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Estado de Minas NORDESTE

Carnaval do Rio: Nordeste domina enredos das escolas de samba

Fundamental para garantir a vit�ria de Lula (PT) no pleito presidencial, regi�o vai embalar desfiles de metade das agremia��es que v�o passar pela Sapuca�


19/02/2023 19:51 - atualizado 19/02/2023 19:51

Alegoria de escola de samba
Alegoria da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, no Rio, que vislumbrar� o p�s-morte do lend�rio Lampi�o (foto: Eduardo Anizelli/Folhapress)
Do Sert�o � Ba�a de Todos os Santos, a passarela do samba vai levar o Carnaval do Rio rumo ao nordeste do Brasil. Neste ano, metade dos 12 desfiles das escolas de samba Grupo Especial sai em busca do t�tulo carioca com enredos que exaltam a cultura, o povo e os estados nordestinos.

 

Para os artistas que assinam o espet�culo popular, a volta dos olhares para a regi�o � o reflexo do debate pol�tico-social que colocou o Nordeste como uma das figuras centrais do mais recente processo eleitoral do pa�s.

 

Segundo maior col�gio eleitoral do pa�s, a regi�o foi mais uma vez decisiva na elei��o que deu a Luiz In�cio Lula da Silva (PT) seu terceiro mandato � frente da Presid�ncia da Rep�blica, em 2022.

 

 

 

 

O petista levou vantagem contra Jair Bolsonaro (PL) apenas em seu reduto. No resto do pa�s, o dom�nio foi de Bolsonaro, embora n�o tenha alcan�ado diferen�a t�o larga quanto a de Lula no Nordeste.

 

"O Carnaval reflete o pensamento comum dos artistas, das comunidades, daquilo que a gente vive. E o Nordeste est� em sua m�xima. N�o foi � toa que o Carnaval reverberou essa pauta, acho que foi um sentimento comum das escolas de olhar para a cultura que � muito latente nessa regi�o. Para al�m disso, a gente viu uma virada de chave acontecer na pol�tica do nosso pa�s em que a contribui��o do povo nordestino foi bem decisiva. A gente n�o podia deixar isso passar despercebido", disse o carnavalesco Marcus Ferreira, que faz sua estreia na Mocidade Independente de Padre Miguel.

 

Neste ano, a escola vai ao Alto do Moura, maior centro de artes figurativas das Am�ricas, em Caruaru (PE) para contar a hist�ria de Mestre Vitalino e dos artistas que o sucederam. Na apresenta��o, chap�us de cangaceiro e sombrinhas de frevo prometem se misturar entre as fantasias em verde intenso e brilhoso -- marca registrada da Mocidade.

 

"N�o h� nada mais sagrado para o nordestino do que o ch�o que se pisa. Por isso, o enredo foi batizado de 'Terra De Meu C�u, Estrelas De Meu Ch�o'", complementa Ferreira.


Em 2019, apenas a Uni�o da Ilha do Governador e o Para�so do Tuiuti tiveram temas que faziam men��o � cultura do Nordeste. No ano seguinte, a Unidos do Viradouro contou a hist�ria do grupo Ganhadeiras de Itapu�, que surgiu das lavadeiras do litoral baiano. J� na volta dos desfiles de Carnaval p�s-pandemia, em 2022, a narrativa negra dominou os enredos, e n�o houve refer�ncias � tem�tica nordestina.

 

Conhecido por produzir desfiles pol�ticos, Leandro Vieira corrobora com a ideia de que as escolas de samba sejam uma esp�cie de radar do povo.

 

"Os desfiles das escolas de samba t�m retomado com pautas de vi�s mais pol�tico, que convida para o debate. Eu vejo os artistas que est�o � frente dos processos de constru��o conceitual e est�tica do Carnaval como esponjas, radares do tempo em que vivem. Por isso, � natural que o Nordeste tenha entrado no radar nesse momento, sobretudo em fun��o das elei��es presidenciais e diante de discursos xenof�bicos", avaliou o carnavalesco.

 

Em sua primeira vez assinando o desfile da Imperatriz Leopoldinense, Leandro Vieira promete fazer uma viagem ao sert�o nordestino, em tom bem-humorado e l�rico, que ele adianta que n�o ter� clich�s.

