
Era a �ltima vez naquele dia que Marcos dos Anjos, de 26 anos, descia o barranco de terra com os blocos de sua futura casa nos ombros. Se j� era dif�cil chegar l� embaixo escolhendo os passos lentamente, imagina com aquele peso nas costas. Mas ele e os tijolos chegaram inteiros na obra, embora Marcos estivesse exausto. "N�o tem coisa melhor do que ter uma casa de bloco", afirma.
Erguer a pr�pria moradia - com material doado - � uma ponta de esperan�a de dias melhores para ele, sua companheira, Jamile Carvalho, de 20 anos, e os dois filhos do casal, de quatro e dois anos - h� um terceiro beb� a caminho.
Essa pequena fam�lia de Santo Ant�nio de Jesus, cidade a 187 km de Salvador e conhecida como "capital do Rec�ncavo Baiano", faz parte da massa de 19 milh�es de brasileiros que hoje vivem em inseguran�a alimentar grave - linguagem t�cnica para a fome -, condi��o em crescimento no pa�s governado por Jair Bolsonaro (PL).
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Nos �ltimos meses, tudo piorou para eles: sem casa, sem emprego, sem dinheiro e sem aux�lio financeiro do poder p�blico, como os programas Bolsa Fam�lia, encerrado pelo governo Bolsonaro em novembro, e o Aux�lio Brasil, que substituiu o primeiro e que, segundo o Minist�rio da Cidadania, atingiu 17 milh�es de fam�lias em janeiro.
Apesar do aumento do programa, pelo menos 2,7 milh�es de brasileiros vivem sem qualquer aux�lio governamental mesmo sendo eleg�veis para os benef�cios, segundo estimativa da FGV-Social com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (Pnad). Na estimativa foram consideradas pessoas que n�o t�m sequer registro de nascimento e, por causa disso, n�o podem se cadastrar em programas sociais. Outros problemas contribuem para essa "invisibilidade", como falta de documentos, de conta banc�ria e at� de informa��o sobre os programas.
"Existe um grupo de pessoas em um estado mais profundo de pobreza, moradores de �reas remotas que t�m dificuldade de acesso a servi�os p�blicos e privados porque sequer t�m documentos, por exemplo. Para coloc�-las em pol�ticas p�blicas, o Estado precisa primeiro enxerg�-las, encontr�-las, e muitas vezes isso n�o acontece. Elas ficam invis�veis", diz Marcelo Neri, diretor da FGV-Social.A combina��o de abandono e desamparo faz com que, na maior parte dos dias, a fam�lia de Jamile e Marcos dependa da ajuda de um pastor evang�lico para colocar a comida na mesa. "� at� dif�cil de explicar... Pra quem tem filho � dif�cil ver o filho pedindo e a gente n�o ter nada pra dar", diz Jamile, ao lado dos tijolos da casa.
Marcos tamb�m conta como s�o esses momentos: "Eu chego a colocar a m�o assim na cabe�a, sem saber o que fazer. A gente n�o tinha nada para comer... Eu ia na casa da vizinha, pedia um fub� de milho pra uma fazer um cuscuz para os meninos, e sempre tem um filho de Deus que ajuda. O problema n�o � nem a gente, s�o os meninos", diz.
Quando compram comida, as refei��es s�o simples: arroz com ovo ou ensopado feito com ossos que sobram dos a�ougues da regi�o. "� comida de pobre", diz Jamile. "S� quando d� uma melhoradinha a gente come carne, mas � uma vez na semana."

Desempregados, Jamile e Marcos n�o conseguiram mais pagar o aluguel do local onde moravam. Ent�o foram viver em um barraco de lona e madeira enquanto constroem uma casa nova no assentamento Moradia Digna, um terreno com cerca de 150 fam�lias �s margens da rodovia BR-101, em Santo Ant�nio de Jesus.
"Trabalho com o que aparecer, mas est� tudo parado. Quando consigo um dinheiro a gente compra ovo, que � mais barato. Mortadela...", diz Marcos. "Quando vai na feira, ele traz um sacol�o de ossos...", interrompe Jamile. "A gente corta no fac�o, fa�o uma sopa pra dar um gostinho. Quando tem verdura eu coloco, mas quando n�o tem s� boto tempero e misturo com arroz."
No final de novembro, a reportagem da BBC News Brasil encontrou essa e outras fam�lias nessa situa��o na ocupa��o e tamb�m em um assentamento menor na mesma cidade, o Nova Cana�, a 2 km de dist�ncia.
Boa parte dos moradores dos dois territ�rios n�o tem fonte de renda fixa nem aux�lio do governo, consegue dinheiro apenas com bicos espor�dicos, mora em casas ou barracos prec�rios sem saneamento b�sico ou energia el�trica, al�m de depender de doa��es de igrejas e entidades de assist�ncia para se alimentar.
Os dois locais s�o um retrato da crise social e econ�mica pela qual passa o Brasil: o pa�s soma 13,7 milh�es de desempregados, e a infla��o de alimentos acumula alta de mais de 11,7% em 12 meses, segundo o IBGE. Um estudo da Universidade Livre de Berlim apontou que a fome atingia 15% dos domic�lios em dezembro de 2020. Esse percentual chegava a 20,6% nos lares com crian�as de 5 a 17 anos.
A vida com R$ 10 por dia

