
A candidata � vacina �nica est� em fase de testes em modelos animais, que, ap�s imuniza��o, produziram anticorpos reagentes �s tr�s cepas do v�rus influenza (H1N1; H3N2) assim como ao v�rus do novo coronav�rus. "Os primeiros resultados s�o muito promissores. Ela funciona para produ��o de anticorpos contra a influenza e para produ��o de anticorpos contra a COVID-19", assegura o diretor de Produ��o do Butantan, Ricardo Oliveira.
O diretor ressalta que os estudos ainda s�o iniciais e est�o na chamada prova de conceito, quando se coletam resultados de an�lises feitas em amostras n�o humanas. Mas diante dos desdobramentos positivos, ele v� a possibilidade de come�ar os ensaios cl�nicos, ou seja, os testes em humanos em at� um ano. A data toma como base a experi�ncia do instituto na produ��o do outro imunizante contra a COVID-19, cujos testes em humanos come�aram exatamente um ano depois de finalizada a prova de conceito.
"O que facilita o processo � que estamos misturando produtos bem conhecidos pelo Butantan: a vacina da influenza, que temos conhecimento de muitos anos, e outro imunizante, que apesar de recente, usa a mesma plataforma da influenza", explica Ricardo."Estamos estudando essa intera��o, fazendo os exames de estabilidade e os primeiros resultados s�o bons", ressalta.
Maior prote��o
Segundo o Butantan, a primeira etapa dos estudos para viabilizar a vacina combinada n�o somente mostrou que ela funciona na prote��o contra o coronav�rus e contra a influenza, como deu ind�cios de que pode ter uma resposta imune ainda mais robusta e duradoura do que as vacinas atuais.
“Os resultados s�o excelentes porque a gente v� que funciona. Estamos vendo que a resposta est� muito melhor porque estamos incluindo um adjuvante, que produz uma prote��o muito mais eficaz contra os dois ant�genos”, explica o pesquisador cient�fico do Centro BioIndustrial do Butantan, Paulo Lee Ho, que participa diretamente do estudo.
Segundo o pesquisador, a introdu��o do adjuvante produzido pelo pr�prio Butantan, chamado de IB160, que � muito semelhante a adjuvantes usados na vacina contra influenza sazonal, tem como vantagem adicional exigir uma quantidade menor de ant�genos na composi��o da vacina, aumentando a capacidade de produ��o de doses com o mesmo quantitativo de ant�genos produzidos, algo importante em tempos de pandemia e tamb�m diante da possibilidade de haver refor�o na vacina��o.
“[A inclus�o do adjuvante] Melhora a resposta n�o s� em quantidade, mas em qualidade de anticorpos. O estudo indica que essa inclus�o pode aumentar o tempo de produ��o desses anticorpos e que a resposta imune pode durar muito mais, ser mais efetiva sem alterar a seguran�a”, destaca Paulo.
V�rus inativado
Fruto de uma parceria com organiza��es internacionais, a nova vacina contra a COVID-19 desenvolvida no Butantan usa a tecnologia de v�rus inativado, uma das mais seguras e estudadas do mundo. Ela tem o diferencial de ser uma vacina de baixo custo e � produzida a partir de ovos embrionados, o que pode mudar a forma como os pa�ses em desenvolvimento combatem o v�rus SARS-CoV-2.
A estrat�gia pretende aproveitar a capacidade industrial j� instalada no pa�s, no caso, da planta de produ��o dos monovalentes dos ant�genos da influenza para a produ��o de vacina contra a COVID-19, usando insumos nacionais, ao contr�rio de outras vacinas que usam meios de cultivos e reagentes caros e disputados num cen�rio pand�mico.
Se for provada segura e efetiva nos testes com volunt�rios, esse imunizante tem potencial de elevar em mais de 1 bilh�o por ano a atual oferta de vacinas contra a doen�a, especialmente nos pa�ses em desenvolvimento.
*Estagi�ria sob a supervis�o de Andreia Castro