Um bombeiro civil morreu e oito est�o desaparecidos ap�s o desabamento da Gruta Duas Bocas, em Altin�polis, munic�pio do interior de S�o Paulo, na madrugada deste domingo, 31. Debaixo de chuva e em uma �rea de dif�cil acesso, os trabalhos de resgate seguem no local.
O desmoronamento atingiu parte de um grupo de 28 bombeiros civis que participava de um curso de treinamento. De acordo com o Corpo de Bombeiros, um dos integrantes precisou ser resgatado pela corpora��o, enquanto uma parte dos demais n�o foi atingida e ao menos quatro tiveram ferimentos. Ao menos cinco pessoas foram encaminhadas ao Hospital de Miseric�rdia, em Altin�polis, das quais pelo menos tr�s tiveram alta ainda pela manh�.
Imagens divulgadas pelo Corpo de Bombeiros, mostram que as equipes trabalham em um local com pouca ilumina��o e estreito, sem o uso de maquin�rio.
A SSP divulgou ter enviado um grupo de especialistas em resgate ao local, acompanhado por t�cnicos da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil e um ge�logo do Instituto de Pesquisas Tecnol�gicas (IPT). A equipe decolou �s 11h30 do aeroporto do Campo de Marte, em S�o Paulo.
"Equipes do Grupo de Atendimento em Emerg�ncia e Desastre (GEAD) do Corpo de Bombeiros tamb�m est�o a caminho do local para auxiliar nas buscas. Dois helic�pteros �guia est�o dispon�veis para apoiar as a��es das equipes, que contam com o refor�o do policiamento territorial", destacou. Al�m disso, por volta das 14 horas, 75 bombeiros e 20 viaturas da corpora��o trabalhavam no local.
Segundo a prefeitura de Altin�polis, a gruta fica em uma propriedade privada (chamada Fazenda Rancho 65) localizada na zona rural do munic�pio, que � um polo de ecoturismo na regi�o, com grutas e cachoeira. Inicialmente, o local do acidente foi divulgado pelo Corpo de Bombeiros como Gruta Itamb� (a mais conhecida da localidade), mas o dado foi corrigido pela corpora��o � tarde.
De Glasglow, o governador Jo�o Doria (PSDB) se manifestou em rede social sobre o acidente. "Acompanho com muita aten��o o resgate de bombeiros civis que ficaram presos no desabamento de gruta em Altin�polis, interior de SP. Determinei todo apoio e recursos necess�rios p/ o salvamento", postou.
'Ningu�m esperava que iria acontecer' diz s�cia de escola de bombeiros civis
O grupo participava de um curso de forma��o da escola Real Life, de Ribeir�o Preto, que atua h� nove anos no setor. S�cia da empresa, Tain� Pereira conta que todos os alunos j� atuavam como bombeiros civis e estavam em um treinamento de resgate em cavernas.
Segundo ela, o grupo que conseguiu escapar do desabamento ficou no local, enquanto um dos instrutores saiu em busca de apoio no resgate. "Ele foi pela trilha buscar ajuda sozinho, no escuro e chovendo", conta.
Tain� relata que os alunos s�o de Ribeir�o Preto, Franca e Batatais e estavam no entorno da gruta desde s�bado � tarde. De acordo com ela, um dos instrutores conhecia a regi�o. "Ningu�m esperava que iria acontecer", lamenta.
A chuva que come�ou no s�bado ainda persiste na regi�o, o que tem dificultado os trabalhos de resgate. "� de dif�cil acesso, est� perigoso. Qualquer movimento pode ser um risco para os bombeiros, porque ainda est� chovendo muito", conta Tain�, que tamb�m � bombeira civil. "A gente tem a esperan�a que sim (sejam resgatados bem), mas, infelizmente, pelo estado em que ocorre, � complicado, por conta do oxig�nio e da hipotermia."
Prefeito diz que munic�pio desconhecia realiza��o de treinamento no local
O prefeito de Altin�polis, Jos� Roberto Ferracin Marques (PSD), disse que o Munic�pio n�o foi informado previamente sobre o treinamento. "Nossa Defesa Civil foi acionada por volta das 3 horas para atender uma ocorr�ncia de desmoronamento nessa gruta, que fica em �rea particular. O grupo de bombeiros e o propriet�rio da fazenda n�o fizeram contato pr�vio com a administra��o", contou o prefeito.
Ele informou que a Prefeitura passou a oferecer aux�lio para os bombeiros e equipes que atuam nas a��es de socorro, incluindo refei��es, �gua e ve�culos. O munic�pio tamb�m cedeu madeira para o escoramento da parte �ntegra da caverna, a fim de evitar novos desabamentos.
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