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Estado de Minas Sa�de

COVID-19: 40 mil crian�as e adolescentes ficaram �rf�os de m�e no Brasil

Para pesquisadores, houve atraso na ado��o de medidas necess�rias para o controle da doen�a, e isso provocou grande n�mero de mortes evit�veis


26/12/2022 13:16 - atualizado 26/12/2022 15:33

foto mostra o vírus da covid
Covid-19 deixou 40 mil crian�as e adolescentes �rf�os de m�e no Brasil (foto: Ag�ncia Brasil)

As mortes causadas pela pandemia de covid-19 deixaram 40.830 crian�as e adolescentes �rf�os de m�e no Brasil, segundo estudo publicado por pesquisadores da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).


Para os autores da pesquisa, divulgada nesta segunda-feira (26/12) pela Fiocruz, houve atraso na ado��o de medidas necess�rias para o controle da doen�a, e isso provocou grande n�mero de mortes evit�veis.


Os resultados obtidos pelos pesquisadores podem ser consultados em artigo publicado em ingl�s, em 19 de dezembro. As fontes de dados utilizadas foram o Sistema de Informa��es sobre Mortalidade (SIM), em 2020 e 2021, e o Sistema de Informa��es sobre Nascidos Vivos (Sinasc) entre 2003 e 2020.

Coordenador do Observat�rio de Sa�de na Inf�ncia, iniciativa da Fiocruz com a Faculdade de Medicina de Petr�polis do Centro Arthur de S� Earp Neto (Unifase), Cristiano Boccolini alerta que essas crian�as e adolescentes necessitam, com urg�ncia, da ado��o de pol�ticas p�blicas intersetoriais de prote��o.

"Considerando a crise sanit�ria e econ�mica instalada no pa�s, com a volta da fome, o aumento da inseguran�a alimentar, o crescimento do desemprego, a intensifica��o da precariza��o do trabalho e a crescente fila para o ingresso nos programas sociais, � urgente a mobiliza��o da sociedade para prote��o da inf�ncia, com aten��o priorit�ria a este grupo de 40.830 crian�as e adolescentes que perderam suas m�es em decorr�ncia da covid-19 nos dois primeiros anos da pandemia", afirma o pesquisador, que � um dos autores da pesquisa.


A morte de um dos pais, e em particular da m�e, est� ligada a desfechos adversos ao longo da vida e tem graves consequ�ncias para o bem-estar da fam�lia, acrescenta a pesquisadora do Laborat�rio de Informa��o e Sa�de do Instituto de Comunica��o e Informa��o Cient�fica e Tecnol�gica em Sa�de (Icict/Fiocruz), Celia Landmann Szwarcwald. 


"As crian�as �rf�s s�o mais vulner�veis a problemas emocionais e comportamentais, o que exige programas de interven��o para atenuar as consequ�ncias psicol�gicas da orfandade."


O dado sobre �rf�os � uma parte da an�lise dos pesquisadores sobre a mortalidade causada pela pandemia de covid-19 em toda a popula��o. Outro ponto destacado pelo estudo � que a covid-19 foi respons�vel por mais que um ter�o de todas as mortes de mulheres relacionadas a complica��es no parto.


Os pesquisadores calculam que, em 2020 e 2021, a covid-19 foi respons�vel por quase um quinto (19%) de todas as mortes registradas no Brasil. Durante o pico da pandemia, em mar�o de 2021, o pa�s chegou a contabilizar quase 4 mil �bitos pela doen�a por dia, n�mero que supera a m�dia di�ria de mortes por todas as causas em 2019, que foi de 3,7 mil.

Desigualdades sociais acentuam dados de mortes

O estudo indica ainda que a mortalidade entre analfabetos chegou a ser de 38,8 mortes a cada 10 mil pessoas, enquanto a m�dia da popula��o brasileira foi de 14,8 mortes para cada 10 mil pessoas.


Para estimar o impacto da escolaridade na mortalidade por covid-19, os pesquisadores utilizaram dados de �bitos pela doen�a e a distribui��o da popula��o brasileira por n�vel de escolaridade da Pesquisa Nacional de Sa�de. Os resultados mostram que entre adultos analfabetos a mortalidade por covid-19 foi tr�s vezes maior que entre aqueles que conclu�ram o ensino superior.


A pesquisadora da Fiocruz Wanessa da Silva de Almeida lembra que a escolaridade e outras caracter�sticas socioecon�micas afetam o progn�stico da covid-19 e outras doen�as. "A desigualdade socioecon�mica acarreta iniquidades no acesso aos servi�os de sa�de e, consequentemente, dificuldades no diagn�stico oportuno e no tratamento dos casos."


Os autores do estudo destacam que o maior peso da mortalidade nos indiv�duos de menor escolaridade reflete o impacto desigual da epidemia nas fam�lias brasileiras socialmente desfavorecidas, sendo ainda maior entre as crian�as e adolescentes que se tornaram �rf�s e perderam um dos provedores do sustento da fam�lia. 


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