Marcos e Jamile, que n�o t�m sequer conta banc�ria, nunca receberam qualquer valor do Bolsa Fam�lia ou Aux�lio Brasil por falta de dinheiro at� para buscar documentos necess�rios para a inscri��o no programa. "Eles pedem minha certid�o de nascimento, mas a �nica que tenho est� no cart�rio em Vit�ria da Conquista (a 340 km de Santo Ant�nio de Jesus). N�o tenho dinheiro para viajar at� l�. Tudo o que a gente tem � pra comprar comida", explica.
Sem o aux�lio, o casal s� consegue dinheiro vendendo coentro e salsinha de uma pequena horta cultivada ao lado da casa que est� construindo no assentamento Moradia Digna. "Tem dia que a gente vende 30 reais... Tem dia que faz 20 reais, 10, 9... Outros n�o vende nada, porque as pessoas guardam os temperos pra depois...", afirma Marcos.
Essa baix�ssima e incerta renda coloca a fam�lia pr�xima da linha de pobreza extrema no Estado da Bahia, considerando um estudo dos pesquisadores Naercio Menezes Filho e Bruno Komatsu, do Insper. A pesquisa divide os cen�rios entre a extrema pobreza, que mede a renda m�nima para que o indiv�duo fa�a ingest�o necess�ria de calorias em um dia, e pobreza, que inclui o atendimento de necessidades b�sicas al�m da alimenta��o, como higiene.
Em �reas urbanas da Bahia, como Santo Ant�nio de Jesus (um munic�pio de 103 mil habitantes), as fam�lias com um rendimento m�dio mensal de menos R$ 111 por pessoa est�o abaixo da linha de pobreza extrema, segundo o estudo. Para a linha de pobreza, ele aponta uma renda m�dia mensal de R$ 296 por pessoa na regi�o.
'Do cora��o de Deus'

Na pen�ria, a maior parte dos moradores de Moradia Digna e Nova Cana� sobrevive de doa��es feitas por pesquisadores ligados � Universidade Federal do Rec�ncavo da Bahia (UFRB) e religiosos. Um deles � o pastor Ricardo Costa da Silva, de 43 anos, da Igreja Mission�ria El Shaday, que toca o projeto "M�os que Trabalham" junto a outros evang�licos.
Todos os domingos, os mission�rios percorrem Santo Ant�nio de Jesus, batendo de porta em porta para pedir alimentos que depois ser�o doados em um mercadinho solid�rio que atende a 800 fam�lias vulner�veis. Desde o in�cio da pandemia, o grupo j� doou cerca de 3 mil cestas b�sicas, al�m de distribuir um sop�o e absorventes para mulheres que n�o t�m dinheiro para comprar o produto.
"� muita fome nessa localidade, meu amigo, muita carestia... Aqui n�o t�m �gua encanada, n�o t�m saneamento b�sico, a energia el�trica � com bicos. A gente tenta amenizar o impacto da fome por aqui, diminuir as mazelas dessas pessoas que est�o desassistidas por todos os governos", diz Ricardo, que, no Natal, conseguiu assar 100 frangos para distribuir aos moradores.
Nascido em uma fam�lia pobre, o pastor tamb�m sofreu com a mis�ria nas ruas de Salvador. "Passei muita necessidade na vida... Entrei na droga, no �lcool, tinha uma vida muito ruim", diz. H� 16 anos, vivia o auge de seus problemas quando decidiu se converter ao Evangelho. "Conheci Jesus e a palavra. Abandonei a vida que eu tinha e me tornei um ser humano melhor, uma pessoa com uma calma, paz de esp�rito", diz.
Em 2010, Ricardo se casou e se mudou para a periferia de Santo Ant�nio de Jesus, onde virou pastor e come�ou a cortar o cabelo e fazer a barba de pessoas que n�o tinham como pagar pelo servi�o. "Fazer esse trabalho foi algo que veio do cora��o de Deus para o meu cora��o. N�o sei nem explicar, foi uma vontade que veio de dentro. Entendi que precisava fazer alguma coisa para pessoas que est�o na mesma situa��o que eu vivi."
A solidariedade de ativistas como ele � essencial para a sobreviv�ncia dessa popula��o "invis�vel", segundo uma pesquisa que a FGV-Social realizou entre pessoas que comp�em os 40% mais pobres da popula��o. Nessa parcela, 61% dos entrevistados disseram que, em uma situa��o de emerg�ncia como a fome, dependem da solidariedade de amigos ou parentes - 13,6% recorrem a empr�stimos.
Foi o pastor quem conseguiu 900 tijolos, 20 sacos cimento e duas ca�ambas de areia para Marcos e Jamile constru�rem sua casa no final do barranco de Moradia Digna. "Quando tiver com a telha, a gente logo se muda pra c�", diz Jamile.

