
A Fenasa�de (Federa��o Nacional de Sa�de Suplementar) lan�a nesta quarta-feira (15), dia do Consumidor, a campanha Sa�de Sem Fraude. O objetivo da entidade, que representa operadoras de planos de sa�de do pa�s, � alertar sobre o crescimento de golpes durante a pandemia e os preju�zos com as m�s pr�ticas.
Segundo Vera Valente, diretora-executiva da federa��o, o impacto anual com fraudes e desperd�cios chegava a R$ 28 bilh�es em 2017 e a crise sanit�ria agravou o quadro. "O processo de envio de documentos para reembolso de exames e consultas foi digitalizado e isso facilitou as fraudes", diz.
No fim do ano passado, a Folha mostrou que desvios com reembolsos movimentaram R$ 40 milh�es. O caso continua em investiga��o pelo Gaeco (Grupo de Atua��o Especial de Combate ao Crime Organizado) e outras duas not�cias-crime foram registradas desde ent�o, com abertura de nove inqu�ritos policiais.
Com as investiga��es em andamento, a Fenasa�de lan�a agora uma campanha educativa com cartilhas, v�deos, entrevistas e postagens para alertar os usu�rios e as empresas das pr�ticas mais comuns.
Entre as fraudes recorrentes est�o a falsifica��o de documentos de identifica��o e de comprovante de endere�o, v�nculo familiar ou empregat�cio irregular e falsa comprova��o do plano anterior para redu��o de car�ncias.
Outros problemas s�o as solicita��es de reembolso de consultas e exames sem que esses tenham sido realizados ou ainda o falso estado cl�nico. Nesse caso, cuidados n�o cobertos pelo conv�nio s�o registrados como interven��es necess�rias ou ent�o realizados com o "saldo" do usu�rio.
"Chegamos ao ponto de cl�nicas de est�tica postarem nas redes sociais que trabalham com mecanismo de reembolso de planos de sa�de. Os planos n�o pagam nenhum tipo de procedimento est�tico", alerta Valente.
Ainda por parte do usu�rio, outros golpes recorrentes s�o o fornecimento de login e senha e o empr�stimo da carteirinha para terceiros, omiss�o de doen�as preexistentes, fracionamento e falsifica��o de recibos.
"O contrato estipula um reembolso de R$ 200. O usu�rio passa em uma consulta de R$ 400 e perguntam se ele gostaria de dois recibos, para poder pedir o reembolso duas vezes. Isso tomou tamanha dimens�o que as pessoas fazem de forma costumeira, da� a necessidade de trazer maior conscientiza��o", afirma a diretora-executiva.
Para ela, os consumidores precisam compreender que os custos com reembolsos indevidos ou procedimentos que n�o deveriam ser feitos v�o pesar sobre todos os usu�rios do plano, j� que em �ltima inst�ncia as operadoras podem aumentar as mensalidades para arcar com os gastos.
"Lesa a sa�de como um todo porque aquele que n�o conseguir pagar vai sair do sistema privado e impactar o SUS (Sistema �nico de Sa�de), � um efeito domin�", avalia.
No �mbito dos corretores, a Fenasa�de lista a abertura de empresa de fachada, venda de falso plano de sa�de e apropria��o de valores dos clientes e, por parte dos prestadores, h� problemas relacionados a �rteses, pr�teses e materiais especiais, como superfaturamento e cirurgias desnecess�rias, al�m de cobran�a por procedimentos n�o realizados e adultera��o de exames.
Nesse sentido, a entidade orienta os usu�rios a darem prefer�ncia a prestadores de confian�a ou que integrem a rede credenciada do plano de sa�de; realizem o pedido de reembolso diretamente � operadora e nunca compartilhem login e senha do aplicativo do plano. Em caso de suspeita, � poss�vel fazer a den�ncia junto � operadora ou no site da Fenasa�de.