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Estado de Minas COMPROVA

M�dico engana ao relacionar efic�cia da vacina a novo rem�dio da Pfizer

Publica��o no Twitter levantou suspeitas sobre a vacina e defendeu o chamado 'tratamento precoce', que n�o tem comprova��o cient�fica


12/11/2021 16:05 - atualizado 12/11/2021 16:19

Projeto comprova

Conte�do verificado: Post no Twitter levanta suspeitas sobre a vacina contra a covid-19 da Pfizer/BioNTech ao dizer que o mesmo fabricante agora investe "milh�es de d�lares no desenvolvimento de uma droga para tratar uma doen�a que sua vacina evitaria por completo".

� enganosa uma  postagem no Twitter , feita por um m�dico defensor do chamado "tratamento precoce", que coloca d�vidas sobre a efic�cia da vacina da Pfizer/BioNTech pelo fato de o laborat�rio norte-americano trabalhar no desenvolvimento de um comprimido contra a doen�a. Rem�dios e vacinas s�o estrat�gias complementares e servem para finalidades diferentes: um para tratar pacientes diagnosticados com o v�rus; outro para treinar o sistema imunol�gico e prevenir a infec��o e a evolu��o para quadros graves.

Diferentemente do que sugere o conte�do, a vacina n�o evita "por completo" a doen�a. Nenhum imunizante � 100% eficaz contra a covid-19, e os estudos que embasaram a aprova��o da Comirnaty mostram isso: a efic�cia geral da vacina foi calculada em 95% em ensaios cl�nicos que envolveram mais de 43 mil volunt�rios. Esses dados foram publicados em uma renomada revista cient�fica e referendados por autoridades de sa�de de v�rios pa�ses, incluindo o Brasil.

Al�m disso, o fato de uma vacina ter sido aprovada n�o significa que ela est� dispon�vel para todos de forma imediata. Cerca de metade da popula��o mundial n�o tomou sequer uma dose de qualquer vacina dispon�vel e permanece desprotegida contra a covid-19. Um quarto da popula��o brasileira se enquadra nessa situa��o. Dados mostram que em torno de 460 mil pessoas s�o infectadas e 7 mil morrem diariamente por complica��es do coronav�rus em todo o planeta.

Por fim, o desenvolvimento de medicamentos eficazes � necess�rio para um cen�rio adverso em que uma nova variante surja com capacidade de driblar a prote��o conferida pelas vacinas. A resposta de quanto tempo dura essa imunidade tamb�m est� sendo investigada pela ci�ncia.

O autor do post, Ricardo Zimerman, foi procurado por e-mail, mas n�o respondeu at� a publica��o da checagem. O  Comprova considerou o post enganoso  porque usa dados imprecisos e confunde, com ou sem a inten��o deliberada de causar dano.

Como verificamos?
O Comprova iniciou a verifica��o buscando informa��es junto � Pfizer sobre o medicamento que est� em fase de teste pelo laborat�rio farmac�utico.

Em seguida, fez a an�lise da rela��o entre ele e a vacina contra a covid-19, desenvolvida pela mesma empresa, e que possui registro definitivo no Brasil - pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) - e em outros pa�ses.

A reportagem leu estudos sobre a efic�cia do imunizante citado e pesquisou n�meros relacionados � vacina��o no pa�s, incluindo os da vacina da Pfizer.

O Comprova buscou, ainda, a opini�o de um especialista no assunto, o professor e imunologista Jorge Andrade Pinto, coordenador da Unidade de Pesquisa Cl�nica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Por fim, pesquisou quem � o m�dico autor da postagem e entrou em contato, mas n�o recebeu resposta at� esta publica��o.

O Comprova fez esta verifica��o baseado em informa��es cient�ficas e dados oficiais sobre o novo coronav�rus e a covid-19 dispon�veis no dia 12 de novembro de 2021.