Para Marcos, ter uma moradia de bloco, mesmo embaixo de um barranco, pode iniciar uma reviravolta. "A casa vai ser uma mudan�a de vida", diz, sentado em alguns tijolos, exausto depois de mais uma viagem pelo barranco sob um sol de 36º C.
Para Jamile, dormir sob blocos e telhas j� seria um al�vio para o calor intenso que a fam�lia enfrenta no barraco onde vive atualmente. Ali, embaixo das lonas de pl�stico, no metro entre o sof� onde dormem as crian�as e a porta de madeira, a sensa��o � de r�pido derretimento em meio ao suor escorrendo para o ch�o de terra batida.
Explos�o e trag�dia
A casinha da fam�lia � s� mais uma em constru��o no terreno de Moradia Digna - algumas s�o erguidas em uma �rea de risco de deslizamento, tanto em cima quanto embaixo do barranco. Na parte de baixo, h� um pequeno c�rrego e, do outro lado dele, uma fazenda de cria��o de bois.
A ocupa��o surgiu de uma trag�dia ainda hoje lembrada com revolta em Santo Ant�nio de Jesus. At� 11 de dezembro de 1998, o terreno abrigava uma f�brica clandestina de fogos de artif�cio, setor que movimentou a economia do munic�pio por algumas d�cadas, mas praticamente n�o existe mais. Na manh� daquela sexta-feira, um dos galp�es com 1,5 tonelada de p�lvora explodiu, matando 64 pessoas.

A f�brica pertencia ao empres�rio Osvaldo Bastos, o "Vado dos Fogos". Apenas parte das indeniza��es aos familiares de v�timas e feridos foi paga por ele, que morreu em maio de 2021.
Por anos a �rea ficou vazia, at� que, em agosto de 2019, fam�lias pobres e despejadas de outro local ocuparam o terreno - entre elas, parentes de v�timas da explos�o. No ano passado, a prefeitura desapropriou a �rea que ainda pertencia � fam�lia de Vado - e pretende construir moradias populares por ali.
Um dos ocupantes � Aurelino Gon�alves, de 73 anos, que perdeu duas filhas na explos�o: Aristela e Maria das Gra�as, de 21 e 22 anos. "Estava trabalhando em uma constru��o em outro bairro quando ouvi os estouros. Foi uma explos�o enorme. Sa� correndo, mas quando cheguei a trag�dia j� estava pronta", conta.
Aurelino tamb�m perdeu primos, sobrinhos e amigos. Foi um dos poucos a ser indenizado, mas diz que a explos�o sempre lhe volta � mente quando se vira para os galp�es. "Nem gosto de olhar para aquele lado porque a imagem do dia vem na cabe�a". Para ele, ocupar a �rea da antiga f�brica � uma maneira de recompensar as fam�lias que sofreram com a trag�dia. "Estou aqui lutando para sobreviver em um pedacinho de terra", diz.
Outro que luta para sobreviver por ali � Wilson Francisco de Jesus, de 44 anos, que mora sozinho em um barraco de pallets e lona - a �gua ele tira de um cano no barranco. Despejado e sem qualquer aux�lio do governo, foi viver na ocupa��o h� um ano e hoje depende da comida arrecadada pelo pastor Ricardo. Tamb�m faz pequenos bicos cavando buracos para a constru��o de novas moradias na ocupa��o.

Naquela tarde, ao final de novembro, ele recebeu R$ 35 fazendo isso. "Comprei meu macarr�o, carne do sert�o, chouri�o, feij�o e cozinhei aqui no fundo", diz, mostrando as panelas em cima do fog�o improvisado com peda�os de madeira.
Para o advogado da ocupa��o, Valter Costa de Almeida, embora a situa��o seja prec�ria, a luta por moradia do assentamento tem dois objetivos.
"O primeiro � suprir a necessidade b�sica da habita��o mesmo. O segundo � a justi�a social: transformar um lugar que era de morte, de explora��o de pessoas, em um local de renova��o e esperan�a, uma comunidade onde as pessoas possam construir suas casas e mudar de vida", diz.

