O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, voltou a fazer uma cobran�a aos pa�ses ricos nesta quarta-feira, 10, na sess�o plen�ria da Conven��o do Clima em Glasgow (COP-26). De acordo com ele, � importante que as na��es desenvolvidas reconhe�am a emerg�ncia financeira e mobilizem os recursos necess�rios para atingir os objetivos desejados na confer�ncia.
"A meta dos US$ 100 bilh�es n�o foi cumprida. E este valor j� n�o � mais suficiente para que o mundo construa uma nova economia verde com uma transi��o respons�vel", afirmou. De acordo com o ministro, s�o necess�rios volumes mais ambiciosos, de f�cil acesso e execu��o �gil, para que a transforma��o ocorra de forma inclusiva em cada territ�rio ao redor do mundo, prioritariamente em regi�es mais vulner�veis em rela��o a clima e desenvolvimento econ�mico.
Ontem, num evento paralelo do Brasil na COP-26, o ministro citou o relat�rio de um banco, dizendo que seriam necess�rios cerca de US$ 5 trilh�es para sanar o problema no mundo. No mesmo painel, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que os volumes n�o se tratam de "filantropia", mas de uma compensa��o pelo fato de os pa�ses mais ricos terem se desenvolvido usando recursos naturais, uma vis�o que n�o existe mais no mundo atual.
Assim como disse ontem no evento brasileiro, Leite afirmou hoje na plen�ria da Conven��o que os pa�ses que historicamente e atualmente s�o os respons�veis pelos maiores volumes de polui��o da atmosfera devem demonstrar suas efetivas ambi��es de financiamento nesta confer�ncia. De acordo com ele, n�o � mais poss�vel que os pa�ses continuem a "postergar ainda mais um compromisso assumido em 2015 e at� o momento n�o realizado em sua plenitude". "Todas as partes desta confer�ncia devem assumir suas responsabilidades comum, por�m diferenciadas na dire��o de uma economia verde neutra em emiss�es", afirmou.
O desafio global a ser superado, conforme Leite, � reverter a l�gica negativa da puni��o, da san��o e da proibi��o, para a l�gica positiva do incentivo, da inova��o, da prioriza��o. "� necess�rio transformar a agenda ambiental em oportunidade de crescimento econ�mico e gera��o de empregos verdes", disse, acrescentando que, a partir de uma vis�o construtiva, ser� poss�vel encontrar o caminho para criar o futuro sustent�vel.
Joaquim Leite apresentou v�rios programas e a��es voltados � sustentabilidade feitos pelo Brasil nos �ltimos tempos em discurso realizado na sess�o plen�ria da COP-26. Tamb�m aproveitou a oportunidade para dizer que o Pa�s est� empenhado n�o apenas nas negocia��es para a cria��o de um mercado de carbono global, mas tamb�m em atingir metas mais r�gidas para diminuir a quantidade de emiss�o de gases poluentes.
"O Brasil, como ator chave nas negocia��es, fez movimentos importantes durante os primeiros dias e anunciamos metas clim�ticas ainda mais ambiciosas: redu��o de emiss�es de 50% at� 2030 e neutralidade clim�tica at� 2050; zerar o desmatamento ilegal at� 2028; e apoio � redu��o global de metano", citou. Como o
Broadcast
, sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado, registrou nos �ltimos dias, estas novas metas ficaram aqu�m das expectativas. "De forma proativa, demos claros sinais de que o Brasil � parte da solu��o para superar esse desafio global de redu��o emiss�es."
Leite mencionou que a agricultura brasileira de baixo carbono j� restaurou quase 28 milh�es de hectares de pastagens degradas, que h� 16 milh�es de hectares de florestas nativas em recupera��o, que o Pa�s tem o maior programa operacional do mundo de biocombust�veis, que as energias renov�veis contribuem com 84% da nossa matriz el�trica, gerando o recorde de empregos em solar e e�lica, e que o programa de gest�o de res�duos s�lidos j� reduziu em 20% o n�mero de lix�es a c�u aberto. "Destacamos especialmente o Programa �guas Brasileiras, com objetivo de chegar a 100 milh�es de �rvores plantadas", indicou.
O ministro ressaltou ainda o Novo Marco do Saneamento B�sico, a "incr�vel transforma��o" no modal log�stico para o ferrovi�rio com mais de 5 mil km de novos trilhos, o que representa, segundo ele, uma redu��o de 75% das emiss�es no transporte de cargas. "Resultados como estes demonstram a for�a da atual e real pol�tica ambiental brasileira", disse.
Na COP, Leite descreveu tamb�m que foi lan�ado o Programa Nacional de Crescimento Verde, para dar prioridade a iniciativas sustent�veis p�blicas e privadas voltadas � redu��o de emiss�es, conserva��o florestal e uso racional de recursos naturais. "O programa j� nasce com recursos de bancos federais da ordem de US$ 50 bilh�es", calculou.
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