Verifica��o
Vacina confere n�vel alt�ssimo de prote��o, mas n�o � infal�vel
N�o � verdade que a vacina da Pfizer "evitaria a doen�a por completo", como alega o post do m�dico checado pelo Comprova. Os testes que resultaram na aprova��o da vacina (estudos cl�nicos de fase 3) demonstraram uma efic�cia de 95% em prevenir casos de covid-19,  segundo consta em estudo publicado na revista cient�fica The New England Journal of Medicine , uma das mais prestigiadas do mundo. Apesar de alto, o �ndice n�o significa que todas as pessoas vacinadas est�o livres do risco de adoecer pela covid-19.

Um total de 43.548 volunt�rios foram divididos em dois grupos: os que receberiam a vacina da Pfizer e os que receberiam placebo. O sorteio resultou em 21.720 vacinados com a Comirnaty e 21.728 no grupo controle. Foram constatados 162 casos de covid-19 no grupo placebo e apenas oito entre as pessoas imunizadas, sete dias ap�s a segunda dose. Efic�cia semelhante foi observada independentemente de idade, sexo, ra�a, etnia, comorbidades pr�vias e peso dos participantes.

O estudo ainda demonstrou que a vacina oferece alguma prote��o, em menor grau, tamb�m com esquema vacinal incompleto. Foram registrados 39 casos em volunt�rios que haviam tomado apenas a primeira dose da vacina, contra 82 no grupo controle nesse mesmo per�odo, o que resulta em efic�cia geral de 52%. O estudo comprovou ainda que o imunizante � seguro, sendo que as rea��es adversas mais comuns s�o de car�ter leve a moderado, como dores no bra�o e sintomas semelhantes aos de uma gripe.

Em 23 de fevereiro de 2021, a Anvisa concedeu o registro definitivo � vacina contra a covid-19 desenvolvida em parceria pelos laborat�rios Pfizer e BioNTech. A equipe t�cnica da ag�ncia referendou os dados de seguran�a e efic�cia e autorizou a aplica��o da vacina em pessoas com 16 anos ou mais.

Em 11 de junho, a Anvisa aprovou o uso da vacina em jovens de 12 a 15 anos. A vacina demonstrou efic�cia de 100% em estudo cl�nico com jovens dessa faixa et�ria. A taxa n�o significa que seja imposs�vel que ocorram casos de covid-19 entre vacinados nesta faixa et�ria - quando o produto passa a ser aplicado em larga escala, na ordem de milh�es de pessoas, um n�mero estatisticamente pequeno, ignorado em determinada amostra, pode aparecer. Os ensaios de fase 3 foram realizados em 2.260 adolescentes, nos Estados Unidos. A aplica��o nesta faixa et�ria come�ou em setembro no Brasil.

Em 26 de outubro, a Administra��o de Alimentos e Medicamentos (FDA), ag�ncia regulat�ria norte-americana, emitiu autoriza��o para uso emergencial da vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid-19 para crian�as de 5 a 11 anos nos Estados Unidos. Estudo cl�nico com 4.647 crian�as concluiu que a vacina��o infantil apresenta uma efic�cia de quase 91% na preven��o da covid-19 sintom�tica. O pedido est� sob an�lise no Brasil.

Segundo dados do Minist�rio da Sa�de, at� 10 de novembro, foram aplicadas  75,68 milh�es de doses desta vacina no Brasil , o equivalente a 27,8% do Programa Nacional de Imuniza��o (PNI). A vacina da Pfizer � aplicada em duas doses, e o produto tamb�m est� sendo utilizado como dose de refor�o para grupos de risco desde agosto.

Al�m dessas evid�ncias de que o produto funciona e � seguro para os grupos indicados, outros estudos foram realizados com o objetivo de avaliar qu�o eficiente a vacina � em prevenir cont�gio, hospitaliza��es e mortes pela doen�a no "mundo real". 
A resposta da ci�ncia � amplamente positiva.


