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Estado de Minas FLORIAN�POLIS

Vereadora � abra�ada e beijada � for�a durante sess�o em SC

Vereador Marquinhos da Silva (PSC) disse que n�o teve nenhuma m� inten��o contra Carla Ayres (PT) e que foi 'infeliz em invadir o seu espa�o'


08/12/2022 14:46 - atualizado 08/12/2022 18:12

Imagem mostra prédio onde funciona a Câmara Municipal de Florianópolis, onde a vereadora foi assediada
Carla Ayres voltava de seu discurso na tribuna da Casa e, quando passou ao lado de Silva, ele a puxou pelo bra�o, a agarrou por tr�s e lhe deu um beijo no rosto. (foto: C�mara Municipal de Florian�polis)

A vereadora Carla Ayres (PT) foi puxada pelo bra�o, abra�ada e beijada � for�a pelo parlamentar Marquinhos da Silva (PSC) durante a sess�o desta quarta-feira (7) na C�mara Municipal de Florian�polis. O caso aconteceu dentro do pr�prio plen�rio, depois de ela se manifestar sobre um projeto de lei, e ser� denunciado como importuna��o sexual e viol�ncia pol�tica de g�nero. Silva pediu desculpas.

Ayres voltava de seu discurso na tribuna da Casa e, quando passou ao lado de Silva, ele a puxou pelo bra�o, a agarrou por tr�s e lhe deu um beijo no rosto. No v�deo, � poss�vel ver que a vereadora prontamente se desvencilhou do parlamentar, completamente incomodada. Ela conta que os parlamentares estavam discutindo sobre um projeto sobre o qual Silva nem chegou a se pronunciar. "Ele estava no plen�rio rindo, como se estivesse numa torcida e como se eu estivesse perdendo um debate ou um jogo", relata.

Quando desceu da tribuna e passou por Silva, ele fez uma gracinha. "N�o lembro exatamente o que ele disse, mas foi algo do tipo 'perdeu'. Falei que aquilo era algo s�rio, ent�o ele me puxou pelo bra�o. Quando dei as costas, ele pratica aquela cena indecorosa. E continuou rindo, dizendo que estava tudo bem. Foi totalmente constrangedor", lamenta. Segundo ela, logo depois, ainda no plen�rio, Silva lhe pediu desculpas. "Mas n�o se trata disso, n�o � uma postura parlamentar. Vendo a cena, � nojenta."

Carla Ayres afirma que s� depois, quando viu o v�deo, se deu conta do simbolismo da cena, especialmente por ela ser uma mulher l�sbica. Ayres atribui a viol�ncia a um processo de estrutura��o do machismo "que garante aos homens lidarem com as mulheres como desejam, proferirem palavras e acessarem os nossos corpos sem pedir autoriza��o e sem ter no��o que est�o cometendo uma profunda invas�o de privacidade".

A parlamentar ressalta que houve ainda quebra de decoro parlamentar, o que, segundo ela, tem ocorrido cada vez mais na pol�tica brasileira."Eles est�o sendo confrontados a lidar com a realidade das mulheres no poder e, mesmo que se diga que n�o � intencional, o machismo autoriza os homens a fazerem isso", diz.

Apesar de destacar que a viol�ncia contra as mulheres foi naturalizada nos �ltimos anos, com discursos machistas do governo Bolsonaro, ela afirma que v�rios colegas parlamentares, inclusive bolsonaristas, lhe prestaram solidariedade ap�s o ass�dio. "N�o podemos fazer de conta que n�o � nada e lidar com isso como uma brincadeira. Precisamos pedir medidas mais duras", ressalta.

Carla entrou com pedido de quebra de decoro parlamentar na C�mara e ir� registrar um boletim de ocorr�ncia contra Silva por importuna��o sexual e viol�ncia pol�tica de g�nero.

Em nota, o vereador Marquinhos Silva disse receber com tristeza a acusa��o de ass�dio de Ayres, por quem, apesar de diverg�ncias pol�ticas, sempre demonstrou "imenso carinho e respeito, dentro e fora do plen�rio".

"Reconhe�o meu erro em abordar a vereadora de maneira inconveniente, sem a sua autoriza��o, e diante disso pe�o minhas sinceras desculpas a ela e a todas as mulheres que se sentiram ofendidas pelo meu ato. Ressalto que em nenhum momento agi de maneira m�-intencionada (sic), por�m, fui infeliz em invadir o seu espa�o", afirma. No texto, ele diz que levar� a atitude "equivocada" como um aprendizado, "repudiando toda forma de ass�dio".

O fato ocorreu na mesma sess�o em que foi aprovada a cria��o da Procuradoria da Mulher na C�mara de Florian�polis, que vai receber, analisar e encaminhar den�ncias de viol�ncia e discrimina��o contra as mulheres. A proposta foi apresentada pela Comiss�o da Mulher, na �poca presidida por Carla Ayres.

Em nota, a C�mara Municipal de Florian�polis diz que repudia o ato e reafirma sua atua��o no combate cont�nuo de toda e qualquer a��o de viol�ncia contra as mulheres. "Sobre o caso denunciado, t�o logo o processo chegue � Mesa Diretora, ser� realizada a apura��o dos fatos seguindo os ritos administrativos disciplinares desta Casa Legislativa."


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