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Estado de Minas GERAL

F�sica Sonia Guimar�es e m�dico Raul Cutait recebem pr�mio


10/11/2021 21:12

Primeira mulher negra a receber o Pr�mio Professor Em�rito - Trof�u Guerreiro da Educa��o Ruy Mesquita, a f�sica Sonia Guimar�es, de 64 anos, professora do Instituto Tecnol�gico da Aeron�utica (ITA), disse nesta quarta-feira em S�o Paulo que h� uma mudan�a no cen�rio da participa��o feminina na ci�ncia brasileira. "O vestibular deste ano no ITA aprovou o ingresso de 17 meninas. No ano passado, foram quatro. � o recorde dos recordes", alertou a cientista do ITA, de S�o Jos� dos Campos, antes de receber o Trof�u, edi��o 2021, criado em 1993 pelo Centro de Integra��o Empresa-Escola � CIEE.

O Pr�mio foi concedido tamb�m ao cirurgi�o Raul Cutait, de 71 anos, professor de medicina da USP, em 2020. Adiado pela pandemia, ele foi entregue nesta quarta-feira pelo diretor-presidente do Grupo Estado, Francisco Mesquita Neto, patrocinador do Pr�mio, e pelo presidente do Conselho de Administra��o do CIEE S�o Paulo, Jos� Augusto Minarelli.

A abertura do evento foi feita pelo CEO do CIEE, Humberto Casagrande. O CIEE atende 220 mil jovens em programas de forma��o profissional e tem uma fila de 1,7 milh�o � espera de vagas no Pa�s. O indicado para o pr�mio de Professor Em�rito sai de uma lista anual de 40 nomes.

A f�sica Sonia Guimar�es agradeceu a premia��o, destacando que � apenas a quarta mulher indicada em 23 anos. Os demais premiados foram todos homens. "Voc�s t�m de pensar em colorir mais a premia��o nos pr�ximos anos", disse a professora, dirigindo-se � organiza��o. "E tamb�m n�o tem nenhum homem negro", emendou, sob aplausos.

MACHISMO E RACISMO

"Estou lisonjeada por ser a primeira mulher negra a receber esse pr�mio", declarou a f�sica do ITA, que lembrou o que chamou de "machismo e racismo" contra seu desejo de ensinar.

Ela recordou epis�dios ocorridos durante sua forma��o. "Uma mulher racista me disse: �Voc� nunca vai aprender F�sica�. Outra, que nem me permitiu me inscrever para uma bolsa de inicia��o cient�fica, disse: �Voc� nunca vai usar F�sica para nada. Por que vou desperdi�ar uma bolsa dessas com voc�?�. O machismo e o racismo me expulsaram do cargo de professora, com doutorado na Inglaterra, pelo seguinte motivo: �Voc� n�o sabe ensinar F�sica e a tua roupa chama a aten��o para o teu corpo�", acrescentou ela, que foi expulsa para um instituto no qual n�o daria aulas, s� faria pesquisas.

"Querem saber o resultado das pesquisas? Criei uma t�cnica para produzir sensores de radia��o infravermelha que v�o na cabe�a do m�ssil e permitem a ele ver o avi�o perseguido. Inventei a t�cnica e consegui a patente." E concluiu: "O que eu mais queria era ver essa gente toda, que dizia que eu nunca iria aprender nem usar F�sica para nada, agora me ver recebendo o Pr�mio de Professora Em�rita - Trof�u Guerreira da Educa��o."

EDUCA��O E INFORMA��O

Segundo Francisco Mesquita, o Pr�mio indica a relev�ncia da educa��o e a import�ncia do compartilhamento do aprendizado pelos alunos. "Nunca foi t�o importante que educa��o e informa��o andem de m�os dadas no Pa�s", afirmou. "Num mundo hiperconectado, a sociedade recebe informa��o o tempo todo. Quanto melhor informados, melhor decidimos", disse. "Ao mesmo tempo, h� campo f�rtil para a desinforma��o, tentativa de manipula��o das pessoas por not�cias falsas ou distorcidas."

Para ele, "o rem�dio est� na fonte de informa��o de credibilidade, papel que n�s do Estad�o temos feito h� 146 anos, na defesa dos valores da democracia e da livre iniciativa, que coincidem com os valores do CIEE. E na educa��o; uma sociedade educada para saber interpretar corretamente os fatos e decidir o futuro".

No discurso, Cutait lembrou que iniciou a carreira lecionando F�sica em cursinho. Acumulando dezenas de especializa��es m�dicas, dentro e fora do Brasil, o cirurgi�o criticou a expans�o dos cursos de Medicina no Pa�s. Segundo ele, o Brasil subiu de 200 faculdades para cerca de 350. "O Brasil n�o precisa de tantos m�dicos. Nem tem docentes preparados para ensinar em tantas faculdades. Estamos falando da forma��o de incompetentes." Para ele, � preciso aprimorar avalia��es de desempenho e criar crit�rios de qualidade no ensino da Medicina.


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