Apesar disso, evid�ncias relacionadas � queda no n�vel de anticorpos ap�s alguns meses e o surgimento de novas variantes mais transmiss�veis, como a Delta, trazem alguma preocupa��o entre os cientistas.  As vacinas continuam funcionando e salvando vidas nesse contexto , mas doses de refor�o passaram a ser recomendadas por autoridades de sa�de, assim como a ado��o de medidas n�o farmacol�gicas, como o uso de m�scaras, em locais com alta circula��o do v�rus.

Rem�dios s�o necess�rios mesmo com vacinas
O objetivo de se desenvolver um medicamento contra a covid � o tratamento de pessoas infectadas pelo v�rus, a fim de reduzir a gravidade da doen�a, hospitaliza��es e mortes, bem como a probabilidade de infec��o ap�s a exposi��o. De acordo com o professor e imunologista Jorge Andrade Pinto, coordenador da Unidade de Pesquisa Cl�nica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os rem�dios que est�o sendo estudados s�o antivirais que visam diminuir a replica��o do v�rus Sars-Cov-2 na pessoa infectada, diminuindo a chance de progress�o para a doen�a grave e interna��o.

As vacinas operam de uma forma diferente: o objetivo � treinar o sistema imunol�gico para que a pessoa tenha uma resposta r�pida e robusta contra o v�rus no caso de uma contamina��o futura. Como � de conhecimento p�blico, as vacinas n�o eliminam completamente a possibilidade de uma infec��o pelo novo coronav�rus e medicamentos ainda s�o necess�rios para o tratamento de casos que podem evoluir para forma grave.

Em uma  entrevista para a revista Veja Sa�de , em mar�o deste ano, o m�dico portugu�s Guilherme Pessoa-Amorim, pesquisador da Universidade de Oxford e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, explicou por que os medicamentos continuam sendo necess�rios para combater a pandemia.

"As vacinas ter�o um efeito tremendo na redu��o da transmiss�o, hospitaliza��es e mortalidade da covid-19, mas n�o s�o 100% eficazes, e demorar� algum tempo at� atingirmos a imunidade de grupo em cada um dos pa�ses, e ainda mais a n�vel global".

O pesquisador tamb�m ressalta que podem surgir novas variantes no futuro que escapem da prote��o vacinal - o que n�o ocorreu at� o momento - e destacou que ainda n�o se tem a resposta sobre quanto tempo dura a prote��o conferida pelas vacinas.

"� poss�vel que a covid-19 se torne uma doen�a end�mica na popula��o, como a gripe comum, com picos sazonais e necessidade de atualiza��o peri�dica de vacinas", explicou � revista. "Sendo assim, continuar� a haver um grande n�mero de pessoas sendo infectadas e manifestando doen�a grave, com necessidade de hospitaliza��o e, consequentemente, de tratamentos eficazes e cuidados adequados."

O post aqui checado desconsidera v�rios aspectos. A principal falha da tese � que o fato de uma vacina ter sido aprovada com um elevado patamar de efic�cia n�o significa que imediatamente todas as pessoas passaram a ter acesso a ela. No Brasil, por exemplo, 57,08% da popula��o tinha completado o esquema vacinal e 73,28% havia recebido ao menos uma dose de alguma das quatro vacinas aprovadas at� ter�a-feira, 9 de novembro. O produto da Pfizer/BioNTech representa cerca de 28% das doses aplicadas.

Aproximadamente um quarto da popula��o brasileira permanece totalmente desprotegida, enquanto cerca de 16% ainda aguardam a segunda dose da vacina, mesmo com quase 10 meses de campanha - lembrando que alguns grupos, como crian�as de at� 11 anos, ainda n�o podem ser imunizadas no pa�s, enquanto uma parcela minorit�ria simplesmente se recusa a tomar a vacina mesmo com as evid�ncias dispon�veis atualmente.

