A Pol�cia Federal concluiu o inqu�rito a respeito do crime ambiental que, em 2019, lavou o litoral brasileiro com milhares de toneladas de �leo. A investiga��o pede o indiciamento da empresa grega Delta Tankers, dona do navio Bouboulina, apontado como o respons�vel pelo vazamento. Foram indiciados ainda o comandante da embarca��o, Konstantinos Panagiotakopoulos, e o chefe de m�quinas do navio Bouboulina � �poca dos fatos, Pavlo Slyvka.
Restou comprovado que ambos embarcaram na Venezuela e desembarcaram apenas na Mal�sia, tendo permanecido no navio desde o carregamento do �leo at� seu pretenso descarregamento no porto de destino.
O levantamento da PF aponta que, se considerados apenas os gastos do governo federal em suas institui��es nas opera��es de limpeza das praias e do mar brasileiro, foram despendidos cerca de R$ 188 milh�es. Na pr�tica, o dano teve um custo muito maior ao Pa�s, se considerados os preju�zos diretos ao meio ambiente, al�m daqueles �s comunidades locais que dependem da pesca e do turismo.
No fim de agosto de 2019, diversas manchas de subst�ncia oleaginosa come�aram a aparecer em praias da regi�o Nordeste. O �leo cru, que brotava em diversas regi�es nos meses seguintes, causou danos e preju�zos incalcul�veis.
De 30 de agosto de 2019 a 19 de mar�o de 2020, data do �ltimo relat�rio elaborado pelo Ibama sobre o epis�dio, foram recolhidas pelos menos 5 mil toneladas de res�duos em 1.009 localidades, distribu�das por 11 Estados, se estendendo por mais de 3 mil quil�metros, incluindo cerca de 55 �reas de Prote��o Marinhas.
O derramamento afetou um total de 27 esp�cies costeiras amea�adas, al�m de ocorrer em uma �rea onde vivem aproximadamente 870 mil pessoas que vivem de pesca artesanal e turismo local.
O inqu�rito policial que acaba de ser conclu�do foi instaurado no dia 18 de setembro de 2019. Ap�s an�lise de diversos estudos t�cnicos desenvolvidos pelo Ibama, Marinha, universidades e a pr�pria PF, tudo apontou para o navio grego. "Parece-nos �bvio existirem fortes ind�cios de que o NM Bouboulina, da empresa grega Delta Tankers Ltd., foi o navio envolvido com o vazamento de petr�leo que gerou uma polui��o marinha sem precedentes da hist�ria do Brasil", afirma o delegado de Pol�cia Federal, Franco Perazzoni, no relat�rio.
Laudo t�cnico de outubro de 2019 produzido pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) concluiu que a subst�ncia coletada nas praias dos litorais sergipano e baiano � o mesmo tipo de petr�leo que � produzido na Venezuela. Nenhum �leo produzido no Brasil apresenta as mesmas caracter�sticas.
A trag�dia internacional atingiu, em 4 de novembro de 2019, o Parque Nacional Marinho de Abrolhos, principal ber��rio das baleias jubarte no Atl�ntico Sul, que teve de ser fechado por sete dias.
A pr�xima fase depende do atendimento a pedidos de coopera��o jur�dica internacional elaborados pela PF e o Minist�rio P�blico Federal e que ser�o direcionados �s autoridades da Lib�ria e Ilhas Marshall, al�m da tradu��o de alguns dos documentos remetidos pelas autoridades gregas.
At� a publica��o desta mat�ria, a reportagem n�o obteve resposta da Delta Tankers sobre o assunto.
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