
Em Abadi�nia, Nathalya Gomes, 19 anos, estudante e moradora da cidade, conta que evita sair de casa. "A pol�cia est� ajudando, mas ainda h� todos os perigos. Eu s� saio de casa quando preciso", confessa. O av� de Nathalya mora na �rea rural, mas a fam�lia deixou de visitar a ch�cara para evitar riscos. Para al�vio dos moradores, pode ser que o foco das buscas mude de local. Isso porque Wanderson teria pegado carona de moto com um rapaz em um trecho que liga Abadi�nia � Gameleira, munic�pio com pouco mais de 3 mil habitantes e distante cerca de 64km de Abadi�nia.
Na manh� de ontem, um motociclista sa�a da fazenda e, ao fechar a porteira, se deparou com o foragido, mas n�o desconfiou que tratava-se dele. O suspeito estava no meio da estrada. O fazendeiro perguntou para onde ele iria e Wanderson disse: "Por a�". Ele subiu na garupa da moto e, no caminho, o motociclista reparou semelhan�as com o foragido.
Wanderson teria ficado pr�ximo a Gameleira. Policiais, ent�o, estenderam as buscas para o munic�pio goiano. A diretora da escola municipal Fleury Adri�o de Siqueira, no distrito de Mocambinho, decidiu interromper as atividades presenciais. Segundo a Prefeitura local e a Secretaria de Educa��o, hoje haver� apenas aulas on-line, por causa da inseguran�a decorrente das opera��es realizadas na regi�o.
O medo � leg�timo. Um outro crime de Wanderson veio � tona. Em 2020, ele matou um taxista em S�o Gotardo (MG), a quase 550km de dist�ncia de Bras�lia. A v�tima era Maur�cio Lopes Mariano, 25. O acusado teve ajuda de dois menores de idade e um adulto, segundo o boletim de ocorr�ncia do caso. A inten��o era roubar o carro e deixar o taxista no local, mas Wanderson decidiu voltar at� o condutor e desferir 18 golpes de faca nas costas, sendo seis vezes do lado esquerdo e cinco do lado direito. A v�tima teve mais dois cortes na cabe�a e uma les�o na parte frontal.
Ida � igreja
Ap�s cometer tr�s assassinato em Corumb� de Goi�s, no �ltimo domingo - ele matou a namorada, Rariane Aranha, 19 anos, a enteada, Geysa, 2, e o fazendeiro Roberto Clemente de Matos, 73 - Wanderson visitou uma igreja em Alex�nia, cidade para onde fugiu. O pastor Reginaldo Santos contou que o criminoso sentou nos �ltimos bancos da igreja, por volta de 20h40, quando o culto j� havia terminado. "Ele chegou meio perturbado. Eu disse que ele precisava procurar Deus para a vida dele. Perguntei onde ele estava morando e falei para procurar uma igreja que ficasse perto para congregar", detalha o religioso.
Al�m dos moradores das cidades pelas quais Wanderson passa, os familiares do foragido temem pela pr�pria seguran�a. "Temos medo dele fazer alguma coisa com a gente, ou algu�m com raiva dele querer fazer algo", relatou uma prima distante do homem. A jovem detalhou que o contato entre os dois era raro, e que eles se viam poucas vezes. "Somos muito distantes. Mas todo mundo da fam�lia comenta que ele sempre foi muito agitado, n�o parava quieto. Saiu do Maranh�o sem ningu�m de l� gostar dele, devido a uma confus�o", conta.
Depois de cometer os assassinatos no domingo, Wanderson tentou contato com alguns familiares, mas at� ent�o, nenhum deles sabia do crime ocorrido. "Agora, o pai dele (Wanderson) disse que o caso est� nas m�os da Justi�a. Ele meio que j� lavou as m�os. J� fez de tudo que podia. O pai dele j� est� esgotado. A gente nem sabe mais o que pensar porque preso ele j� foi outras vezes, mas depois sai e faz pior", pondera a jovem, que preferiu n�o se identificar.
*Estagi�rio sob a supervis�o de Adson Boaventura