De acordo com a pol�cia militar de Santa Catarina, ele gravou imagens do suposto crime de dentro de um ve�culo, ao lado de outros homens e de duas crian�as, que tamb�m participaram das grava��es. Todos portavam armas de press�o.
Durante a a��o, o homem, que se intitula youtuber e � morador da cidade, amea�ou pedestres e mobilizou policiais e viaturas de tr�s munic�pios, al�m de um helic�ptero da PM, que chegou a fazer barreiras na BR-101 em busca dos poss�veis suspeitos.
Segundo a pol�cia, a opera��o teve in�cio com v�rias den�ncias de moradores, que avistaram uma caminhonete branca com alguns homens dentro, apontando armas longas, parecidas com fuzis, para fora das janelas.
Os relatos falavam de um roubo ocorrendo pr�ximo a um clube de tiro, localizado no bairro Nova Esperan�a, e que homens estariam amea�ando pedestres, mandando-os ir embora --alguns fugiram desesperados at� uma f�brica pr�xima para pedir ajuda.A pol�cia diz que, pela gravidade das den�ncias, todas as viaturas e motocicletas do 12º BPM, assim como a aeronave da Pol�cia Militar, foram mobilizadas para localizar os suspeitos e o ve�culo.
"Durante o deslocamento para o local da ocorr�ncia, as viaturas policiais cruzaram sinais vermelhos, trafegaram pela contram�o e excederam o limite de velocidade", diz a corpora��o, em nota.
A pol�cia refor�a que outras ocorr�ncias existentes no sistema, que aguardavam atendimento policial, foram deixadas em segundo plano, j� que a gravidade da den�ncia exigia a mobiliza��o de todos os policiais militares dispon�veis.
Eles, inclusive, pediram refor�o a equipes policiais das cidades vizinhas, de Itapema e Itaja�, que passaram a realizar barreiras na BR-101, para evitar a poss�vel fuga dos criminosos.
Depois de meia hora, seguindo a rota de fuga indicada pelas testemunhas, a pol�cia encontrou a caminhonete estacionada numa resid�ncia, na rua Nova Igua�u.
Ao cercar a casa, o homem se entregou e relatou � pol�cia que estava "apenas" gravando um v�deo de simula��o de um assalto em via p�blica, para seu canal do Youtube. As armas usadas eram de airsoft, mas ele admitiu n�o ter autoriza��o para tais grava��es.
O homem, que n�o teve o nome revelado, foi preso em flagrante por "atentado contra o funcionamento do servi�o policial militar, ao provocar preju�zo ao atendimento de outras ocorr�ncias e � atividade de policiamento ostensivo preventivo".
Ele vai responder pelo crime do artigo 265 do C�digo Penal (atentar contra a seguran�a ou funcionamento de servi�o de utilidade p�blica) e tamb�m por amea�a e perturba��o, que preveem penas de at� cinco anos de pris�o.
Na casa dele foram apreendidas duas armas de airsoft, uma faca, um r�dio comunicador, um celular e uma c�mera fotogr�fica, com as imagens do assalto simulado.
De acordo com a pol�cia, o suposto youtuber foi ouvido, passou por audi�ncia de cust�dia e vai responder ao processo em liberdade. O conselho tutelar tamb�m foi acionado pelo fato de o caso envolver crian�as. A liga��o delas com o preso n�o foi informada. Tamb�m n�o foi informado quantas pessoas estavam com ele no carro.
Esta foi a segunda vez que o homem foi flagrado pelo mesmo motivo. A primeira foi em setembro de 2022, quando den�ncias levaram a pol�cia a interceptar um Mustang em que ele estava, tamb�m simulando assalto, na mesma cidade. Na ocasi�o, foi apenas orientado e autuado por estar com a carteira de habilita��o vencida.
Apesar de o transporte de armas de airsoft, consideradas armas de press�o, n�o ser considerado crime, a lei determina que o usu�rio a carregue de maneira discreta e tenha consigo a nota fiscal ou um comprovante da origem l�cita do produto, explica o advogado Frederico Brusamolin, especialista em Direito Penal.
Ainda assim, explica, houve infra��es administrativas no transporte ostensivo da arma de press�o, "que causou grande tumulto e p�nico por onde passou". Com rela��o a grava��es desse tipo, ele diz que n�o h� na legisla��o uma previs�o expressa de que devam ser autorizadas pelo poder p�blico. Mas ele orienta que � preciso ter o bom senso de comunicar agentes de seguran�a para que n�o ocorra deslocamento de for�as policiais de maneira desnecess�ria, como foi o caso.