
"O Brasil n�o tem um hist�rico de eventos extremos frequentes, embora registre fen�menos intensos, mas esse � um evento extremo de chuva", afirma a pesquisadora.
De acordo com a Defesa Civil estadual, �s 13h deste domingo (19), cidades como Bertioga e S�o Sebasti�o acumulavam mais de 600 mm de precipita��es.
O volume das chuvas, de acordo com o MetSul, est�o entre os maiores j� vistos no Brasil em curto per�odo em instabilidade n�o decorrente de ciclone de natureza tropical, fen�meno conhecido por gerar chuva extraordin�ria.
Modelos meteorol�gicos emitidos com 48 horas de anteced�ncia indicavam precipita��es com volume de 200 mil�metros para o litoral, o que j� representava uma condi��o de risco. Por�m, a concentra��o da chuva em algumas localidades, sobretudo em S�o Sebasti�o, � o que explica a extrapola��o.
Choques de diferentes sistemas clim�ticos foram respons�veis pela ocorr�ncia. O transporte de umidade e calor da regi�o amaz�nica encontrou, sobre a serra do Mar, uma frente fria que avan�ava a partir do sul do continente. "Isso estava previsto, mas ocorreu de forma mais intensa e concentrada", diz Avila.
Ela explica que estas s�o condi��es incomuns, mas que eventualmente ocorrem no pa�s, embora n�o seja poss�vel "isolar a quest�o das mudan�as clim�ticas dos eventos extremos que est�o acontecendo com mais frequ�ncia".
As fortes chuvas deixaram um rastro de destrui��o e mortes. Uma crian�a de 7 anos morreu em um deslizamento de terra em Ubatuba (220 km de SP) e a prefeitura de S�o Sebasti�o (197 km de SP) decretou estado de calamidade p�blica neste domingo.
A Defesa Civil de S�o Sebasti�o informou que os volumes registrados pelos pluvi�metros s�o "excepcionais e recordes para a cidade". Na Barra do Una, Juquehy, Cambury e Boi�ucanga choveu mais de 400 mil�metros durante a madrugada, em um per�odo de quatro horas. H� esta��es em que os volumes ultrapassam 600 mil�metros em 24 horas.
Os dados citados pelo munic�pio quanto volume das precipita��es foram atribu�das �s medi��es autom�ticas realizadas por pluvi�metros do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).
Refor�ando que as chuvas foram ocasionadas pela passagem de uma frente fria que gerou um sistema de baixa press�o, trazendo umidade do oceano para o continente na regi�o do litoral norte e Baixada Santista, a Defesa Civil estadual informou que a tend�ncia � que essa massa de ar se desloque para o litoral sul, em dire��o ao Paran�, com acumulados podendo chegar a mais de 100 mil�metros em Itanha�m e Peru�be.
De acordo com a Defesa Civil estadual, os maiores volumes acumulados nas �ltimas 24 horas foram:
- Bertioga - 683 mm
- Guaruj� - 395 mm
- Santos - 232 mm
- S�o Vicente - 194 mm
- Cubat�o - 117 mm
- Praia Grande - 209 mm
- Mongagu� - 112 mm
- Itanha�m - 94 mm
- Peru�be - 98 mm
- Ubatuba -335 mm
- Caraguatatuba - 234 mm
- Ilhabela - 337 mm
- S�o Sebasti�o - 627 mm