
A Alemanha, que possui 68% da popula��o totalmente vacinada, tem apresentado um pico nas ocorr�ncias de infec��o. Nas primeiras semanas de outubro, o pa�s registrava m�dia semanal de 8 mil a 9 mil casos. J� na �ltima semana, a m�dia ultrapassou os 50 mil casos, sendo registrados mais de 68 mil infec��es em apenas um �nico dia.
Outro pa�s que apresentou alta nos quadros de COVID-19 foi a Holanda. Nessa ter�a-feira (23/11), o pa�s chegou a acumular 22.956 ocorr�ncias. Em um cen�rio totalmente diferente, nas primeiras semanas de outubro, os casos di�rios n�o passavam de 4 mil infec��es.
Primeiro pa�s a impor o lockdown para os n�o vacinados, a �ustria passou de uma m�dia de no m�ximo 4 mil casos em outubro para 14 mil registros de infec��o em novembro. Com pouco mais de 65% da popula��o totalmente vacinada, o pa�s al�m de decretar o isolamento, tamb�m decidiu pela obrigatoriedade da vacina��o. A partir do ano que vem, quem se recusar a receber o imunizante vai pagar uma multa equivalente a R$ 22 mil.
A B�lgica, pa�s que tamb�m tem demonstrado um aumento na m�dia, assiste a uma s�rie de protestos em meio �s medidas restritivas que buscam conter a pandemia. Nessa segunda-feira (21/11), foram registradas mais de 42 mil novas infec��es. Durante quase todo o m�s de outubro, a m�dia havia permanecido abaixo dos 4 mil.
O epidemiologista Geraldo Cunha Cury, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), acredita que o problema dos pa�ses europeus foi a falta de vacina��o de uma parte da popula��o e a retirada das medidas preventivas, atrelado �s aglomera��es. Para ele, se o Brasil seguir o mesmo caminho, a tend�ncia � que uma quarta onda tamb�m chegue ao pa�s.
Cury acredita que a vacina��o nesses pa�ses e as aglomera��es sem m�scara s�o os principais fatores preocupantes. "O mais importante agora � manter o uso de m�scaras, evitar aglomera��es e apostar na vacina. Tem muita gente que n�o tomou a segunda dose, muita gente n�o tomou a terceira dose. Os estudos t�m indicado que em torno de seis meses j� ocorre uma queda de anticorpos, ent�o ela [terceira dose] seria no sentido de refor�ar essa imunidade", finalizou.
O infectologista Una� Tupinamb�s, tamb�m professor da UFMG e integrante do Comit� de Enfrentamento � COVID-19 da Prefeitura de BH, pontua que pa�ses com a vacina��o muito pr�xima � do Brasil t�m apresentado essa alta no n�mero de casos, e que isso serve de alerta.
"A gente tem uma amea�a caso a gente relaxe totalmente. Neste momento temos que ampliar a vacina��o, manter o uso de m�scara, porque a m�scara j� demonstrou que tem uma efic�cia grande no controle da pandemia", enfatizou. Para ele, a flexibiliza��o excessiva � um risco muito grande neste cen�rio de incertezas, e acredita que isso pode colocar em risco o verdadeiro controle da pandemia.
Com mais de 60% da popula��o brasileira totalmente vacinada contra a COVID-19, a flexibiliza��o � uma realidade em todo o pa�s. Por mais que muitos cidad�os ainda n�o tenham completado a imuniza��o e a dose de refor�o tenha sido aplicada em apenas uma pequena parcela, o ritmo das atividades em todo o territ�rio brasileiro tem se acelerado cada vez mais.
O pa�s que come�ou a imunizar tempos depois de alguns pa�ses, vive no momento atual, um cen�rio de expectativas e al�vio. Com a redu��o dos �ndices de casos de �bitos e infec��o, o pa�s experimenta uma fase de flexibiliza��o, onde programas que comportam um grande n�mero de pessoas, como shows, festas, eventos em est�dios, t�m se tornado cada vez mais comuns.
Una� ressalta a import�ncia da vacina��o completa � popula��o e tamb�m, da terceira dose para aqueles que j� podem tomar a dose de refor�o. De acordo com ele, apenas quando 85% da popula��o estiver vacinada, e os com mais de seis meses de imuniza��o estiverem refor�ados, o Brasil pode ficar mais tranquilo em rela��o � pandemia.
*Estagi�rio sob supervis�o da editora-assistente Vera Schmitz
