
As informa��es s�o de ge�logos do Instituto de Pesquisa Tecnol�gica (IPT), que auxiliaram os bombeiros nas buscas por sobreviventes ap�s o desabamento da Gruta Duas Bocas. Eles tamb�m d�o apoio � investiga��o policial.
O propriet�rio da empresa Real Life Treinamentos que ofertou o curso de resgate, Sebasti�o Francisco de Abreu Neto, confirmou que o l�der dos instrutores acendeu uma fogueira na madrugada, mas disse que o procedimento n�o era padr�o.

"Mas a fogueira estava bem baixa, n�o estava alta. Mas n�o tinha conhecimento de que ele iria fazer fogueira l�. Esse n�o � o procedimento padr�o da escola. O Celso tem Curso de Busca e Resgate em �reas remotas e tem todo o conhecimento disso, agora, por qu� colocaram, n�o sei te falar", afirmou Sebasti�o Neto.
Contudo, a reportagem do Estado de Minas encontrou v�rias fotografias e v�deos de fogueiras nas m�dias sociais da escola que demonstram serem essas pr�ticas dos treinamentos. O fogo era feito no interior de cavernas, sobretudo para inserir fuma�a no ambiente e dificultar o treinamento.

"Isso a� (as fotos e v�deos) s�o do curso de salvametno em mata. Isso a� (a caverna) � uma pedra que d� em torno de 3 a 4 metros (de profundidade). Eles fazem como se fosse um espa�o confinado. Ent�o coloca fuma�a l� dentro para poderem entrar e retira a v�tima", afirma.
De acordo com os t�cnicos do IPT, essa � uma das causas que explicaria o desabamento do teto da Gruta Duas Bocas sobre os alunos em treinamento. "A quest�o da fogueira, esse aquecimento chegou no teto, pois � inclinado e bem baixinho", apontam.
"Est� em estudo. De fato pode ser um fator agravante essa fogueira, pois antigamente se abria um t�nel em rocha esquentando madeira e fogo e jogava �gua. A rocha trinca e voc� vai l� e retira o material (rochas que desabavam). A caverna (Gruta Duas Bocas), durante o dia ou a noite, no frio, com aquele fogo, de certa forma pode aumentar uma fratura. Inclusive as horizontais", informam os especialistas do instituto.
"H� a quest�o at� do vapor d'�gua. As fissuras com �gua e at� a porosidade da rocha, esquentando aquilo aumenta a press�o (e pode ocorrer uma fratura)", acrescentam.

"Fogo em caverna n�o se faz em hip�tese nenhuma. O �nico tipo de calor, para ter pontos quentes, se faz com o uso de fogareiros adequados, com chamas parecidas com a de um fog�o e para evitar hipotermia".
De acordo com Lott, as fogueiras podem causar desabamento e intoxica��o. "Era uma t�cnica antiga aquecer as cavernas para minerar no seu interior. Outro problema da fogueira � que a fuma�a pode intoxicar e at� sufocar em um ambiente confinado se n�o for controlada. Isso, sem falar que desequilibra todo esse fr�gil ecossistema", afirma.
A Pol�cia Civil de S�o Paulo informou ter aberto inqu�rito por homic�dio culposo, quando n�o h� inten��o de matar, mas que tal desfecho se d� por imper�cia, imprud�ncia ou neglig�ncia.
Novas per�cias ser�o realizadas a partir desta quarta-feira (03/11) para que se chegue a uma certeza sobre as causas do acidente.