Em todo o mundo, cerca de 40% da popula��o estava com o esquema vacinal completo na mesma data e 51,2% receberam ao menos a primeira dose, segundo a plataforma Our World In Data, mantida por pesquisadores da Universidade de Oxford. O levantamento informa que 123 pa�ses e territ�rios tinham menos da metade da popula��o com as doses necess�rias, enquanto 44 deles sequer chegaram a 10%. Do outro lado, apenas 10 na��es superaram a marca de 80% (veja mais no gr�fico abaixo).


Esses n�meros ajudam a explicar porque, mesmo com a disponibiliza��o das primeiras vacinas a partir de dezembro de 2020, o n�mero de casos e mortes por covid-19 continua elevado e a pandemia ainda n�o pode ser controlada em muitos lugares.

Segundo o mapa de monitoramento da covid-19 da Universidade Johns Hopkins, a quantidade semanal de casos confirmados no mundo est� pr�xima a 3 milh�es, enquanto o n�mero de mortes fica em torno de 48 mil por semana. A plataforma Our World In Data informava no dia 10 de novembro uma m�dia m�vel de 474.729 casos e 7.167 mortes por dia no mundo.

No Brasil, a  m�dia m�vel de casos estava em 11.039 por dia , e a de mortes, 243 por dia, em 9 de novembro de 2021, de acordo com levantamento do cons�rcio de ve�culos de imprensa, que leva em conta os boletins fornecidos pelas Secretarias Estaduais de Sa�de. Essa m�dia � calculada a partir dos dados dos �ltimos sete dias, como forma de evitar distor��es em determinados momentos da semana.

Outro fator que impacta esses valores � o surgimento de variantes mais transmiss�veis do coronav�rus, como a Delta, que apresenta uma maior chance de sucesso em driblar as defesas do corpo, inclusive entre os vacinados. Ainda assim, as vacinas continuam prevenindo casos, hospitaliza��es e mortes pela doen�a. O estado de S�o Paulo, por exemplo, registrou no in�cio de novembro  uma queda de 93% nas mortes  por covid-19 ante abril, pico da segunda onda da pandemia. Atualmente, o maior risco est� entre aqueles que n�o se vacinaram ou ainda n�o completaram a imuniza��o.

Diante da quantidade de pessoas afetadas pela pandemia hoje, a estrat�gia de buscar medicamentos que funcionem contra a doen�a segue relevante, do ponto de vista humanit�rio — e existe demanda para as empresas farmac�uticas interessadas em descobrir esse tipo de tratamento.

O post tamb�m ignora que as vacinas e as terapias medicamentosas constituem estrat�gias complementares. Um dos motivos � justamente que nenhum imunizante � capaz de prevenir 100% uma infec��o. Para esses casos — a taxa de breakthrough, infec��es em quem j� foi imunizado com duas doses — somados com os indiv�duos que n�o tiveram acesso aos imunizantes anteriormente, a disponibiliza��o de um tratamento que comprovadamente funcione � essencial para salvar vidas e reduzir os danos causados ao organismo pela covid-19.

Pfizer diz que medicamento reduziu o risco de hospitaliza��o ou morte em 89%
No dia 5 de novembro de 2021, a Pfizer anunciou que o seu candidato a tratamento por via oral contra a covid-19, o medicamento batizado de Paxlovid, reduziu o risco de hospitaliza��o ou morte em 89% na an�lise provis�ria em estudo de fase 2 e 3. A porcentagem foi calculada em compara��o com o placebo em adultos de alto risco n�o hospitalizados com a doen�a. Os resultados foram noticiados pela imprensa.

De acordo com a farmac�utica, na popula��o geral do estudo, at� o dia 28 nenhuma morte foi relatada em pacientes que receberam o medicamento, em compara��o com 10 mortes em pacientes que receberam placebo. A Pfizer planeja enviar os dados como parte de sua apresenta��o cont�nua � FDA o mais r�pido poss�vel.

O Paxlovid � uma terapia antiviral projetada para ser prescrita ao primeiro sinal de infec��o ou ao primeiro conhecimento de uma exposi��o, no intuito de evitar o agravamento da doen�a e a consequente hospitaliza��o e morte.

