
Um v�deo que viralizou nas redes sociais na sexta-feira (27/5) causou revolta de internautas. Na grava��o, o policial rodovi�rio federal Ronaldo Bandeira d� uma aula em um cursinho preparat�rio para a carreira de policial, e ensina como ele criou uma esp�cie de c�mara de g�s dentro de uma viatura usando g�s de pimenta.
"A pessoa fica mansinha. Daqui um pouco s� escutei: 'Vou morrer! Vou morrer'. A� eu fiquei com pena, cara. Abri [e falei] assim: 'Tortura!', e fechei de novo", descreveu, rindo. O professor finaliza falando: 'Sacanagem, fiz isso, n�o".
Confira o v�deo
Professor e PRF - Ronaldo Bandeira... Tortura � divers�o? pic.twitter.com/gCOEupErY2
— Pol�cia Do Povo%uD83D%uDEA9 (@PoliciadoPovo) May 27, 2022
O v�deo tornou-se ainda mais revoltante por ter viralizado na mesma semana em que Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, morreu de insufici�ncia aguda secund�ria a asfixia ap�s agentes da Pol�cia Rodovi�ria Federal o prenderem no porta-malas do cambur�o, jogarem g�s de pimenta e fecharem o compartimento.
Em entrevista ao Correio, Ronaldo Bandeira disse que o v�deo era de uma aula de 2016, e n�o recente, e explicou se tratar de uma “brincadeira de mau gosto”.
“Eu trouxe um exemplo � tona, eu estava lecionando uma aula exatamente sobre a lei anti tortura. Eu trouxe um exemplo fict�cio infeliz, eu queria elucidar na sala de aula um exemplo de tortura que coincidentemente colidiu com o caso”.
Ao ser questionado sobre o treinamento que recebeu, Bandeira preferiu n�o se manifestar. Em rela��o � responsabilidade que assume como professor, o profissional declarou que “como policial respeito a lei e os direitos humanos, em nenhum momento a inten��o foi desrespeitar”.
“Tenho uma carreira ilibada e jamais enfrentei nenhum processo disciplinar por descumprimento de qualquer norma da institui��o a qual eu sirvo. A minha postura � de repassar aos meus alunos que devem cumprir o ordenamento jur�dico brasileiro em todos os pontos”.
Para o especialista do F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica (FBSP), Roberto Uch�a, h� um gargalo nas corpora��es de seguran�a p�blica que � a falta de um manual que padronize a abordagem policial. “Uma cr�tica que fa�o � que n�o h� uma divulga��o do procedimento, n�o h� um padr�o. Se h� um pedido para conhecimento de um manual de abordagem n�o se tem acesso, � sigiloso. Faz parte da cultura das institui��es policiais do Brasil a n�o divulga��o de dados, de procedimentos ou a a��o de dificultar o acesso a essas informa��es. O objetivo desse acesso n�o seria demonizar institui��es. Em democracias mais avan�adas isso � uma pr�tica muito sedimentada. Esse tipo de informa��o � disponibilizada para o p�blico, porque prev� a transpar�ncia. A gente quer que as t�cnicas sejam evolu�das”, pontuou.