
Como � viralizar aos seis anos de idade falando de pol�tica? Para Theo, que teve um v�deo viral falando que votaria na av� e que daria Playstation 5 de gra�a, � algo positivo. “� muito legal, muito bom porque eu estou famoso. Eu queria que o Felipe Neto visse o v�deo”, conta o garoto.
Nas imagens compartilhadas no perfil do irm�o mais velho, Pedro Luis Macedo Dalcol, estudante de hist�ria da Universidade Estadual de Ponta Grossa, o menino come�a dizendo que tem uma candidata a presidente: “Se a nossa fam�lia estivesse no local de ‘votamento’ (sic), eu votaria na v�”.
Em seguida, ele diz o que faria se fosse presidente: “Dar Playstation 5 de gra�a, alimentar os pobres, deixar as pessoas felizes e matar os bilion�rios que zoam os pobres”.
@pwdro.macedo Meu irm�o futuro comunistinha limdo %uD83D%uDE0D#foryou #fy #cortescanhotos #capitalismo #lefttiktok #socialismo #esquerda #crianca %u266C Hymn of the Soviet Union (Union Sovietica) Urss / Cccp - Historical Voices Songs & Various Artists
O v�deo surgiu por um acaso: a fam�lia debatia as elei��es, quando o menino interrompeu e disse que votaria na av�. “Foi um momento muito bonito visto que nossa av�, Lidia Rodrigues Macedo, faleceu recentemente e ele trouxe � tona a quest�o, dizendo que nossa v� seria uma boa presidente. Eu o gravei e ap�s ele falar sobre sua av�, perguntei o que ele faria como presidente e da� saiu o v�deo”, conta Pedro, irm�o mais velho de Theo.
Apesar de muita gente ter gostado do v�deo, houve muitas cr�ticas � fam�lia sobre a fala de Theo. O Estado de Minas publicou as imagens no perfil do Instagram e recebeu coment�rios como: “Uma crian�a falando em matar e voc�s acham isso legal?” e “Fofo, por�m o matar sendo falado por uma crian�a me deixou triste”.
Mas a m�e de Theo, Danielle Macedo, explica que a fala n�o tem nada a ver com intoler�ncia. “Algumas pessoas podem achar que � um discurso de �dio, mas n�o tem �dio nenhum. � um discurso de um menino de seis anos representando a indigna��o porque tem pessoas que n�o tem comida. Por isso que seria importante a v� ser presidente, porque, como ela costumava fazer os netos comerem, na cabe�a dele, ela ia dar comida para todo mundo”, explica.

Repercuss�o
Pedro Macedo, irm�o de Theo, conta que foi uma surpresa o v�deo viralizar. Ele publicou a fala do irm�o em seu perfil no TikTok, onde comenta sobre pol�tica, filosofia, hist�ria. “O Theo sabe sim que viralizou, mesmo que n�o entenda muito o conceito de viralizar, ele nos perguntou se seria como se a cidade inteira conhecesse ele e n�s respondemos que seria como se v�rias cidades do Brasil o conhecessem nesse momento”, afirma.
Pedro explica que pol�tica � um assunto recorrente na fam�lia, que � composta por um pai jornalista e uma m�e professora, por ele, que � estudante de hist�ria, e pela irm�, que deve seguir carreira na doc�ncia. “Sempre na escola p�blica, a qual defendemos com unhas e dentes. E o Theo naturalmente ouve e assimila essas id�ias, principalmente sobre a desigualdade estrutural em que vivemos, a quest�o dos preconceitos raciais, de sexualidade, e qualquer outra forma de preconceito a qual somos completamente contra”, detalha.
O irm�o mais velho indica, ainda, que a discuss�o em casa vai al�m da polariza��o pol�tica provocada pelas elei��es no Brasil. E que a busca por uma sociedade igualit�ria � o cerne do que ensina para o ca�ula da fam�lia. “O Theo n�o se contenta que mesmo que nossa sociedade produza o suficiente para alimentar o mundo inteiro tr�s vezes, milh�es de pessoas passem fome. Isso n�o entra na cabe�a dele, se ele tem uma estabilidade onde pode comer todo dia, e temos o suficiente no mundo para uma distribui��o igualit�ria, por que ainda existem pessoas que passam fome?”, questiona.

E ele explica que � por isso que o menino fala em “matar” os bilion�rios. “Uma vis�o natural de uma crian�a de 6 anos sobre a gigantesca desigualdade imposta por um sistema de produ��o que explora e expropria o valor produzido pelos trabalhadores e os paga com sal�rios �nfimos em rela��o ao que produzem. Muito me surpreendeu, como estudante de hist�ria, que uma crian�a como ele possa ver que essa rela��o, que estamos t�o acostumados em um mundo acometido pelo capitalismo tardio, pode ser t�o desigual e cruel”, finaliza.