Segundo ele, uma conjun��o de fatores leva fam�lias pobres e perif�ricas para os assentamentos e ocupa��es da cidade do interior baiano, agravando a inseguran�a alimentar e vulnerabilidade social da regi�o.
"N�o temos pol�ticas habitacionais nem de seguran�a alimentar regulares que atendam a essa popula��o que n�o consegue pagar aluguel nem comprar um terreno. S�o pessoas muito vulner�veis, sem qualquer aux�lio do poder p�blico. O d�ficit habitacional na regi�o � de 30%, n�mero alt�ssimo. Ent�o as pessoas se instalam em �reas tecnicamente impr�prias, como encostas e �reas pr�ximas de rios. S�o apenas nesses espa�os que elas t�m alguma alternativa de moradia", explica o advogado.
'Precis�o'

Nos �ltimos meses, a prefeitura de Santo Ant�nio de Jesus informou aos moradores de outro assentamento, o Nova Cana�, que pretende desloc�-los para Moradia Digna.
Essa perspectiva desagrada os dois lados: quem vive em Moradia Digna diz que n�o h� mais estrutura nem espa�o para receber novas pessoas - eles temem ter de derrubar suas casas para que outras sejam erguidas. Do outro, os moradores de Nova Cana� n�o querem deixar o pouco que constru�ram nos �ltimos anos para come�ar tudo de novo, ainda mais na situa��o de vulnerabilidade em que se encontram - pedem que sejam inclu�dos em algum programa de moradia social.
Uma dessas pessoas � Vera L�cia Batista, de 42 anos, que h� tr�s anos construiu uma pequena casa em Nova Cana�. "Se n�o fosse a 'precis�o', eu n�o estaria aqui. Todo mundo est� aqui porque precisa. Tem dia que o povo diz: 'hoje vem o caminh�o e o trator pra destru�rem tudo'. � duro viver na incerteza, � muito sofrimento. Eu tirei do que eu n�o tinha para construir esse lugar. Sou card�aca, tenho problema de press�o, n�o posso sofrer esse estresse", explica.
Vera trabalhava na produ��o de fogos de artif�cio, mas, depois da explos�o de 1998, o setor entrou em decl�nio em Santo Ant�nio de Jesus. Desempregada e com tr�s filhos adolescentes, dependia dos R$ 289 que recebia do Bolsa Fam�lia, mas ficou sem o valor depois que o governo Bolsonaro encerrou o programa para instituir o Aux�lio Brasil - passou a receber o benef�cio em dezembro. Com o bolso vazio, n�o h� dinheiro nem para comprar o g�s, que custa R$ 110 na cidade.
"Estou esperando para ver o que Deus quer fazer. Paci�ncia... O jeito vai ser pedir pra comer. Mas � sempre assim, tamb�m: quando falta, um outro ajuda. � uma luta, mas com Deus na frente a gente consegue", diz Vera.

Na casa vizinha, vive Marileide dos Santos, de 48 anos, que se mudou para o Nova Cana� depois que sua antiga moradia foi destru�da por uma inunda��o. Desempregada e tamb�m sem aux�lio governamental, depende de doa��es do pastor e de ativistas para comer na maioria dos dias.
"N�o vou mentir para voc�: est� faltando muita coisa, sim. Faz dois meses que n�o compro g�s. Usei o dinheiro para comprar rem�dios", diz ela, hipertensa, e ainda sofrendo com sequelas de uma infec��o por covid-19, como falta de ar.
Em resposta � BBC News Brasil, a prefeitura de Santo Ant�nio de Jesus, administrada pelo prefeito Genival Deolino Souza (PSDB), afirmou que cadastrou as fam�lias de ambos os assentamentos para a implanta��o de uma futura pol�tica habitacional na �rea do Moradia Digna, onde ser�o constru�das casas populares. Sobre a situa��o de fome, a prefeitura disse que concede "benef�cios eventuais em atendimento � lei municipal."
J� o Minist�rio da Cidadania afirma que "tem trabalhado sistematicamente para fortalecer os programas sociais e estabelecer uma rede de prote��o para a popula��o em situa��o de vulnerabilidade no pa�s." Em nota, a pasta diz que o Aux�lio Brasil, como programa permanente, ter� ingresso recorrente de novos benefici�rios por meio do Cadastro �nico em postos de atendimento administrados pelos munic�pios.
"Importante lembrar que essa inscri��o n�o resulta no imediato repasse de recursos. Segundo a legisla��o em vigor, a concess�o do benef�cio est� condicionada � disponibilidade or�ament�ria", diz.
Vit�ria
O sol come�ava a se p�r em Moradia Digna quando Marcos se sentou no ch�o, calado e exausto por mais um dia carregando blocos para a futura casa. � frente, o c�rrego e, nos fundos, o barranco. Jamile brincava com os filhos usando uma mangueira no meio da obra.
Ao lado, o pastor Ricardo Costa olhou a cena e falou: "Marcos, a luta � grande, mas a vit�ria � maior. Se n�o tiver luta n�o tem vit�ria."

Colaborou Camilla Veras Mota
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