Fazendas j� conseguem reduzir as emiss�es de metano no Brasil

Ap�s press�o dos Estados Unidos, o Brasil assinou acordo que prev� reduzir as emiss�es de metano em 30% at� 2030, na Confer�ncia do Clima (COP-26). Por aqui, buscar um corte dessa escala exige adaptar a pecu�ria, com t�cnicas que permitam melhor manejo dos rebanhos. Entre as estrat�gias que j� funcionam em fazendas do Brasil, est�o biodigestores e integra��o de sistemas produtivos. No Pa�s, 71,85% das emiss�es de metano v�m da agropecu�ria, segundo dados do Sistema de Estimativa de Emiss�es de Remo��es de Gases de Efeito Estufa.

M�TODO

Um m�todo que propicia mais efici�ncia � o de integra��o lavoura-pecu�ria-floresta (ILPF), que mistura ao menos dois desses sistemas produtivos em uma mesma propriedade. Ele � utilizado, por exemplo, h� mais de dez anos na Fazenda Santa Silv�ria, na regi�o de Bauru, no interior paulista.

Al�m de 37% de sua �rea ocupada por reserva nativa, a propriedade integra a lavoura de soja � pecu�ria de corte, conforme conta o gerente da fazenda, Fulvio Domenek. A Santa Silv�ria tem cerca de 1.300 hectares de terra, com cerca de 1.800 cabe�as de gado.

"O principal benef�cio do sistema integrado foi o aumento da arroba produzido por hectare no ano. Porque se entrega uma melhor fertilidade do solo", diz. "Com uma maior produ��o de volumoso, diminui-se a necessidade de suplementa��o por ra��o. O gado se desenvolve com pasto, principalmente, e o ciclo de produ��o, na engorda, ficou mais r�pido."

Domenek conta que o gado do tipo Bonsmara, produzido ali, em dois anos j� est� fora da fazenda, como touro ou carne. Queiroz indica que o tempo m�dio de abate no Brasil � de 36 meses. Menos tempo no pasto significa menos fermenta��o ent�rica.

Utilizando os dejetos do gado, em Rond�nia, o projeto Energias Renov�veis da Amaz�nia (ERA), do Centro de Estudos Rioterra, busca tamb�m mitigar os impactos clim�ticos. Desde 2017, foram instalados 28 kits biodigestores em fazendas de produ��o leiteira das cidades de Itapu� do Oeste, Cujubim e Rio Crespo.

A instala��o do equipamento nas fazendas n�o � completamente gratuita, mas o custo � acess�vel, conforme explica Alexandre Queiroz, bi�logo e coordenador de Educa��o da Rioterra. Com subs�dio, os agricultores precisam arcar com 20% do valor do equipamento - um montante que gira em torno de R$ 800 e que pode ser pago em 12 vezes.

O equipamento permite fazer a gest�o de res�duos da propriedade. Acrescidos de �gua, o esterco do gado e resto de alimentos s�o transformados em biog�s e adubo. A mitiga��o da emiss�o de gases estufa, principalmente, do metano, se d� pelo uso do esterco que, quando fresco e a c�u aberto, ao decompor-se, libera o poluente. "Ao todo, com os 28 biodigestores, em tr�s anos, j� evitamos a emiss�o de 10,7 toneladas de CO2 e 6,1 toneladas de CH4", explica Queiroz.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.