
Comuns na hist�ria clim�tica brasileira, os ciclones extratropicais costumam se formar no extremo sul do pa�s, entre o Rio Grande do Sul e Argentina e Uruguai, pa�ses vizinhos. Seus ventos s�o mais fracos e seus efeitos t�m dura��o menor em compara��o aos ciclones tropicais.
"Ciclones extratropicais no Oceano Atl�ntico se formam toda semana, dezenas deles �s vezes. Mas � comum que se formem perto do polo sul, muito distante. Por isso n�o mencionamos na previs�o do tempo - um ciclone extratropical a mil quil�metros da costa n�o vai causar nenhum efeito para a popula��o", explica Estael Sias, meteorologista do MetSul, plataforma de conte�do meteorol�gico.
A diferen�a do fen�meno que vemos agora, explica Sias, � sua �rea de forma��o, que fica entre os estados de Santa Catarina e S�o Paulo, e a proximidade com a costa atl�ntica, que faz com que a popula��o sinta os efeitos.
"A forma��o n�o � t�o r�pida quanto a de um tornado, por exemplo, que acontece em minutos. As autoridades j� est�o observando o fen�meno h� entre cinco e sete dias", aponta Ana Avila, meteorologista e pesquisadora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
H� risco de alagamentos, deslizamentos e enxurradas, assim como destelhamentos, danos nas redes el�tricas e quedas de �rvores e galhos. Os riscos variam de acordo com a regi�o e a intensidade com a qual o ciclone deve atuar. Por isso � importante sempre estar alerta �s recomenda��es da Defesa Civil e outros �rg�os competentes na sua cidade e estado.
Um exemplo � a diferen�a da for�a das rajadas de vento entre Florian�polis e a cidade de S�o Paulo. Mais ao sul, a previs�o � de que o vento alcance 100 km/h. J� na capital paulista, as maiores rajadas devem oscilar entre 60 km/h e 80 km/h.
O CGE-SP (Centro de Gerenciamento de Emerg�ncias de S�o Paulo) recomenda que quem estiver na cidade de S�o Paulo n�o fique sob a rede el�trica ou �rvores e evite os deslocamentos.
Em cidades ao sul do pa�s, com maior risco de alagamentos, as recomenda��es dos �rg�os competentes v�o desde procurar abrigo seguro a n�o entrar em contato com �guas.
Cidades litor�neas tamb�m devem sentir maiores impactos. "Os ventos ficam mais fortes pr�ximos ao mar, assim como as ondas, que podem chegar a quatro metros de altura. Por isso, � essencial que toda atividade mar�tima, como a pesca, seja cancelada. O risco � muito alto, como os alertas meteorol�gicos das Defesas Civis v�m apontando principalmente nas �ltimas 24 horas", explica Avila.

Como um ciclone extratropical � formado
Os ciclones extratropicais s�o centros de baixa press�o atmosf�rica que se formam fora dos tr�picos, em m�dias e altas latitudes.
"Ele � formado pelo contraste de massas de ar quente e frio. Parte da sua a��o � sugar toda a umidade pra essa regi�o do centro de baixa press�o e jogar para a atmosfera, resfriando e trasnformando a umidade em nuvens. � nesse processo que o fen�meno espalha chuva e vento", aponta a meteorologista Estael Sias.
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Como a popula��o deve se proteger
Em �reas mais afetadas, as recomenda��es pedem maior cautela. Abaixo, como exemplo, est�o os conselhos da Defesa Civil de Santa Catarina:
Alagamentos
- Evite contato com as �guas;
- N�o dirija em �reas alagadas;
- Evite pontes submersas e pontilh�es;
- Redobre a aten��o com as crian�as.
Deslizamentos
Fique atento:
- A postes e �rvores com inclina��o;
- Qualquer movimento de terra ou encostas pr�ximo � sua resid�ncia;
- Aparecimento de rachaduras em muros ou paredes.
Ventos fortes
- Busque um local abrigado, longe de �rvores, placas, postes e outros objetos que possam ser arremessados;
- No local abrigado, fique longe de janelas.
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62498923
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