
A Tijuca apostou em um samba de enredo sobre o universo ind�gena e a lenda do guarana, o fruto. A m�sica, batizada de "Waran� - A Reexist�ncia Vermelha", falou sobre Cau�, um "curumim" - crian�a - que foi mordido por Jupari, uma cobra maldosa.
Wic e Wantuir cantam juntos h� pelo menos uma d�cada. Experiente puxador do carnaval carioca, ele costumava levar a filha para compor o coral de apoio. Neste ano, por�m, ela foi promovida ao posto de primeira voz. O pai comemorou a parceria.
"Tudo em fam�lia � mais confort�vel e jeitoso", disse, ao Estado de Minas.
A dupla de cantores da Tijuca veio vestida a car�ter e entrou no esp�rito ind�gena. Wantuir, inclusive, se encheu de adere�os ind�genas. Ele utilizou acess�rios fornecidos por habitantes da aldeia Maracan�, localizada na capital fluminense.
"Fui buscar com eles para pegar a energia que trazem da terra e das nossas florestas", explicou o puxador, devoto de Nossa Senhora Aparecida.
Os estilos de Wantuir e Wic s�o complementares. Ele tem voz rouca e grave; ela, por sua vez, conseguiu dar emo��o aos trechos dolentes da can��o tijucana.
Apenas duas mulheres no microfone principal
Das doze escolas que desfilaram na Sapuca� entre sexta e hoje, apenas duas t�m mulheres fazendo a primeira voz. Al�m da Tijuca, h� o Para�so do Tuiuti. Grazzi Brasil, a escolhida, j� canta h� quatro anos no samb�dromo do Rio. Em 2018, ela ganhou notoriedade ao defender o samba "Meu Deus, meu Deus! Est� extinta a escravid�o".
"Sou muito feliz por ser uma das poucas mulheres [no posto de int�rprete oficial}, mas a gente sabe que tem muita mulher boa, com compet�ncia para estar � frente de um carro de som", frisou. "Para a mulher, a oportunidade � demorada", completou.