“A preven��o � o nosso objetivo prim�rio. N�s recebemos a imunidade atrav�s da vacina, mas para a popula��o que mesmo vacinada foi contaminada pela doen�a ou para o n�o vacinado, disponibilizamos os medicamentos antivirais, com a inten��o de modificar o curso da doen�a” refor�a o coordenador da Pesquisa Cl�nica na UFMG, Jorge Pinto.

Estudo randomizado duplo-cego foi realizado
De acordo com o an�ncio da Pfizer, um estudo randomizado duplo-cego – quando nem o examinado e nem o examinador sabem o que est� sendo utilizado como vari�vel em um dado momento – foi realizado em pacientes adultos n�o hospitalizados com covid-19 e que apresentavam alto risco de progredir para doen�a grave. Os pacientes foram tratados dentro de tr�s dias do in�cio dos sintomas.

Os resultados apontaram que 0,8% dos pacientes que receberam o medicamento foram hospitalizados at� o dia 28 ap�s a randomiza��o (3/389 hospitalizados, sem mortes), em compara��o com 7,0% dos pacientes que receberam placebo e foram hospitalizados ou morreram (27/385 hospitalizados, com sete mortes subsequentes).

Ainda conforme a Pfizer, redu��es semelhantes na hospitaliza��o ou morte relacionadas � covid-19 foram observadas em pacientes tratados dentro de cinco dias do in�cio dos sintomas: 10% que receberam o medicamento foram hospitalizados at� o dia 28 ap�s a randomiza��o (6/607 hospitalizados, sem mortes), em compara��o com 6,7% dos pacientes que receberam placebo (41/612 hospitalizados, com 10 mortes subsequentes)

Na popula��o geral do estudo, at� o dia 28 nenhuma morte foi relatada em pacientes que receberam o rem�dio da Pfizer, em compara��o com 10 (1,6%) mortes em pacientes que receberam placebo.

A an�lise prim�ria do conjunto de dados provis�rio avaliou 1219 adultos que foram inscritos at� 29 de setembro de 2021. No momento da decis�o de interromper o recrutamento de pacientes, a inscri��o era de 70% dos 3 mil pacientes planejados de locais de ensaios cl�nicos nas Am�ricas do Sul e Norte, Europa, �frica e �sia, com 45% dos pacientes localizados nos Estados Unidos.

Os indiv�duos inscritos tinham um diagn�stico confirmado por laborat�rio de infec��o por Sars-CoV-2 dentro de um per�odo de cinco dias com sintomas leves a moderados e eram obrigados a ter pelo menos uma caracter�stica ou condi��o m�dica subjacente associada a um risco aumentado de desenvolver doen�a grave. Cada paciente foi randomizado (1:1) para receber Paxlovid ou placebo por via oral a cada 12 horas por cinco dias.

A Pfizer diz ter comparado tamb�m eventos adversos emergentes do tratamento %u200B%u200Bentre o medicamento (19%) e o placebo (21%), a maioria de intensidade leve.

Testes no Brasil
Procurada pelo Comprova, a Pfizer informou que em outubro de 2021 iniciou no Brasil a condu��o de uma s�rie de estudos cl�nicos de Fase 2/3 com o uso da mol�cula PF-07321332.

No pa�s, s�o mais de 20 centros de pesquisa que participam da pesquisa e que est�o convocando volunt�rios nos estados do Amazonas, Bahia, Cear�, Distrito Federal, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e S�o Paulo.

S�o selecionados maiores de 18 anos e, dependendo em qual das tr�s vertentes dos estudos sejam eleg�veis, podem ou n�o j� estar vacinados contra covid-19. “A PF-07321332 j� demonstrou potente atividade in vitro contra o Sars-CoV-2 nas fases pr�-cl�nicas, assim como adequadas seguran�a e tolerabilidade em estudos de Fase I em humanos”, afirma a farmac�utica.

