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Estado de Minas NOVA VARIANTE

Com voos cancelados, brasileiros na �frica do Sul pedem ajuda a consulado

O Brasil publicou uma portaria proibindo voos internacionais que tenham origem ou passagem pela �frica do Sul, Botsuana, Essuat�ni, Lesoto, Nam�bia e Zimb�bue


29/11/2021 10:42 - atualizado 29/11/2021 13:31

Avião
Al�m do Brasil, Uni�o Europeia, Reino Unido, Estados Unidos e outros pa�ses recomendaram a suspens�o e baniram voos provenientes de pa�ses do sul da �frica (foto: Getty Images)

Desde que cientistas sul-africanos identificaram e divulgaram uma nova variante do coronav�rus na quinta-feira, 25, a Uni�o Europeia, Reino Unido, Estados Unidos e outros pa�ses recomendaram a suspens�o e baniram voos provenientes de pa�ses do sul da �frica. No s�bado, 27, o Brasil tamb�m publicou uma portaria proibindo voos internacionais que tenham origem ou passagem pela �frica do Sul, Botsuana, Essuat�ni, Lesoto, Nam�bia e Zimb�bue nos �ltimos 14 dias.

Segundo a portaria, a entrada de estrangeiros procedentes ou com passagem por esses pa�ses est� proibida. A entrada de brasileiros, contudo, n�o est� suspensa. Mas o viajante brasileiro procedente ou com passagem por esses pa�ses africanos nos �ltimos 14 dias antes do embarque, ao ingressar no territ�rio brasileiro, dever� permanecer em quarentena por 14 dias na cidade do seu destino final.

Mesmo autorizados a voltar ao pa�s, brasileiros que est�o na �frica do Sul n�o conseguem encontrar voos para o retorno. Na manh� do domingo, 28, o brasileiro Rodrigo Hauck, 36, e sua esposa Maria Carolina Papadam Hauck, 33, tentavam arrumar outro voo para regressar pela a�rea alem� Lufthansa, uma das poucas que ainda estava fazendo voos procedentes do aeroporto internacional da Cidade do Cabo, junto da Ethiopian Airlines. Emirates, Qatar e TAAG suspenderam os voos.

Na �frica do Sul desde outubro, o casal, a filha de dois anos e os pais de Hauck retornariam ao Brasil nesta ter�a-feira, dia 30, mas tiveram o voo cancelado. "N�s estamos conversando com o Airbnb para flexibilizar nossa estadia por mais tempo, mas h� pessoas que n�o conseguem se manter aqui", disse. "O triste � ver como o pa�s est� sendo castigado por descobrir a nova variante".

Wagner Tavares Buono, 31, est� na �frica do Sul desde janeiro do ano passado, quando come�ou um est�gio p�s-doutoral na Universidade do Witwatersrand, em Joanesburgo. "Meu voo de volta seria na ter�a pela Ethiopian. Na verdade pode ser que aconte�a ainda. As informa��es oficiais da companhia s�o de que o voo ainda est� confirmado, eu at� fiz o check-in", contou.

Ainda que os voos pela Eti�pia sejam, at� o momento, a op��o de retorno dos brasileiros - j� que o pa�s est� com as fronteiras abertas e voos operando -, a Embaixada do Brasil em Adis Abeba emitiu um comunicado neste m�s recomendando que brasileiros evitem viagens n�o essenciais com destino � Eti�pia e, quando fact�vel, considerem poss�veis alternativas para escala ou conex�o no aeroporto de Adis Abeba, j� que "muitas destas implicam em pernoite na cidade".

O governo et�ope declarou Estado de Emerg�ncia no in�cio do m�s depois que o grupo terrorista TLFP (Frente de Liberta��o do Povo Tigr�) tomou duas cidades da regi�o de Amhara. "Nas situa��es de necessidade de escala mais dilatada em Adis Abeba, a op��o de pernoite no pr�prio aeroporto poderia ser considerada, diante do cen�rio de incertezas e demora nos deslocamentos aos hot�is designados pelas companhias a�reas, causado pelas medidas de seguran�a refor�adas na capital et�ope", diz o comunicado.

"Gostaria de voltar o quanto antes, porque n�o pude ver minha fam�lia no ano passado. Entendi que era muito arriscado viajar sem a vacina, para mim e para minha fam�lia", disse Buono.

