Variante �micron j� chega a quatro continentes; Pa�s investiga um caso

A Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) identificou um caso positivo de covid-19 em um passageiro brasileiro com passagem pela �frica do Sul e que desembarcou no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, anteontem. N�o h� ainda a confirma��o que o caso seja da variante �micron, j� identificada em quatro continentes (�sia, Europa, Oceania e �frica) e mais de dez pa�ses, que vem assustando cientistas e autoridades. Hoje come�am a valer restri��es brasileiras a viajantes, enquanto brasileiros na �frica do Sul buscam apoio consular para tentar voltar ao Pa�s.

O ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, afirmou neste domingo, que os cuidados com a �micron s�o os mesmos tomados com cepas anteriores e trata-se de "uma variante de preocupa��o" e n�o de uma "variante de desespero". O ministro assegurou que as autoridades sanit�rias brasileiras t�m "todas as condi��es para assistir a popula��o". "A principal arma que n�s temos para enfrentar essas situa��es � a nossa campanha de imuniza��o", disse Queiroga, durante transmiss�o em suas redes sociais. "E as autoridades sanit�rias dos Estados e dos munic�pios, com o Minist�rio da Sa�de, est�o trabalhando para que tenhamos uma seguran�a cada vez maior."

Na mesma transmiss�o, o secret�rio de Aten��o Especializada � Sa�de, S�rgio Yoshimasa Okane, afirmou que o minist�rio est� monitorando leitos para covid-19. Caso seja necess�rio, unidades que foram fechadas ap�s a diminui��o dos casos podem ser reabertas. "O minist�rio tem uma reserva estrat�gica (de medicamentos do chamado �kit intuba��o�), caso haja um aumento do n�mero de pacientes que necessitem. N�s temos recursos, insumos para um eventual aumento do n�mero de casos", acrescentou.

At� o momento, casos da nova variante foram detectados em �frica do Sul, Reino Unido, Alemanha, It�lia, Holanda, Dinamarca, B�lgica, Botsuana, Israel, Austr�lia e Hong Kong. A �ustria analisa um caso suspeito, enquanto o ministro da Sa�de da Fran�a, Olivier Veran, admitiu que a cepa j� deve estar em circula��o no territ�rio.

VOOS

A partir de hoje, e por um prazo inicial de 14 dias, o Brasil proibir� voos internacionais que tenham origem ou passagem por �frica do Sul, Botsuana, Essuat�ni, Lesoto, Nam�bia e Zimb�bue. A entrada de brasileiros, contudo, n�o est� suspensa. Mas o viajante brasileiro procedente ou com passagem por esses pa�ses africanos nos �ltimos 14 dias antes do embarque, ao ingressar no territ�rio brasileiro, dever� permanecer em quarentena por 14 dias na cidade do seu destino final.

Mesmo autorizados a voltar ao Pa�s, brasileiros que est�o na �frica do Sul n�o conseguem encontrar voos para o retorno. Ontem, o brasileiro Rodrigo Hauck, de 36 anos, e a mulher, Maria Carolina Papadam Hauck, de 33, buscavam voo para regressar pela a�rea alem� Lufthansa, uma das poucas que ainda estavam fazendo voos procedentes do aeroporto internacional da Cidade do Cabo. Emirates, Qatar e TAAG suspenderam as conex�es.

Na �frica do Sul desde outubro, o casal, a filha de 2 anos e os pais de Hauck retornariam ao Brasil na ter�a-feira passada, mas tiveram o voo cancelado. "O triste � ver como o pa�s est� sendo castigado por descobrir a nova variante."

J� a nutricionista Thayane Silveira, de 28, chegou na Cidade do Cabo na quinta, quando a variante foi divulgada. "Viemos para turismo e nosso voo de volta seria na sexta-feira, dia 3, mas a Qatar j� nos notificou do cancelamento." Tayn� Franco, de 28 anos, est� gr�vida de 27 semanas. Tamb�m na Cidade do Cabo desde quarta-feira, a Qatar cancelou seu voo de volta. "N�s entramos em contato com o Consulado do Brasil, que por enquanto pediu que aguard�ssemos as pr�ximas horas.
Estamos tentando montar uma rede de apoio." O grupo de WhatsApp "brasileiros na �frica do Sul" j� conta com mais de 90 participantes.

A embaixada do Brasil em Pret�ria e o consulado brasileiro na Cidade do Cabo est�o recolhendo os dados para tentar identificar casos urgentes.

"Simultaneamente, estamos tentando contato com as companhias para ver qual a expectativa de retomada dos voos", disse o porta-voz da embaixada.

Ontem, o presidente da �frica do Sul, Cyril Ramaphosa, disse que as restri��es de viagens impostas aos pa�ses do sul da �frica s�o injustificadas e os pa�ses ricos deveriam ajudar � na produ��o de vacinas. Uma for�a-tarefa est� trabalhando para tornar o imunizante obrigat�rio na �frica do Sul para locais de trabalho e para frequentar lugares p�blicos. Ramaphosa disse que, por enquanto, o que se sabe � que essa variante tem mais muta��es do que qualquer outra.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.