A Pfizer Brasil explica, ainda, que nesses estudos, o f�rmaco tamb�m ser� coadministrado com uma baixa dose de ritonavir, assim como ocorreu nos Estados Unidos.

“Considerando os resultados positivos obtidos nos estudos pr�-cl�nicos, a Pfizer deu continuidade ao programa de desenvolvimento cl�nico dessa mol�cula e realiza tr�s estudos pivotais, randomizados, duplo-cego e controlados por placebo”.

O primeiro estudo se d� em pacientes n�o vacinados ou vacinados com suspeita e/ou diagn�stico de covid-19 e com baixo risco de desenvolver doen�a grave. O segundo em pacientes n�o vacinados com suspeita e/ou diagn�stico de Covid-19 e com alto risco de desenvolver doen�a grave. E o terceiro em pessoas n�o vacinadas cujos contatos domiciliares est�o com covid-19.

A diretora m�dica da Pfizer Brasil, M�rjori Dulcine, por meio da assessoria de comunica��o, afirma que a empresa entende que as medidas de combate � pandemia de covid v�o al�m da vacina��o, por isso a realiza��o de ensaios iniciais de rastreamento de compostos antivirais em busca de potenciais mol�culas.

Por fim, a empresa destaca que tais estudos foram previamente aprovados pela Anvisa e Comiss�o Nacional de �tica em Pesquisa (CONEP), assim como pelos Comit�s de �tica dos centros de pesquisa selecionados.

O autor
O autor do tu�te � o m�dico infectologista Ricardo Ariel Zimerman, que em junho deste ano foi ouvido na Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Pandemia , onde se manifestou a favor do chamado “tratamento precoce”, que utiliza medicamentos sem comprova��o cient�fica contra covid-19.

Zimerman tamb�m foi citado em uma reportagem do Matinal Jornalismo, publicada em agosto de 2021, como um dos respons�veis por testes com a subst�ncia proxalutamida em pacientes contaminados pelo novo coronav�rus, que teriam ocorrido em um hospital da Pol�cia Militar do Rio Grande do Sul (RS) sem autoriza��o da Anvisa, o que � investigado pelo Minist�rio P�blico Federal. Ele foi denunciado, ainda, por ter amea�ado jornalistas envolvidos na reportagem.

O m�dico j� foi alvo de verifica��es em outras ocasi�es e por diferentes motivos. O pr�prio Comprova j� identificou ser enganosa uma mensagem publicada por ele no Twitter comparando pedido de um vidente para que as pessoas sigam usando m�scara como meio de prote��o contra a covid-19 com os resultados de um estudo da Dinamarca que n�o teria mostrado benef�cio para o uso de prote��o facial.

Outros ve�culos, como Estad�o Verifica e GHZ, tamb�m verificaram conte�dos do infectologista, que recomendou tratamento precoce sem efic�cia comprovada e usou dados distorcidos para falar de isolamento social nas cidades.

Ele foi procurado pela reportagem, mas n�o respondeu at� esta publica��o.

Por que investigamos?
Em sua quarta fase, o Comprova verifica conte�dos suspeitos sobre pandemia, pol�ticas p�blicas do governo federal e elei��es. O tu�te verificado teve 700 retu�tes e mais de 3 mil curtidas at� o dia 12 de novembro de 2021.

Publica��es enganosas como esta colocam a sa�de da popula��o em risco ao sugerir que a vacina��o contra a covid-19 � dispens�vel. Tanto a efic�cia quanto a seguran�a dos imunizantes j� foram comprovadas em estudos de �rg�os e ag�ncias nacionais, como a Anvisa, e internacionais.

O Comprova j� publicou outras checagens que desmentem boatos ligados � vacina��o e pandemia, como o que informa ser  falso que antiviral em teste da Pfizer teria ivermectina na f�rmula  e ser  enganoso post que afirmava que a vacina contra a covid-19 poderia gerar HIV, c�ncer e HPV .

Enganoso, para o Comprova, � todo o conte�do retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra altera��es; que usa dados imprecisos.


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