Ele v� as restri��es impostas aos pa�ses africanos como "uma medida dr�stica, que nunca foi aplicada t�o rapidamente a nenhum outro continente e que n�o segue as diretrizes da OMS". "Fica dif�cil entender porque nem todos os pa�ses com casos confirmados foram banidos, s� os do continente africano", afirma.

A servidora p�blica M�nica Pereira de Morais, 33, chegou na Cidade do Cabo na segunda-feira, 22, com uma amiga. Em turismo pela cidade, elas conheceram outros brasileiros. "O voo dos meninos que conhecemos, que seria na segunda-feira, 29, com escala em Dubai, j� foi cancelado pela Emirates. Como n�s compramos por uma ag�ncia, ainda n�o tivemos comunica��o direta, mas acreditamos que o nosso voo tamb�m ser� cancelado, j� que Dubai fechou as fronteiras."

A nutricionista Thayane Silveira, 28, chegou na Cidade do Cabo na quinta-feira, 25, quando a variante foi divulgada. "Viemos para turismo e nosso voo de volta seria na sexta-feira, dia 3, mas a Qatar j� nos notificou do cancelamento. Nossa ideia � voltar o quanto antes, mas pelo que me parece, o que est� dificultando nosso regresso s�o os pa�ses em que seria necess�rio fazer a conex�o".

A brasileira Tayn� Franco, 28, est� gr�vida de 27 semanas. Tamb�m na Cidade do Cabo desde quarta-feira, 24, a Qatar cancelou seu voo de volta, que seria na quinta-feira. "N�s entramos em contato com o Consulado do Brasil que por enquanto pediu que aguard�ssemos as pr�ximas horas ou at� segunda-feira para ver ser� feito. Com a inseguran�a, eu procurei alguns brasileiros e estamos tentando montar uma rede de apoio aqui para que a gente consiga repassar informa��es e consiga se ajudar."

O grupo de WhatsApp "brasileiros na �frica do Sul" j� conta com mais de 90 participantes, que compartilham informa��es sobre os voos. "Estamos mantendo a calma. Como n�o se sabe muita coisa, esperamos as horas de informa��o para que a gente consiga voltar para o Brasil o mais breve poss�vel, todos em seguran�a", disse.

Isabela Prado, 24, chegou � Cidade do Cabo no dia 20 de novembro para passar f�rias com o namorado. Ela voltaria para o Brasil neste domingo, mas teve o voo cancelado pela Emirates. "Estamos aguardando um posicionamento do consulado, ainda n�o h� voos dispon�veis para voltarmos ao Brasil, ent�o a esperan�a � um voo direto ou que um avi�o da FAB (For�a A�rea Brasileira) venha buscar os brasileiros que est�o aqui. Estou em alguns grupos com outros brasileiros, tentando unir for�as para resolver isso o mais r�pido poss�vel".

Su�lyn Koslinsky, 32, est� na �frica do Sul desde outubro e tinha a volta programada para o dia 7 de dezembro. O voo, que seria por Doha, no Catar, tamb�m foi cancelado. "Vim aqui pra estudar ingl�s. Tenho como me manter, mas muitos dos meus colegas, n�o", disse. Bruno Santana, 36, tamb�m faz parte do grupo de brasileiros na Cidade do Cabo que teve o voo cancelado. "Eu tenho onde ficar. Outros brasileiros est�o se organizando para alugar acomoda��es", comentou.

De f�rias, Santana fez um interc�mbio de um m�s na �frica do Sul. "O pessoal est� tranquilo, n�o estamos desesperados. Estamos mais preocupados com os pr�ximos passos". Bruno, conseguiu embarcar em um voo da Ethiopian Airlines para S�o Paulo na tarde deste domingo.

A embaixada do Brasil em Pret�ria e o consulado brasileiro na Cidade do Cabo est�o recolhendo os dados dos brasileiros que tiveram seus voos cancelados para tentar identificar casos urgentes e facilitar contatos posteriores. "Simultaneamente, estamos tentando contato com as companhias a�reas para ver qual a expectativa de retomada dos voos e se haver� alguma restri��o ao embarque de brasileiros", disse o porta-voz da embaixada brasileira em Pret�ria.

Brasileiro que chegou da �frica do Sul testa positivo em Guarulhos

A Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) disse, no domingo, 28, que um brasileiro com passagem pela �frica do Sul e que desembarcou em Guarulhos no s�bado, em um voo da Ethiopian Airlines, testou positivo para covid-19.

