas pessoas que j� s�o discriminadas em processos seletivos, espa�os p�blicos e relacionamentos. O preconceito contra essas pessoas deve ser combatido como sociedade e n�o refor�ado. E n�o, n�o existe isso de "� uma brincadeira".

Comunidade LGBTQIA%2b

Na mesma linha do blackface e de pessoas gordas, se fantasiar de mulher e encenar jeito afeminado em refer�ncia - e zombaria - de pessoas LGBTQIA � inadmiss�vel. A comunidade LGBTQIA brasileira � a que mais morre no mundo. Enquanto pessoas transg�nero forem vistas como fantasias ou como anomalias, o cen�rio de barbaridade n�o ir� mudar.

Ind�genas

Os povos origin�rios possivelmente s�o o grupo dessa lista que � usado h� mais tempo em fantasias. O Dia do �ndio, nas escolas era um festival do que n�o se fazer. Povos ind�genas n�o s�o fantasias, mas sim uma sociedade com cultura e modos de vida pr�prios. Seria o mesmo que se fantasiarem de n�s mesmos. N�o faz sentido, correto? A pr�tica de se fantasiar de ind�genas desumanizou essas pessoas, que ainda hoje s�o vistas por algumas pessoas como selvagens, menos inteligentes, incapazes de viver em sociedade e menos evolu�dos. Evite!


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