
Os homic�dios na regi�o sudoeste do Amazonas aumentaram de 14 em 2019 para 85 em 2021, um crescimento de 507%, de acordo com relat�rios anuais da Secretaria de Seguran�a P�blica do Amazonas.
Esta � a regi�o do estado onde, segundo confiss�o � Pol�cia Federal, o suspeito Amarildo Oliveira da Costa teria assassinado o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Ara�jo Pereira.
Esta � a regi�o do estado onde, segundo confiss�o � Pol�cia Federal, o suspeito Amarildo Oliveira da Costa teria assassinado o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Ara�jo Pereira.
De acordo com relat�rio da ONG internacional Global Witness, na regi�o da Amaz�nia brasileira e peruana, mais de 70% dos assassinatos est�o relacionados � defesa do meio ambiente e da terra ou ligados � explora��o de recursos naturais como extra��o madeireira, minera��o e agroneg�cio em grande escala, garimpo ilegal, barragens hidrel�tricas e outras infraestruturas.
Reginaldo Alves Barros e Maria da Luz Ben�cio de Sousa
Reginaldo Alves Barros e Maria da Luz Ben�cio de Sousa
O casal de trabalhadores rurais, Reginaldo Alves Barros e Maria da Luz Ben�cio de Sousa, foi encontrado morto no dia 18 de junho de 2021, na Gleba Campina, conhecida como comunidade Vilela, no munic�pio de Junco do Maranh�o (MA).
Maria da Luz era ativa em movimentos sociais em defesa do direito � terra e era suplente da dire��o do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) da regi�o.
Leia tamb�m: Dom Phillips e Bruno Pereira: confirmada pris�o de terceiro suspeito
Maria da Luz era ativa em movimentos sociais em defesa do direito � terra e era suplente da dire��o do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) da regi�o.
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Na �poca, a Pol�cia Civil do Maranh�o realizou uma opera��o intitulada de "Terra Vermelha", que deu cumprimento a dois mandados de pris�o e tr�s de busca e apreens�o na zona rural do munic�pio de Junco do Maranh�o. Segundo os agentes, os mandantes do crime amea�avam trabalhadores para tomar as terras.
Al�m das pris�es, foram apreendidas duas espingardas, tr�s rev�lveres calibre 38, e outros itens usados pelos criminosos para fazer ataques na regi�o.
Al�m das pris�es, foram apreendidas duas espingardas, tr�s rev�lveres calibre 38, e outros itens usados pelos criminosos para fazer ataques na regi�o.
Ari Uru-Eu-Wau-Wau, de 34 anos
Em de 17 de abril de 2020, o ind�gena Ari Uru-Eu-Wau-Wau, de 34 anos, foi encontrado morto no distrito de Jaru (RO). O corpo apresentava les�o na regi�o do pesco�o, que ocasionou hemorragia aguda.
Ele denunciava extra��es ilegais de madeira dentro da aldeia de povo ind�gena. A esposa e filhos, dois anos depois, ainda n�o receberam informa��es das autoridades sobre autores ou motiva��o do crime.
Ele denunciava extra��es ilegais de madeira dentro da aldeia de povo ind�gena. A esposa e filhos, dois anos depois, ainda n�o receberam informa��es das autoridades sobre autores ou motiva��o do crime.
Original Yanomami, de 24 anos, e Marcos Arokona
Tamb�m em 2020 os ind�genas Original Yanomami, de 24 anos, e Marcos Arokona da mesma idade, foram mortos em conflito com garimpeiros na regi�o do rio Parima, na Terra Yanomami em Alto Alegre (RO). No mesmo ano, o trabalhador rural Raimundo Nonato, foi morto na regi�o de Junco, no Maranh�o.
Leia tamb�m: Fam�lia de Dom Phillips pede 'paz e privacidade' ap�s PF recolher corpos
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Maxciel Pereira dos Santos
O colaborador da Funda��o Nacional do �ndio (Funai) Maxciel Pereira dos Santos, que atuava em defesa dos ind�genas da Terra Ind�gena do Vale do Javari, na Amaz�nia, foi morto em 2019.
A Pol�cia Militar informou que Maxciel morreu com dois tiros na nuca quando andava de moto com a esposa e a enteada na cidade de Tabatinga. As duas sobreviveram, mas ele faleceu no local.
O crime segue impune. Vi�va disse que n�o recebeu informa��es sobre investiga��o por parte da Pol�cia Federal. Desde 2018 at� a data do crime, a base da Funai no Vale do Javari j� havia sido atacada quatro vezes.
A Pol�cia Militar informou que Maxciel morreu com dois tiros na nuca quando andava de moto com a esposa e a enteada na cidade de Tabatinga. As duas sobreviveram, mas ele faleceu no local.
O crime segue impune. Vi�va disse que n�o recebeu informa��es sobre investiga��o por parte da Pol�cia Federal. Desde 2018 at� a data do crime, a base da Funai no Vale do Javari j� havia sido atacada quatro vezes.
