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Estado de Minas FESTA SUSPENSA

Casamento em Noronha � adiado ap�s noivos e convidados ficarem sem passagens

Proibi��o recente de avi�es a jato no arquip�lago transformou-se em problema para Rosania e Felipe


23/10/2022 20:36 - atualizado 24/10/2022 08:20

Rosania e Felipe
Rosania e Felipe, sonho adiado (foto: Arquivo pessoal)
A analista administrativa Rosania Vargas, 33, e o publicit�rio Felipe Demarco, 34, moradores do Rio de Janeiro, viram o sonho de celebrar o casamento em Fernando de Noronha ser adiado em raz�o da proibi��o de avi�es a jato no arquip�lago. A hist�ria do casal tem atra�do mensagens tanto de ataque quanto de carinho.

"Eu estou com a minha caixa de mensagens diretas no Instagram cheia de recados de pessoas que n�o conhe�o. Algumas s�o muito maravilhosas e trazem relatos parecidos, mas tamb�m estou recebendo �dio gratuito, mensagens ironizando a nossa dor", conta a noiva, que j� tinha tudo contratado para a cerim�nia, marcada para 29 de outubro com 44 convidados, entre eles parentes e amigos de diferentes regi�es do Brasil e at� da Noruega.

O caso tamb�m repercutiu no Facebook, onde h� milhares de manifesta��es cr�ticas e solid�rias. "Reflete muito o Brasil que vivemos hoje, totalmente polarizado, uma sociedade doente que n�o consegue se solidarizar com a dor do pr�ximo e que cr� ter poder e capacidade de julgar sem conhecer, sem entender", afirma Demarco.

Muitas das cr�ticas minimizam o caso, comparando-o a graves problemas como a fome no pa�s e as mortes na pandemia de Covid-19. Para os noivos, uma dor n�o exclui a outra. "Sabemos que existem problemas muito mais s�rios, muito mais dolorosos, e tentamos fazer nossa parte para ajudar. Nosso problema, de uma forma ou de outra, vai ter solu��o, mas uma coisa n�o exclui a outra. Ainda mais assim, atacar gratuitamente, julgar sem conhecer", considera o publicit�rio.

Eles afirmam que n�o esperavam a repercuss�o -no s�bado (22), ap�s dar entrevista, Rosania foi reconhecida no trem- e que a reverbera��o n�o afetou a forma como as companhias a�reas Gol e Azul respondem � situa��o. "As empresas n�o entraram em contato, s� advogados se oferecendo para atender, mas j� temos o nosso."

Os noivos souberam da decis�o da Anac (Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil) de proibir turbojatos at� que sejam realizados ajustes na pista do aeroporto por meio do cerimonialista da festa. Depois, come�aram a chegar emails da Gol informando o cancelamento dos voos. Como nas mensagens n�o havia op��o de remarca��o, apenas reembolso ou cr�dito para outro destino, eles come�aram a buscar alternativas para manter o evento.

Rosania relata que tentou os canais de atendimento da empresa e, como n�o conseguiu avan�ar na resolu��o, passou a comentar em postagens da Gol nas redes sociais. No dia �ltimo dia 17, ela afirma que uma funcion�ria entrou em contato informando que eles tentariam realocar o grupo em voos da Azul, que continua operando em Fernando de Noronha atrav�s de avi�es turbo�lice, e que estavam trabalhando para que tudo fosse resolvido.

"Ficamos aguardando o contato. Enquanto isso, os fornecedores ficavam nos pressionando, querendo saber se podiam comprar as flores, finalizar a encomenda de bem-casados... Mandei emails pedindo uma luz sobre o que estava acontecendo e na quinta, dia 20, eles ligaram. Disseram que na sexta ter�amos as passagens remarcadas, para ficarmos tranquilos que o casamento ia acontecer. Comecei a acionar os convidados, perguntar a disponibilidade de cada um para adiantar a viagem ou mudar a data de retorno e deixei tudo compilado, esperando retornarem para resolvermos os localizadores de cada um", conta.

A not�cia recebida na sexta, por�m, foi diferente do esperado. "A funcion�ria ligou falando que n�o conseguiram resolver o meu problema e que n�o podiam fazer mais nada por mim. Achei at� que fosse piada, fiquei em sil�ncio. Depois perguntei se era s�rio. Meu mundo caiu ali", relata ela.

A noiva diz ainda que tentou mobilizar a Azul, compartilhando a situa��o em mensagens para a companhia e pedindo ajuda para a realoca��o, mas n�o teve retorno, e que seria um custo invi�vel para eles e para os convidados adquirirem novas passagens a�reas agora ou fretarem um avi�o.

"Esper�vamos uma postura mais acolhedora e mais emp�tica das empresas."

"Um sonho que era s� nosso, de conhecer Noronha e casar de frente para o morro Dois Irm�os, passou a ser sonhado por 46 pessoas", diz Rosania. "N�o se resume a uma lembrancinha com a data. H� muita coisa envolvida. S�o nossos sonhos, nossos planos, vamos ter que adiar, por exemplo, os planos de ter filho", complementa o noivo.

"E a� culminar com essa s�rie de julgamentos e ataques machuca porque sabemos o quanto lutamos. Desde o noivado, em outubro de 2020, estamos juntando dinheiro. Foram muitos fins de semana trabalhando, muitas madrugadas, feriados, muito trabalho extra, muita luta. Foram dois anos de prepara��o, de economia", lamenta.

O casal diz que deve manter a lua de mel em Jericoacoara, no Cear�, para n�o ter mais preju�zos, mas acredita que o clima ser� muito diferente da felicidade da despedida de solteiro, por exemplo. A comemora��o ocorreu em 1º de outubro, antes da decis�o da Anac.

"A Rosania est� tentando juntar os caquinhos e estamos recebendo o apoio de nossos amigos e familiares. Agora que sabemos que n�o ser� como planejamos, na data que planejamos, vamos entender o que podemos ou n�o mudar", afirma o publicit�rio.

Questionada, a Gol afirma que priorizou a comunica��o com todos os consumidores envolvidos desde o an�ncio da Anac, com emails, SMS e liga��es para que os impactos fossem minimizados.

Declara ainda que clientes que compraram bilhetes diretamente com a companhia para voos com destino ou partida de Fernando de Noronha a partir de 12 de outubro podem remarcar suas viagens, pedir cr�dito ou reembolso diretamente neste link ou ligar para a central de atendimento no 0300-115 2121.

As remarca��es, contudo, dependem da disponibilidade de lugares vagos em voos de companhia cong�nere, ressalta a empresa.

A Azul informa que, at� o fim do m�s, ter� dez voos di�rios regulares entre Recife e Noronha, sendo cinco em cada sentido, al�m de opera��es extras para garantir a capacidade de oferta. A companhia diz que j� reacomodou todos os seus clientes impactados pela restri��o de opera��o de jatos e, agora, disponibiliza venda de passagens com embarques nos meses de outubro e novembro.

A empresa afirma ainda que as aeronaves do modelo ATR72-600 que est�o sendo utilizadas t�m capacidade para transportar at� 70 clientes e que, a partir de novembro, ir� operar 16 voos entre Recife e Noronha.

 


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