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Estado de Minas EM FAM�LIA

Faxineira e filha s�o aprovadas em universidade federal, para o mesmo curso

Ambas v�o cursar engenharia industrial madeireira e pensam em fundar uma grande empresa de reflorestamento


06/04/2022 16:21

Amanda, 21 anos, e a mãe, Andréa Saad Grape, 48
Amanda, 21 anos, e a m�e, Andr�a Saad Grape, 48, foram aprovadas na Universidade Federal do Paran� (UFPR) (foto: ARQUIVO PESSOAL)

A faxineira Andr�a Saad Grape, 48 anos, e sua filha Amanda, 21, foram aprovadas na Universidade Federal do Paran� (UFPR), no curso de engenharia industrial madeireira. Gestora de TI, Amanda decidiu embarcar no antigo sonho da m�e e prop�s a ela fazer a inscri��o para o vestibular juntas.

Mesmo sem ter feito cursinho ou se afogado em livros para tentar a sorte, Andr�a deixou a indecis�o de lado e topou o desafio. O resultado da aprova��o, rec�m-divulgado, foi recebido com espanto e euforia pelas duas.

Amanda, trabalha na �rea de e-commerce de uma empresa de colch�es em Curitiba, e a m�e presta servi�os para uma empresa, limpando salas comerciais. Ao saber da aprova��o das duas, Amanda n�o conteve a emo��o. Imediatamente encaminhou uma mensagem, para a m�e, que estava em meio a uma faxina, deixando-a igualmente perplexa.

"Foi o resgate de um projeto", conta Andr�a, lembrando que em 2009, quando a filha tinha apenas 9 anos, foi aprovada para o mesmo curso, na mesma institui��o. "Cheguei a frequentar aulas, que eram diurnas, sempre fazendo bicos para ajudar no sustento da casa. Na hora do almo�o, cozinhava ou passava roupas para algum professor que sabia da minha luta di�ria", conta, completando que depois de tr�s anos se viu obrigada a trancar a matr�cula. Agora, ambas v�o estudar � noite, mas continuar�o trabalhando em seus respectivos empregos.

O marido de Andr�a e pai de Amanda, Cristiano �lvaro Grape, 48, � dono de um quiosque de papelaria e presentes num mercado do bairro Cap�o Raso, e o filho mais velho, Lucas, 26 cursa educa��o f�sica em uma faculdade particular. Graduado em tecnologia em log�stica, Cristiano revela que a conquista da mulher e da filha o motivaram a tamb�m retomar os estudos. "Penso em fazer p�s-gradua��o com outro encaminhamento, como terapia ou psicologia. Nada me impede, ainda mais com esses exemplos dentro de casa. Posso me toronar alguma coisa a mais", afirma.

Ele revela ter recebido a not�cia da aprova��o das duas com muita emo��o. "Foi superbacana � muito bom saber que elas seguir�o juntas", disse. Segundo ele, a fam�lia sempre foi muito unida e colaborativa em todos os sentidos. Tanto que pai e filho est�o empenhados em ajudar a mulher e a filha a comprarem um ve�culo para facilitar o deslocamento at� a universidade, que fica cerca de 10 km da casa onde moram.

As novas calouras da UFPR n�o escondem a expectativa de fazer o mesmo percurso para a faculdade juntas. "Nossa vida sempre foi de muita uni�o e carinho. O caminho do meu trabalho � o mesmo do dela e isso vai facilitar bastante as nossas vidas. Agora, estudando juntas, ficaremos ainda mais pr�ximas", diz Andr�a.

"Estou bastante animada com essa nova rotina. Sempre fomos grandes companheiras, parceiras em tudo. A ideia � ajudarmos uma a outra nas mat�rias e no que for preciso. De forma alguma isso vai ser entediante. Muito pelo contr�rio, vai ser uma aventura muito legal. Pra gente, quanto mais conviv�ncia melhor", completa Amanda.

Planejando o futuro

Andr�a, cujos pais estudaram somente at� o 4º ano do ensino fundamental, fez curso de tecn�logo em recursos humanos, conclu�do em dois anos, mas nunca atuou na �rea, "porque as faxinas pagam bem mais". Para auto testar seus conhecimentos, ela costuma se inscrever em concursos p�blicos. "Gosto de saber at� que ponto estou atualizada, saber como est�o as coisas, ser esperta, acumular conhecimento, n�o deixar a peteca cair. Qualquer coisa que a gente aprende nunca � perdida", diz.

Sobre o fato de retomar os estudos, ela observa que, apesar de n�o poder prever como ser� esse percurso, n�o h� motivo algum para desanimar. "O importante � ir � luta. Pode ser at� um cursinho aleat�rio, nada � perdido, digo e repito."

J� Amanda estudou at� a 8ª s�rie em escolas p�blicas e cursou o ensino m�dio com bolsa integral em uma unidade do Servi�o Social da Ind�stria (Sesi). Com bolsa do Prouni, ela graduou-se em gest�o de tecnologia da informa��o em uma institui��o privada, em 2020. "Agora vou fazer o que realmente quero", comemora, revelando que seu interesse pela engenharia industrial madeireira foi despertado pela m�e.

"A gente sempre passeava no campus quando ela estudou l� pela primeira vez. Cheguei at� a acompanh�-la nas aulas, mas foi numa feira de cursos e profiss�es da UFPR, quando minha m�e me explicou as propriedades da madeira, que fiquei realmente encantada, atra�da pela a profiss�o", lembra.

Agora, ambas pensam em montar uma empresa de reflorestamento. Antes, Amanda pretende fazer uma especializa��o na Alemanha, que � refer�ncia na �rea. "Vai ser mais uma oportunidade para pintarmos a cara e todo o corpo e tomarmos um belo banho de chope, como fizemos agora", diz Andr�a.


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