Paulo Paulino Guajajara
Paulo Paulino Guajajara, conhecido como Lobo Mau, foi assassinado a tiros em 1º de novembro de 2019, na Terra Ind�gena Arariboia, no Maranh�o. Paulino era um guardi�o da floresta, respons�vel por fiscalizar e denunciar invas�es na mata.
Ele estava acompanhado de La�rcio Guajajara, lideran�a da regi�o, que conseguiu fugir do ataque, apesar de ter sido alvejado com tiros no bra�o e nas costas, e outros de rasp�o. Ambos voltavam de um dia de ca�a, quando se depararam com uma emboscada, homens armados que podem ser ca�adores ou madeireiros.
Os criminosos, Raimundo Nonato Ferreira de Sousa e Ant�nio Wesley Nascimento, foram indiciados em 10 de janeiro de 2020 pela morte do ind�gena. A dupla foi condenada por homic�dio doloso - quando h� inten��o de matar - e por porte ilegal de arma de fogo e ca�a ilegal.
O delegado da Pol�cia Federal respons�vel pelo caso, Nathan Vasconcelos, afirmou que as investiga��es apontam que os dois estavam na regi�o praticando atividades de ca�a.
O delegado da Pol�cia Federal respons�vel pelo caso, Nathan Vasconcelos, afirmou que as investiga��es apontam que os dois estavam na regi�o praticando atividades de ca�a.
Emyra Waj�pi
Ind�genas da etnia Waj�pi denunciaram no dia 25 de julho de 2019 que um grupo de garimpeiros assassinou o cacique Emyra Waj�pi, de 68 anos.
Ind�genas da etnia Waj�pi denunciaram no dia 25 de julho de 2019 que um grupo de garimpeiros assassinou o cacique Emyra Waj�pi, de 68 anos.
A morte foi o in�cio de um ataque � aldeia Mariry, que se concretizou com a invas�o de 50 garimpeiros no local, localizado no oeste do Amap�.
Segundo relatos, o cacique foi esfaqueado no meio da mata no momento em que se deslocava at� sua aldeia, depois de ter ido visitar a filha.
O inqu�rito que investigava a morte do cacique foi arquivado em dezembro pelo Minist�rio P�blico Federal (MPF). A entidade alegou que a investiga��o da Pol�cia Federal (PF) constatou morte acidental e sem ind�cios de invas�o de garimpeiros.
Segundo a pol�cia, dois fatores d�o ind�cios que a morte do cacique foi acidental: a aus�ncia de hemorragia ou traumatismo craniano, mesmo com les�es superficiais na cabe�a, e o fato da passagem pelo c�rrego onde o corpo foi encontrado ser feita por meio de um tronco, o que pode ter provocado a queda de Emyra. As informa��es foram divulgadas pelo G1.
Segundo a pol�cia, dois fatores d�o ind�cios que a morte do cacique foi acidental: a aus�ncia de hemorragia ou traumatismo craniano, mesmo com les�es superficiais na cabe�a, e o fato da passagem pelo c�rrego onde o corpo foi encontrado ser feita por meio de um tronco, o que pode ter provocado a queda de Emyra. As informa��es foram divulgadas pelo G1.
Dorothy Steng
Em 2005 a not�cia do assassinato da ambientalista e mission�ria norte-americana Dorothy Steng correu o mundo. Ela intermediava conflitos agr�rios na regi�o de Anapu, no Par�. Nascida em 1931 nos Estados Unidos, Steng se dedicou ao trabalho mission�rio no final dos anos 60.
Desde ent�o, Stang atuava em defesa dos trabalhadores rurais sem terra no estado. O fazendeiro Regivaldo Galv�o, conhecido como Tarad�o, foi condenado a 30 anos de reclus�o no dia 30 de abril de 2010, como mandante do assassinato de Dorothy Stang.
A condena��o foi mantida em segunda inst�ncia, e a pena chegou a ser reduzida para 25 anos pelo Superior Tribunal de Justi�a (STJ), que autorizou a pris�o em 2017.
Chico Mendes
Na noite de 22 de dezembro de 1988, o ecologista Chico Mendes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, no Acre, foi morto a tiros de espingarda, no quintal de sua casa, por Darcy Alves da Silva, a mando de seu pai, o fazendeiro Darly Alves da Silva.
Em dezembro de 1990, depois de um julgamento que durou quatro dias, os assassinos foram condenados a 19 anos de pris�o.
Genoc�dio
De 1974 a 1983, grandes obras na Amaz�nia serviram de pretexto para genoc�dio cometido pela ditadura militar, por meio de bombardeios, chacinas e destrui��o de locais sagrados. A Comiss�o Nacional da Verdade estima que ao menos 8.350 �ndios foram assassinados entre 1946 e 1988.
As investiga��es apontam dois per�odos distintos em se tratando de viola��es aos povos ind�genas. Antes de dezembro de 1968, os massacres se davam mais pela omiss�o do Estado. Ap�s o Ato Institucional 5 (AI-5), com a cria��o da Funda��o Nacional do �ndio (Funai), o maior respons�vel pelos homic�dios foi o regime militar, que durou de 1º de abril de 1964 a 15 de mar�o de 1985.