
"O que ocorre no estado tende a se repetir em outras regi�es e pode acontecer novamente", afirmou Tiago Gr�f, da Rede Gen�mica. Ao analisar os resultados encontrados pela equipe do virologista Felipe Naveca, da Fiocruz Amaz�nia, Gr�f lembra que os casos de coronav�rus no Amazonas estavam em ascens�o desde metade de outubro e subiram de uma m�dia m�vel de cerca de 230 casos por semana para cerca de 1.000.
Para investigar o que poderia estar causando o recrudescimento da COVID-19 no estado, a equipe de Felipe Naveca realizou o sequenciamento de 200 genomas do Sars-CoV-2 entre setembro e outubro, idenficando, assim, a nova variante. A BE.9 � a evolu��o da sublinhagem BA. 5.3.1, ou seja, � uma �micron da linhagem BA.5.
"O que nos deixou mais intrigados com a nova variante � que ela apresenta as muta��es K444T e N460K na Spike, exatamente como a BQ.1.1. A BE.9 ainda tem uma dele��o na Spike, na posi��o Y144", comentou Gr�f.
Competi��o de variantes
De acordo com o pesquisador, "a BQ.1.1 descende da BE.1, que descende tamb�m da BA.5.3.1. Ent�o, de forma independente e em lugares diferentes no mundo, a BA.5.3.1 gerou linhagens com as mesmas muta��es na Spike". "Em evolu��o chamamos isso de converg�ncia", completou.
Segundo Gr�f, "a BE.9 e a BQ.1.1 t�m suas diferen�as em outras regi�es do genoma, mas na Spike s�o muito similares. � por isso que � muito importante que monitoremos de perto a BE.9, pois j� vimos que ela fez ressurgir a covid-19 no Amazonas e n�o sabemos se ela poder� fazer o mesmo no resto do Brasil".
O pesquisador acredita ainda que haver� uma competi��o dessas variantes "primas" em outros estados.
"A BQ.1.1 j� foi identificada em S�o Paulo, Santa Catarina, Pernambuco e Rio de Janeiro e � poss�vel que j� esteja em mais estados. A BE.9 ainda n�o sabemos, pois a designa��o de linhagem ocorreu em 12 de novembro e, a partir desta data, vamos conseguir monitorar melhor."
*Estagi�ria sob a supervis�o de Andreia Castro