 

"Se tem uma coisa que eu n�o pretendo reproduzir � essa ideia de estere�tipo do Nordeste. A minha preocupa��o art�stica foi em n�o ser a vis�o do Sul e Sudeste sobre o Nordeste, muitas vezes tratado com hostilidades. A gente vai trazer uma possibilidade de sert�o colorido e exuberante."

 

Com o enredo "O aperreio do cabra que o excomungado tratou com m�-queren�a e o sant�ssimo n�o deu guarida", a verde e branco de Ramos vai apresentar as vis�es delirantes dos cord�is nordestinos sobre a hist�ria da chegada de Lampi�o no c�u e no inferno.

Janja convidada e Margareth Menezes confirmada

 

Na avenida, o ator Matheus Nachtergale vai encarnar o cangaceiro ao lado de Regina Cas�, que dar� corpo � Maria Bonita. Para fechar a apresenta��o, a �nica filha reconhecida oficialmente dos reis do canga�o, Expedita Ferreira, de 90 anos, vai desfilar aos p�s de Lampi�o, coroando a for�a e a riqueza cultural do povo sertanejo.

 

A primeira-dama Ros�ngela da Silva, a Janja, tamb�m foi convidada para ser madrinha da velha-guarda da escola. No entanto, a presen�a dela no desfile ainda depende de sua agenda oficial.

 

 

 

 

Ainda no Grupo Especial, a Esta��o Primeira de Mangueira volta mais uma vez a terras nordestinas 21 anos ap�s a vit�ria com o samba "Vou invadir o Nordeste". O enredo da verde e rosa deste ano levar� para a avenida os cortejos afros da Bahia, dos cucumbis dos tempos da escravid�o aos afox�s e blocos atuais, at� chegar no ax�.


A ministra da Cultura, Margareth Menezes - que d� voz ao samba da escola neste ano - � presen�a confirmada no desfile da escola.

 

A Unidos da Tijuca tamb�m est� entre as escolas que ter�o o Nordeste como protagonista deste Carnaval na Sapuca�. A amarelo e azul do Morro do Borel vai homenagear a Ba�a de Todos os Santos, que banha Salvador e cidades do Rec�ncavo baiano.

 

A produ��o do carnavalesco Jack Vasconcelos vai apostar em um visual aqu�tico durante todo o desfile. Com alegorias e fantasias de materiais como a palha de cana brava, da Ilha de Mar�, e rendas de bilro dos artes�os do munic�pio de Saubara, a escola promete retratar a vida e a cultura dessa regi�o.

Anielle Franco promete cair na folia

 

Os costumes nordestinos tamb�m far�o parte do enredo "Nessa festa, eu levo f�" da Vila Isabel. Com a assinatura de Paulo Barros, a escola promete um desfile alegre, passando pela devo��o a padroeiros e protetores espirituais regionais.

 

No Brasil, a Vila vai homenagear as celebra��es do Nordeste, como as festas de S�o Jo�o, a lavagem das escadarias do Bonfim, a Festa de Iemanj�, a Cavalhada, o C�rio de Nazar� e o Festival de Parintins.

 

A azul e branco de Nil�polis vai abordar o movimento da Independ�ncia do Brasil na Bahia, em 2 de julho de 1823. A Beija-Flor vai apresentar o enredo "Brava gente! O grito dos exclu�dos no bicenten�rio da Independ�ncia", dos carnavalescos Alexandre Louzada e Andr� Rodrigues.

 

A escola contar� com a presen�a da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que desfila pelo segundo ano seguido na Beija-Flor. Al�m dela, repetem a experi�ncia personalidades negras como Concei��o Evaristo, Rosana Paulino, Ana Fl�via Magalh�es Pinto e Fl�via Oliveira.

 

Na S�rie Ouro, h� mais duas escolas com tem�ticas nordestinas. A Unidos de Padre Miguel mostrar� a influ�ncia �rabe, moura e mu�ulmana no Nordeste com o enredo "Bai�o dos mouros". E a Est�cio de S� vai retratar um encontro imagin�rio entre S�o Lu�s e S�o Jo�o, que v�m � Terra para aben�oar festejos juninos do Maranh�o.

 


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