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Estado de Minas MEDO

Surfistas relatam 'clima de terror' por novos ataques de tubar�es em Recife

"Em Recife, n�o pode surfar em canto nenhum, est� tudo fechado. A gente teve que surfar cada vez mais longe. Antigamente era em frente de casa", diz surfista


07/03/2023 09:38 - atualizado 07/03/2023 11:00

Adolescente recebe primeiros socorros, em meio a banhistas assustados
Adolescente recebe primeiros socorros, em meio a banhistas assustados (foto: Reprodu��o/Redes sociais)
Os ataques de tubar�es voltaram a aterrorizar a comunidade do surfe de Recife, em Pernambuco. Foram dois epis�dios com banhistas na Regi�o Metropolitana de Recife apenas nos �ltimos dias, sendo que um surfista tamb�m foi atacado durante o Carnaval.

Tais ocorr�ncias come�aram a ser frequentes na regi�o a partir de 1992. J� s�o 77 v�timas de ataques de tubar�es na costa pernambucana desde ent�o —com 26 mortes.

O jornalista, fot�grafo e surfista Alexandre Gondim relatou � reportagem que os epis�dios o fizeram recordar o "horror" vivido durante o in�cio dos anos 1990.

"Comecei a surfar em 1984, vivi todo o terror de 1992, os sucessivos ataques. Parecia filme do Spielberg. S� se fala nisso nos grupos, todo mundo meio impactado. Meu sentimento foi como se tivesse voltado no tempo. � complicado demais. Sentimento geral, s� se falou nisso hoje", afirmou.

A pr�tica do surfe � proibida nas praias da regi�o desde 1999. Cabo de Santo Agostinho, Jaboat�o dos Guararapes, Olinda, Paulista e Recife s�o os munic�pios onde o esporte foi vetado. Em 2014, nado e mergulho tamb�m foram interrompidos nas �reas de risco.

CONSEQU�NCIAS PARA O SURFE

Os ataques de tubar�es provocaram uma s�rie de consequ�ncias que abalaram o esporte e a ind�stria voltada para ele no Grande Recife.

"Em Recife, n�o pode surfar em canto nenhum, est� tudo fechado. A gente teve que surfar cada vez mais longe. Antigamente era em frente de casa, agora � indo de carro. Prejudicou toda a ind�stria do surfe",, diz Gondim.

"O estado n�o tem mais tantos competidores fortes como era antigamente, todo o mercado em volta do surfe se prejudicou muito. Hoje se vai no shopping e quase n�o tem [loja] surf wear. Tirou a identidade do surfe, Recife n�o tem mais. Cada vez que aparece uma situa��o dessa, afunda ainda mais. Como � que uma crian�a vai chegar para os pais e falar que quer ser surfista?", pontuou.

S�rgio Murilo, surfista e presidente do Instituto Praia Segura, refor�ou � reportagem que os epis�dios "praticamente interromperam" a pr�tica.

"N�o s� a comunidade do surfe, mas toda a sociedade pernambucana foi impactada com os ataques. O clima de terror se instalou no Estado, tivemos um forte impacto econ�mico com reflexos muitos fortes. A partir do momento que foi proibido nas praias urbanas, o surfe praticamente foi interrompido no Estado, at� porque os atletas se precisavam se deslocar para outras praias", detalhou.

TRAUMAS PARA OS SURFISTAS

Alexandre Gondim tamb�m contou que a not�cia do ataque ao adolescente de 14 anos no domingo (5) o fez desistir de surfar em uma praia em que a pr�tica � liberada.

"Estava me arrumando para ir surfar. Nem fui, fiquei impactado", disse.

Ele comentou que parou de surfar em praias da regi�o desde antes da proibi��o, em 1999, ap�s ter conhecidos que foram atacados.

Tiveram v�rios surfistas atacados, principalmente no come�o. Um vizinho que morava no meu pr�dio foi atacado. Comecei a ver muita gente pr�xima sendo atacado. O porteiro da academia onde eu treinava chegou a falecer ap�s ser atacado em Piedade. Parou de surfar em Recife antes de proibirem de fato"

POSS�VEIS MEDIDAS

Gondim criticou que, apesar de os epis�dios com tubar�es j� durarem tr�s d�cadas em Recife, pouco foi de fato feito para lidar com o problema.

"A meu ver, tem muita forma de agir. O problema � que de 92 at� agora a �nica a��o feita foi colocar placa e dizer que n�o pode tomar banho. Isso n�o vai adiantar muito. Como vai fazer isso [interditar] em praias urbanas com litoral de 12 km? Vai colocar policiamento para tomar conta?", opinou.

O presidente do Instituto Praia Segura destacou que quatro linhas de atua��o devem ser retomadas ou intensificadas na regi�o para combater os ataques:

- Pesquisa e monitoramento dos tubar�es, al�m da pesca seletiva para reduzir a popula��o de tubar�es no litoral.

- Educa��o ambiental, de forma mais intensa, em escolas e na orla.

- Atua��o dos bombeiros para retirar banhistas das �reas interditadas e perigosas.

- Recupera��o ambiental para repovoar a cadeia mar�tima.

"Acreditamos que os tubar�es possam, sim, estar passando por uma crise alimentar. Pelo fato de existir um canal profundo pr�ximo �s praias, eles acabam se aproximando e atacando, mas a carne humana n�o faz parte do card�pio alimentar dos tubar�es. Deve ter havido algum fato novo, desconhecido, que tenha causado esses tr�s ataques em um curto espa�o de tempo", finalizou.

 


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