N�o h� confirma��o se o caso � da variante �micron. O brasileiro, que j� est� em isolamento, � vacinado.

A Anvisa disse, por meio de nota, que fiscaliza e exige que o viajante apresente exame PCR negativo para covid-19 realizado em, no m�ximo, 72 horas antes do voo internacional e que o passageiro em quest�o chegou ao Brasil com teste negativo, assintom�tico.

Contudo, ap�s a chegada, a Anvisa foi informada na noite de s�bado sobre o resultado positivo do novo teste RT-PCR feito em um laborat�rio no aeroporto de Guarulhos.

A Anvisa tamb�m recomendou, no s�bado, que Angola, Malawi, Mo�ambique e Z�mbia fossem inclu�dos na lista de pa�ses sujeitos a restri��es pelo Brasil.

Presidente da �frica do Sul pede que pa�ses retirem as restri��es imediatamente

Em pronunciamento no domingo, o presidente da �frica do Sul, Cyril Ramaphosa, disse que as restri��es de viagens impostas aos pa�ses do sul da �frica s�o injustificadas e que essas restri��es ferem o compromisso do G20 de recupera��o do turismo e de recome�o das viagens internacionais de forma segura.

"Essas restri��es - do Reino Unido, Estados Unidos, Canad�, Austr�lia, Jap�o, Tail�ndia, Guatemala, Brasil e outros - discriminam o nosso pa�s e a proibi��o das viagens n�o tem base cient�fica. A �nica coisa que essas restri��es far�o � prejudicar a economia ainda mais", disse Ramaphosa. "Pedimos que os pa�ses revertam essas decis�es e retirem as restri��es imediatamente. N�o h� raz�o cient�fica alguma para mant�-las."

Ramaphosa afirmou ainda que os pa�ses ricos deveriam ajudar a �frica do Sul na produ��o de vacinas. "Teremos que viver com esse v�rus. Temos as ferramentas para manejar essa pandemia. Precisamos que todos se vacinem". Apostando na vacina��o - que, nas primeiras ondas na pandemia no pa�s n�o estava dispon�vel para toda a popula��o adulta - o presidente manteve a �frica do Sul nas restri��es de lockdown n�vel um, as menos severas, que estabelecem limites �s aglomera��es e uso de m�scara obrigat�rio. Segundo Ramaphosa, a vacina��o j� se provou eficiente para reduzir a gravidade da covid-19 e � a melhor arma contra a pandemia.

A brasileira Safiyyah Beatriz Cezar, 49, mora na Cidade do Cabo. Casada com um sul-africano, ela � guia tur�stica para brasileiros. "Tenho tours para domingo e segunda-feira, depois de segunda n�o sabemos o que vai acontecer", disse. Ela lembra que no ano passado, quando o Reino Unido fechou as fronteiras com a �frica do Sul, o pa�s entrou em um lockdown severo no dia seguinte. "O ver�o n�o existiu. Os turistas n�o podiam ir para a praia, foi um preju�zo grande. A taxa de desemprego na Cidade do Cabo est� em torno de 70% porque � uma cidade dependente 100% do turismo. Mas a gente tem que entender o que est� acontecendo, � uma coisa al�m da nossa vontade e n�o podemos controlar."

Uma for�a-tarefa est� trabalhando para tornar a vacina obrigat�ria na �frica do Sul para locais de trabalho e para frequentar lugares p�blicos.

Ramaphosa disse que, por enquanto, o que se sabe � que essa variante tem mais muta��es do que qualquer outra variante. � detectada pelo mesmo PCR que detecta outras variantes, mas que � diferente das outras variantes circulantes. A �micron � respons�vel pela maior parte das infec��es na prov�ncia de Gauteng - a mais populosa do pa�s - nas �ltimas semanas e j� se espalhou para outras prov�ncias do pa�s. "Ainda h� muitas coisas que n�o sabemos e nossos cientistas est�o trabalhando muito para estudar. Conforme mais dados s�o disponibilizados nas pr�ximas semanas, teremos mais entendimento se a variante aumenta o risco de reinfec��o, se � mais severa e se as vacinas atuais s�o eficientes", disse. "N�o devemos entrar em p�nico. Temos que viver com essa pandemia. J� estamos vivendo com ela. E vamos superar."

At� s�bado, a �frica do Sul tinha registrado 3.220 novos casos.


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