Oito em cada dez adultos da cidade de S�o Paulo, ou 81,8% da popula��o com 18 anos ou mais, possuem anticorpos neutralizantes do coronav�rus, diz estudo divulgado nesta ter�a-feira, 9. Os dados foram coletados dos dias 9 a 20 de setembro. No ciclo anterior do estudo, cujas informa��es foram levantadas de 22 de abril a 1� de maio, o mesmo �ndice era de 33,3%. A quantidade de adultos com anticorpos, portanto, mais que dobrou na capital - reflexo dos altos �ndices de cont�gio e do avan�o da vacina��o.
"Esses dados (do estudo) sugerem que os n�meros de casos graves e mortes devem continuar a diminuir", indicam pesquisadores do SoroEpi MSP. Respons�vel pela condu��o do monitoramento de soropreval�ncia, o projeto re�ne cientistas como da Universidade de S�o Paulo (USP) e da Universidade Federal de S�o Paulo (Unifesp) e tem como financiadores o Instituto Semeia, o Laborat�rio Fleury, o Ipec (antigo Ibope) e o Instituto Todos pela Sa�de (ITpS).
Para medir a soropreval�ncia no munic�pio, foram analisadas no �ltimo ciclo do estudo 1.055 amostras de sangue coletadas em 160 setores censit�rios da cidade. Os n�veis de anticorpos anti SARS-CoV-2 (IgG e IgM) foram medidos usando um m�todo de quimioluminesc�ncia, da farmac�utica Abbott, e um segundo teste de eletroquimioluminesc�ncia, da tamb�m farmac�utica Roche.
Colunista do
Estad�o
, o bi�logo Fernando Reinach, que participa da pesquisa, explica que a equipe que conduziu a �ltima fase do estudo foi surpreendida pela quantidade de pessoas com anticorpos neutralizantes. Ainda assim, ele ressalta que o n�mero est� associado ao avan�o da cobertura vacinal e refor�a que os adultos que atualmente possuem anticorpos podem ser at� mais que 81,8% - uma vez que a cobertura vacinal aumentou ao longo das �ltimas semanas.
Segundo o �ltimo vacin�metro divulgado pela Prefeitura, a cidade tem atualmente 95,7% dos adultos vacinados com duas doses ou dose �nica contra o coronav�rus. Em 20 de setembro, data em que a coleta do �ltimo estudo foi finalizada, o �ndice era de 70%. Quando o primeiro vacin�metro foi divulgado, em 21 de junho, o mesmo indicador era de 18,3%. Para que haja a chamada imuniza��o completa, por�m, � necess�rio esperar 14 dias ap�s receber a segunda dose ou a dose de aplica��o �nica.
Como efeitos da vacina��o, o Pa�s tem apresentado quedas consistentes no n�mero de casos e mortes pela covid-19. Nesta segunda-feira, 8, por exemplo, todo o Estado de S�o Paulo n�o registrou nenhuma morte pela doen�a. "A vacina��o garante que uma parte das pessoas n�o vai contrair o v�rus. Quando contraem, elas transmitem menos. E quando apresentam sintomas, eles costumam ser mais leves", explica Reinach. "Tudo isso sugere que, se a gente n�o tiver novas variantes, a pandemia est� chegando ao fim."
Metade dos adultos da capital possui anticorpos contra a nucleoprote�na do Sars-CoV-2
O levantamento do SoroEpi MSP aponta ainda que 52,8% da popula��o adulta da capital paulista - o que corresponderia a 4.887.251 habitantes - possui anticorpos contra a nucleoprote�na do Sars-CoV-2, ante 41,6% no �ltimo ciclo.
Por esses anticorpos serem produzidos principalmente ap�s a infec��o pelo coronav�rus, os pesquisadores indicam, com isso, que pode haver uma subnotifica��o expressiva de diagn�sticos positivos na capital paulista.
Dados divulgados pela Prefeitura de S�o Paulo no dia 20 de setembro apontam que, na ocasi�o, o total de pessoas que j� haviam testado positivo na cidade era de 1,4 milh�o (atualmente, o indicador subiu para 1,5 milh�o) - n�mero mais de tr�s vezes menor do que o levantado pelos pesquisadores.
Ainda assim, n�o d� para precisar de quanto seria a subnotifica��o, uma vez que algumas pessoas vacinadas com a Coronovac, que � feita a partir de v�rus inativado, tamb�m podem produzir anticorpos contra a nucleoprote�na do Sars-Cov-2 em alguns casos.
Pesquisador l�der do projeto, o infectologista e diretor cl�nico do Grupo Fleury, Celso Granato, pondera que, por outro lado, as vacinas da Pfizer, da AstraZeneca e da Janssen produzem exclusivamente os anticorpos neutralizantes. Desse modo, eles estariam mais atrelados � vacina��o.
Segundo o estudo, um outro ponto � que o n�mero de anticorpos contra a nucleoprote�na � menor nos distritos mais ricos (43,1%) e maior nos distritos mais pobres (62,8%), indicando que pode haver uma exposi��o distinta ao coronav�rus entre esses grupos. J� as taxas de pessoas com anticorpos neutralizantes n�o apresentam diferen�as significativas.
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Oito em cada dez adultos da cidade de SP t�m anticorpos contra covid, diz estudo
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