
Segundo o inqu�rito, o caso aconteceu em 5 de fevereiro de 2021. A universidade diz que auxiliou nas investiga��es.
De acordo com a pol�cia, o m�dico confessou ter estuprado duas mulheres na mesa de cirurgia da unidade. Em depoimento ao qual � Folha DE S.Paulo teve acesso, o anestesista contou que "esfregava o p�nis no rosto" das pacientes e que esperava estar sozinho no pr� ou no p�s-operat�rio para cometer os crimes.
A reportagem n�o conseguiu contato com seu advogado.O m�dico disse aos policiais que "n�o sabe precisar o motivo pelo qual nutriu dentro de si a compuls�o em ver e armazenar pornografia infantojuvenil" -e afirmou que nunca abusou sexualmente de crian�as. Disse, ainda, que fazia buscas na internet que o levavam a links "que redirecionam o usu�rio para grupos de conversa��o do aplicativo WhatsApp", onde tinha acesso a material de pedofilia.
Em entrevista � Folha de S.Paulo, uma das v�timas disse que a viol�ncia ocorreu no p�s-cir�rgico para a retirada do �tero, dos ov�rios e de outro procedimento no reto.
Eliane Freitas da Silva, 54, contou ainda que s� teve conhecimento do que havia ocorrido quase dois anos depois, no dia 2 de janeiro deste ano.
"O delegado me ligou e disse: voc� foi v�tima de um crime sexual. Eu achei que se tratava de um golpe. Ele continuou ligando, desliguei o celular. Depois, uma viatura foi na minha casa. Na delegacia, ele perguntou se eu queria ver uma foto. Me reconheci nas imagens. Nelas, estava sendo abusada. Foi um choque", contou.
O hospital do Fund�o disse que o m�dico n�o trabalha mais na unidade. "Aqui em nossa unidade ele realizou aqui um curso te�rico-pr�tico em mar�o de 2018 e concluiu em fevereiro de 2021. � um curso similar a uma especializa��o."
Andres Eduardo tamb�m � investigado por um estupro em um hospital em Saquarema, na regi�o dos Lagos. A v�tima tamb�m estava sedada. Como os casos ocorreram em cidades diferentes, a pol�cia desmembrou os inqu�ritos.
Os atos de viol�ncia contra duas pacientes foram filmados e colocados em armazenamento digital. O material foi repassado para os investigadores ap�s a pol�cia brasileira ser informada com base em um acordo de coopera��o internacional.
Uma lei federal dos EUA determina que toda empresa fornecedora de comunica��o eletr�nica, como Google e Facebook, deve reportar casos de pornografia infantil ao NCMEC (Centro Nacional para Crian�as Abandonadas e Abusadas, na sigla em ingl�s). O �rg�o ent�o enviou o relat�rio � Pol�cia Federal brasileira, que encaminhou o material � Delegacia da Crian�a e Adolescente V�tima do Rio de Janeiro, respons�vel pelo caso.
Cerca de 20 mil arquivos contendo imagens de abuso sexual infantil tamb�m foram encontrado na nuvem digital. Com isso, a pol�cia abriu uma terceira investiga��o contra o anestesista por explora��o sexual infantil. Ele tamb�m admitiu o crime, em depoimento.
O m�dico est� preso desde segunda (16), ap�s um mandado de pris�o tempor�ria de 30 dias ser expedido pela Justi�a. A pol�cia, no entanto, informou que vai solicitar a convers�o da pris�o para preventiva, ou seja, sem prazo.
"A Delegacia da Crian�a e Adolescente V�tima concluiu o inqu�rito relacionado ao m�dico preso na semana passada por estupro de vulner�vel. A especializada vai enviar o procedimento para a Justi�a com o indiciamento do autor e a solicita��o de convers�o da pris�o tempor�ria em preventiva", informou a Pol�cia Civil.
Carrillo se formou em 2015 na Universidade de Magdalena (na Col�mbia), e veio para o Brasil em 2017. O m�dico fez resid�ncia m�dica em anestesiologia, prestou o Revalida e, em 31 de janeiro de 2022, obteve a inscri��o no Conselho Federal de Medicina.
O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro) disse ter aberto uma sindic�ncia contra o anestesista. Se confirmadas as acusa��es, o m�dico pode sofrer a cassa��o do exerc�cio profissional.