O coronel da Pol�cia Militar do Distrito Federal (PMDF) Edilson Martins da Silva, 47 anos, suspeito de estupro contra um jovem de 21 anos, est� internado na unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital particular da Asa Norte, depois de alegar mal-estar e les�o no nariz em decorr�ncia da situa��o ocorrida neste s�bado (9/4), em um motel de Taguatinga Norte.
Como consta no of�cio da PMDF, o coronel n�o chegou a ser recolhido ao N�cleo de Cust�dia Policial Militar (NCPM), na Papudinha, pois, ao passar por exame de corpo delito no Instituto de Medicina Legal (IML), relatou estar passando mal e foi encaminhado � UTI do hospital sob escolta policial.
No documento de pedido de interna��o, o policial afirmou ser dependente de drogas e, ao se referir ao epis�dio no motel, alegou ter sofrido epis�dio de persegui��o, seguido de surto psic�tico. Disse, ainda, sofrer de depress�o e esquizofrenia, ouvir vozes, sentir medo e ter pensamentos suicidas. Os m�dicos solicitaram, ent�o, a transfer�ncia de Edilson para um leito de UTI em car�ter emergencial.
Pris�o
Mensagens colhidas pela Pol�cia Civil do Distrito Federal (PCDF) no celular do jovem supostamente v�tima de um estupro cometido pelo coronel foram cruciais para que o diretor de Apoio Log�stico e Finan�as, do Departamento de Log�stica e Finan�as, do Comando-Geral da PM, fosse autuado por estupro. O rapaz tamb�m est� preso e vai responder por porte ilegal de arma de fogo, disparo de arma e dano e deve passar por audi�ncia de cust�dia nesta segunda-feira (11/4).
Em depoimento, a v�tima contou que voltava para a casa na companhia de um amigo, ap�s sair de uma aula, quando o PM passou de carro na via e ofereceu uma carona. Dentro do ve�culo, segundo o relato do rapaz, o policial come�ou a passar as m�os nos �rg�os genitais dele e a fazer sexo oral, sem o consentimento. “A todo momento, segundo o rapaz, o militar apontava uma arma para a cabe�a dele, chegando at� a encostar, em forma de amea�a”, detalhou, ao Correio, o delegado Wolney Quint�o, da 12ª DP.
Em conversas trocadas com um amigo pelo WhatsApp, o colega pergunta: “J� chegou em casa?”. O jovem responde: “Ainda n�o. Chama a pol�cia. Ele est� mostrando a arma para mim e me amea�ando, estou com medo”, escreveu. No trajeto, Edilson ainda passou em casa, tamb�m em Taguatinga, pegou R$ 100, pedindo para que ele usasse o dinheiro para comprar drogas. “Na resid�ncia, o rapaz chegou a fazer v�deos da garagem e tirou fotos da placa do carro do PM para enviar ao amigo, al�m da localiza��o atual”, disse o delegado.
O coronel, ent�o, dirigiu at� um ponto de venda de drogas e pediu para que o estudante comprasse coca�na e lan�a-perfume. Na delegacia, Edilson assumiu ter usado apenas o lan�a. “O rapaz tamb�m confessou ter usado coca�na e, depois disso, parou de enviar mensagens ao amigo”, acrescentou o delegado. Em depoimento, a v�tima contou que o PM dirigiu em alta velocidade na via, de forma perigosa, at� chegar no Motel Fiesta.
Fuga
Ao chegarem no local, Edilson estacionou o carro e deixou a arma dentro do ve�culo. Os dois subiram at� a su�te e, segundo as investiga��es, se desentenderam, momento em que o PM desceu e buscou o armamento, o que preocupou o rapaz. Quando voltou, o estudante aproveitou o descuido do militar, pegou a arma, a chave do carro do coronel, o trancou no quarto e fugiu.
Enquanto aguardava ser atendido pela recepcionista do motel, o jovem efetuou quatro disparos para o alto. “Ele deu esses tiros para descarregar a arma e n�o se sentir mais em risco, pois o coronel estava amea�ando. Tanto � que ele n�o apontou a arma para ningu�m, apenas atirou aleatoriamente”, defendeu a m�e do jovem ao Correio, que preferiu n�o ser identificada. “Estamos muito receosos e correndo atr�s dos documentos para a audi�ncia de cust�dia, porque ele agiu em defesa da integridade f�sica”, acrescentou.
A funcion�ria do motel acionou a PM. Ao chegarem no local, os policiais foram at� a su�te. Edilson se apresentou como coronel e disse n�o ter interesse em ser conduzido � delegacia, pois era casado. Os dois foram levados � 12ª DP. O jovem foi atuado por porte ilegal de arma, disparo e dano. Enquanto o policial, deve responder por estupro. Ambos v�o passar por audi�ncia de cust�dia hoje.
Em nota, a Pol�cia Militar informou que ser� aberto processo apurat�rio para esclarecimento das circunst�ncias do fato e que a corpora��o n�o coaduna com nenhum tipo de desvio de conduta de quaisquer de seus integrantes. At� o fechamento dessa reportagem, o Correio n�o havia localizado a defesa de Edilson. O espa�o permanece aberto para manifesta��es.