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Estado de Minas BAIXAS TAXAS PREOCUPAM

Pa�s passa longe da meta de vacina��o contra o HPV

Segundo dados do Minist�rio da Sa�de, a meta estipulada era de 80%; meninos tem �ndices de imuniza��o menores que meninas


13/03/2023 09:34 - atualizado 13/03/2023 16:34
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Imagem de uma criança sendo vacinada contra o HPV
Introduzida pela pasta do governo federal desde 2014, � oferecida atualmente em duas doses para garotas e garotos de 9 a 14 anos (foto: Foto: Dirceu Aur�lio/Imprensa MG)
A vacina��o contra o HPV (papilomav�rus humano) no Brasil terminou o ano passado com uma cobertura abaixo da meta de 80%. Entre as meninas, a primeira e a segunda dose tiveram, respectivamente, 75,91% e 57,44% de ades�o, de acordo com balan�o divulgado neste ano pelo Minist�rio da Sa�de. Entre os meninos, os n�meros s�o ainda menores: 52,26% na primeira aplica��o e 36,59% na segunda. 

 

A vacina foi introduzida pelo minist�rio em 2014 e, atualmente, � oferecida em duas doses para garotas e garotos de 9 a 14 anos.

O imunizante tamb�m � ofertado a pessoas de 9 a 45 anos vivendo com HIV/Aids, transplantados e pacientes oncol�gicos, grupo com maior risco de desenvolver complica��es relacionadas ao papilomav�rus. 

 

As baixas taxas preocupam a pasta e profissionais da sa�de pela associa��o do HPV ao c�ncer de colo do �tero, de p�nis, vulva, canal anal e orofaringe, al�m das verrugas genitais. 

 

Segundo a OMS (Organiza��o Mundial da Sa�de), o v�rus � respons�vel por mais de 95% dos casos de c�ncer de colo uterino, doen�a que mata cerca de 340 mil mulheres a cada ano. 

 

No Brasil, o Inca (Instituto Nacional de C�ncer) estima 17.010 novos casos em 2023, o que posiciona o c�ncer cervical como o terceiro mais incidente na popula��o feminina. Aqui, a neoplasia � a causa de mais de 6.620 mortes por ano. A despeito disso, o levantamento do Minist�rio da Sa�de mostra que em diversos estados a cobertura est� longe dos 80%. 

 

Dos 5.570 munic�pios brasileiros, 1.001 (18%) apresentaram cobertura inferior a 50% na segunda dose feminina e 3.251 (58%), na segunda aplica��o masculina. 

"Pesquiso HPV desde o fim dos anos 1990. Achava que em 2023 j� ter�amos toda uma gera��o protegida e ainda n�o temos", lamenta a ginecologista Cecilia Maria Roteli Martins, presidente da comiss�o de vacinas da Febrasgo (Federa��o Brasileira das Associa��es de Ginecologia e Obstetr�cia). 

 

Entre os fatores que contribuem para as taxas reduzidas, destacam-se as d�vidas de pais e adolescentes, aspectos religiosos, a dificuldade de comparecimento a postos de sa�de e as fake news. 

 

"Muitos pais ainda t�m dificuldades para indicar a vacina��o para os filhos e dizem: 'Mas a minha filha ou meu filho n�o � sexualmente ativo ainda. N�o tem necessidade'", conta Martins. O fato de as doen�as que o HPV provoca n�o serem vis�veis e a interrup��o da vacina��o nas escolas tamb�m impactam os n�meros. 

 

"No come�o, tivemos uma ades�o muito grande porque fizemos a vacina��o baseada na escola. No posto, h� a dificuldade de hor�rio, ningu�m quer sair das tarefas para levar o filho ou a filha, o adolescente n�o quer interromper as atividades que tem nas horas de folga para ir tomar uma vacina", diz a ginecologista. 

 

Outro aspecto � a confus�o entre rea��es psicog�nicas e rea��es adversas. Epis�dios registrados em 2014, com 11 garotas em Bertioga (SP), e entre 2014 e 2017, com 74 meninas e meninos no Acre, causaram pol�mica e levaram a uma associa��o da vacina a desmaios, dor generalizada, dificuldade de locomo��o e convuls�es. 

A an�lise dos casos por especialistas, por�m, demonstrou que n�o havia nenhuma causa biol�gica ligada ao imunizante. Foram rea��es psicog�nicas, fen�meno definido pela OMS como conjunto de sintomas que se desenvolvem em resposta ao estresse (medo, ansiedade) associado � vacina��o e que decorrem da combina��o de fatores biol�gicos, sociais e psicol�gicos. 

 

"Os eventos adversos que s�o observados com mais frequ�ncia nos diferentes pa�ses em que essa vacina � aplicada s�o dor no local da aplica��o, inflama��o, febre, algum mal-estar g�strico e diarreia. N�o h� nenhum registro de morte", esclarece Martins. 

 

Como forma de mudar o quadro, o relat�rio do minist�rio aponta estrat�gias como intensificar campanhas; monitorar as not�cias falsas e apresentar conte�do com linguagem clara; capacitar os trabalhadores da sa�de e oferecer hor�rios alternativos nas salas de vacina��o. 

 

"Temos uma vacina excelente e oferecida de gra�a. N�o temos desculpa para continuar vendo casos de c�ncer de colo uterino nas pr�ximas gera��es", frisa a pesquisadora. 

 

Cobertura vacinal contra o HPV em 2022 (%) 

 

UF - Meninas - Meninos 

Dose 1 - Dose 2 - Dose 1 - Dose 2

AC - 37,22 - 26,35 - 14,65 - 10,44

AL - 72,16 - 49,98 - 42,60 - 26,94

AM - 81,52 - 61,94 - 56,83 - 40,00

AP - 61,24 - 43,16 - 30,55 - 19,70

BA - 68,14 - 50,99 - 44,45 - 30,24

CE - 80,04 - 60,23 - 48,47 - 33,55

DF - 78,47 - 58,89 - 56,68 - 37,26

ES - 83,31 - 66,74 - 71,12 - 52,01

GO - 71,65 - 52,03 - 50,09 - 31,38

MA - 67,67 - 50,21 - 39,71 - 27,35

MG - 85,33 - 69,24 - 62,79 - 47,99

MS - 76,13 - 55,87 - 53,83 - 34,72

MT - 78,67 - 58,94 - 46,07 - 38,79

PA - 62,86 - 45,43 - 35,74 - 23,38

PB - 80,65 - 59,23 - 50,56 - 34,32

PE - 71,01 - 52,95 - 45,96 - 30,97

PI - 74,90 - 56,99 - 54,25 - 36,96

PR - 94,64 - 78,56 - 77,08 - 62,42

RJ - 62,59 - 42,89 - 38,81 - 24,42

RN - 67,25 - 47,16 - 45,55 - 28,95

RO - 70,30 - 51,24 - 50,33 - 31,72

RR - 88,21 - 54,24 - 58,58 - 30,66

RS - 78,18 - 57,90 - 59,23 - 38,66

SC - 91,27 - 71,38 - 75,56 - 53,54

SE - 72,43 - 53,96 - 34,62 - 32,84

SP - 78,31 - 59,75 - 55,48 - 38,43

TO - 78,87 - 61,57 - 59,11 - 40,23


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