
O promotor Fabiano Pavan Severiano afirmou que a jovem obteve, por oito vezes, vantagens il�citas que somaram mais de R$ 927 mil entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 - o montante foi desviado do fundo de formatura da turma de medicina.
Agora, a Justi�a analisa se aceita ou n�o a den�ncia da Promotoria. Procurada, a defesa da estudante n�o respondeu at� a publica��o desta reportagem.
No in�cio deste ano, Alicia confessou ter desviado o dinheiro. Por isso, a Pol�cia Civil a indiciou por apropria��o ind�bita. Por�m a Promotoria avaliou que ela cometeu crime de estelionato e solicitou o retorno do inqu�rito para a autoridade policial para que fosse colhida a representa��o das v�timas a fim de discriminar "de forma individual o preju�zo suportado para cada uma delas".
A diferen�a entre os dois crimes � o m�todo. Na apropria��o ind�bita, o criminoso j� tem a posse ou acesso a algo que n�o � seu e passa a agir como se fosse o dono daquilo que n�o lhe pertence.
O estelionato � praticado por meio de algum tipo de fraude, com a inten��o de comet�-lo desde o in�cio. H� tamb�m uma diferen�a de pena: a apropria��o ind�bita prev� pris�o por at� quatro anos, e o estelionato, por at� cinco.
Em meados de mar�o, 76 alunos de medicina da USP entregaram representa��es criminais contra Alicia ao 16º Distrito Policial (Vila Clementino), na zona sul paulistana.
Os desvios no fundo de formatura da turma de medicina se tornaram conhecidos em janeiro, quando a pr�pria estudante escreveu em um grupo de WhatsApp que havia investido parte do dinheiro guardado para a festa em uma corretora, que lhe teria dado um golpe -vers�o que n�o se sustentou.
Em depoimento posterior � pol�cia, a aluna afirmou que investiu o valor, mas perdeu o dinheiro por falta de conhecimento em finan�as. Com isso, passou a jogar na loteria para tentar recuperar o montante.
A investiga��o apontou que Alicia utilizou parte do dinheiro para cobrir despesas pessoais. Ela recebeu nove transfer�ncias do fundo de formatura para contas pr�prias de novembro de 2021 at� dezembro de 2022.
Os repasses foram feitos pela empresa �s Formaturas para tr�s contas pessoais de Alicia, a pedido da estudante, que era presidente da comiss�o de formatura.
Cada transfer�ncia pode ser considerada um crime cuja pena m�xima � de quatro anos de reclus�o. Assim, ela poderia pegar uma pena de at� 36 anos.
Ap�s investiga��o do Procon, a empresa organizadora da festa disse ao �rg�o que se comprometia em absorver o preju�zo de R$ 920 mil dos estudantes de medicina da USP e realizar o evento sem custo extra para os formandos.
Al�m de apropria��o ind�bita, Alicia � investigada por suspeita de estelionato e lavagem de dinheiro pela pol�cia de S�o Bernardo do Campo (Grande S�o Paulo). Essa investiga��o teve in�cio ap�s ela tentar apostar, sem pagar, um total de R$ 891 mil em bilhetes da Lotof�cil.