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Estado de Minas SOCIEDADE

Pesquisa: mulher vive vulnerabilidade desde o momento em que sai de casa

Elas tamb�m s�o parcela da popula��o que declara sentir mais medo. E, para isso, n�o importa o meio de transporte que utilizem para se locomover


24/11/2021 08:58

Os dados do levantamento demonstram que 69% das mulheres já foram alvo de olhares insistentes e cantadas inconvenientes ao se deslocarem pela cidade
Os dados do levantamento demonstram que 69% das mulheres j� foram alvo de olhares insistentes e cantadas inconvenientes ao se deslocarem pela cidade (foto: Zach Guinta/Unsplash)
Do momento em que saem at� a hora de voltar para casa, as mulheres brasileiras s�o o grupo mais vulner�vel � viol�ncia durante o percurso. Elas tamb�m s�o a parcela da popula��o que declara sentir mais medo. � o que revela a pesquisa "Percep��es sobre seguran�a das mulheres nos deslocamentos pela cidade", realizada pelo Instituto Patr�cia Galv�o e pelo Instituto Locomotiva, com apoio da Uber e suporte t�cnico e institucional da ONU Mulheres.

Os dados do levantamento demonstram que 69% das mulheres j� foram alvo de olhares insistentes e cantadas inconvenientes ao se deslocarem pela cidade. Nada menos que 35% j� sofreram importuna��o/ass�dio sexual, e 67% das negras relataram ter passado por situa��es de racismo quando estavam a p�.

Quadro mostra os números e dados
importuna��o mulher andando na rua (foto: Thiago Fagundes/CB/D.A Press)

Apesar de consideravelmente maior no sexo feminino, h� uma sensa��o geral de inseguran�a durante os deslocamentos urbanos. Apenas 16% das mulheres e homens que circulam pela cidade utilizando as mais diversas modalidades de transporte sentem-se plenamente seguros.

A pesquisa aponta, ainda, que antes de sair de casa, as mulheres tomam muitas medidas preventivas e de seguran�a. Evitar o uso de alguns acess�rios, dispensar um caminho mais longo ou demorado e evitar locais escuros est�o entre os recursos que as brasileiras recorrem nos seus trajetos.

Os n�meros do estudo revelam que pelo menos oito em cada 10 brasileiras fazem uso de alguma medida de seguran�a nos seus trajetos: 92% evitam sair � noite, 87% escolhem o lugar em que v�o se sentar no transporte coletivo pensando na sua seguran�a e 96% evitam passar em local deserto/escuro.

As porcentagens de outras medidas de seguran�a adotadas pelas mulheres em compara��o com homens tamb�m s�o altas. Oitenta e cinco por cento das entrevistadas pedem para que outras pessoas as esperem em casa ou aguardam not�cias delas quando chegam ao destino, enquanto que no caso dos homens isso s� � verificado por 68%. Al�m disso, enquanto 82% das mulheres evitam usar alguns tipos de roupa ou acess�rios, a porcentagem masculina � de 72%.

N�o importa se em transportes individuais ou coletivos, p�blicos ou particulares, as mulheres s�o abusadas e assediadas nos diversos meios de deslocamento pela cidade. A p� e de �nibus s�o as formas com maior incid�ncia de casos, de acordo com a pesquisa. Ao menos 69% das mulheres j� foram alvo de olhares insistentes e cantadas inconvenientes durante o trajeto e 78% temem isso no meio de transporte que utiliza.

Racismo

O levantamento mostra, tamb�m, que quest�es raciais s�o determinantes para a inseguran�a de mulheres durante seus trajetos em meios de transporte em espa�os p�blicos. A sensa��o de inseguran�a durante os deslocamentos � ainda mais acentuada para as negras: 67% delas relataram ter passado por situa��es de racismo quando estavam a p�; em �nibus, os casos de preconceito e discrimina��o foram de 34%. Al�m disso, a maioria (80%) das mulheres que se desloca teme ser v�tima de crime racial.

As consequ�ncias do isolamento social para frear a transmiss�o da covid-19 e os desdobramentos da pandemia impactaram as mulheres profundamente. Medo de sair de casa, receio de se ausentar � noite e menor possibilidade de se deslocar pela cidade est�o entre as mudan�as de h�bito das brasileiras. O levantamento mostra, ainda, que, para quase 30% das entrevistadas, a cidade ficou mais perigosa na pandemia. Agora, 77% das mulheres dizem sentir mais medo de sair de casa e 29% delas mudaram h�bitos de deslocamento porque a cidade pareceu mais perigosa no per�odo.

O estudo foi realizado em outubro de 2021 pelo ambiente on-line. Foi feito com 2.017 pessoas (1.194 mulheres e 823 homens), com 18 anos de idade ou mais.

*Estagi�ria sob a supervis�o de Fabio Grecchi


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