
Segundo as respostas apresentadas, a hesita��o � maior na faixa et�ria de 0 a 4 anos, que ainda n�o foi contemplada pela vacina��o. Entre os pais dessas crian�as, o percentual que n�o pretende vacinar foi 16,4%. A hesita��o vacinal foi menor entre os pais de crian�as de 5 a 11 anos, com 12,8%, e chegou a 14,9% entre os respons�veis por adolescentes.
A pesquisa analisa que os principais motivos associados � hesita��o vacinal foram medo de rea��es adversas e supostos efeitos de longo prazo, minimiza��o da gravidade da pandemia e a falsa ideia de que quem teve COVID-19 n�o precisa se vacinar. Entre suas respostas, esses pais tamb�m declararam com frequ�ncia que discordam que a vacina tornaria o retorno escolar mais seguro e que acreditam que a imunidade natural � uma op��o melhor de prote��o do que a vacina.
Outras cren�as mencionadas pelos entrevistados foram a de que a vacina precisa de mais tempo para ser considerada segura e a de que as crian�as e adolescentes n�o t�m nenhuma chance de ficar grave se contrair a COVID-19. Tamb�m houve respostas no sentido de preferir produtos naturais � vacina��o.
A Fiocruz ressalta que a vacina��o de crian�as de 5 a 11 com a vacina da Pfizer � segura e eficaz, e conta com autoriza��o da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria e outras autoridades sanit�rias do mundo, como a dos Estados Unidos, onde 8,7 milh�es de doses j� foram aplicadas nessa faixa et�ria.
A coordenadora do estudo, a pediatra e pesquisadora cl�nica do Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz, Daniella Moore, cita dados do Centro de Controle de Doen�as (CDC) dos Estados Unidos que mostram que vacina��o de crian�as � segura e transcorre naquele pa�s com a ocorr�ncia de cerca de 4 mil eventos adversos, sendo 97% leves, entre as mais de 8 milh�es de doses aplicadas.
"O relat�rio mostra que aproximadamente 8,7 milh�es de doses da vacina Pfizer-BioNTech COVID-19 foi administrada em crian�as nessa faixa et�ria durante o per�odo de 3 de novembro a 19 de dezembro de 2021. Dessas 8,7 milh�es de doses, foram notificados 4.249 eventos adversos, o que representa apenas 0,049% das doses aplicadas. A grande maioria (97,6%) dos efeitos notificados foi leve a moderado, como dor no local da inje��o, fadiga ou dor de cabe�a. Ou seja, a vacina �, de fato, segura e os dados comprovam a sua seguran�a, mostrando, na sua maioria, efeitos adversos que m�es e pais j� t�m experi�ncia em lidar com outras vacinas do calend�rio vacinal", conta Daniella.
A pesquisadora ressalta que a ocorr�ncia de miocardite, que � uma inflama��o do m�sculo card�aco, foi registrada em 11 crian�as dessa faixa et�ria que foram vacinadas, e todas se recuperaram. A complica��o � um dos principais medos citados por pais que hesitam em vacinar seus filhos, mas a pediatra lembra que a COVID-19 tamb�m pode causar essa inflama��o, especialmente quando a doen�a evolui para um quadro de S�ndrome Inflamat�ria Multissist�mica Pedi�trica.
"Alguns pais subestimam a gravidade da doen�a em crian�as. No entanto, apesar da COVID-19 ser considerada menos grave em crian�as quando comparada a adultos, elas ainda assim ficam doentes, podem ficar graves e ter evolu��es desfavor�veis", alerta Daniella.
No ano passado, foram hospitalizados por S�ndrome Respirat�ria Aguda Grave (SRAG) associada � COVID-19 quase 20 mil crian�as e adolescentes. Segundo levantamento realizado pela Fiocruz, 1.422 menores de idade morreram v�timas pela COVID-19 at� o dia 4 de dezembro do ano passado, sendo 418 em menores de 1 ano; 208, de 1 a 5 anos; e 796, de 6 a 19 anos.