Em resposta ao ataque � creche Cantinho do Bom Pastor, em Blumenau (SC), na manh� desta quarta-feira (5/4), o presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) convocou �s pressas uma reuni�o com os ministros Fl�vio Dino, da Justi�a e Seguran�a P�blica; Camilo Santana, da Educa��o; Silvio Almeida, dos Direitos Humanos; N�sia Trindade, da Sa�de; e M�rcio Mac�do, da Secretaria-Geral da Presid�ncia, para exigir medidas de preven��o � viol�ncia em ambiente escolar.
"Hoje � um dia que deixa todos n�s, seres humanos, enojados com o que uma figura que parece ser humano - porque tem cabe�a, tem perna, tem olhos - que cometeu uma monstruosidade que todos n�s que somos pais, m�es, av�s, tios, jamais imagin�vamos que ia acontecer", apontou Lula durante evento em que assinou o decreto que altera o Marco Legal do Saneamento B�sico, no Pal�cio do Planalto. Antes, pediu um minuto de sil�ncio em homenagem �s quatro crian�as mortas no massacre de Blumenau.
"Essa figura humana, que n�o tem nada de humano, que deve ter vindo de outro planeta, o planeta do �dio, esse cidad�o teve a pachorra de matar quatro crian�as e ferir cinco com machadadas em uma creche. A minha palavra aqui � que n�o tem palavra para consolar a fam�lia. Mas � importante um gesto nosso de p�, fazer um minuto de sil�ncio em homenagem aos familiares", pediu o presidente.
Do encontro extraordin�rio, tr�s medidas foram anunciadas. Uma delas prev� um edital, a ser lan�ado na pr�xima semana, para o repasse de R$ 150 milh�es do Fundo Nacional de Seguran�a P�blica para estados e munic�pios, para que sejam refor�adas as rondas escolares, que integram a estrutura de boa parte das pol�cias militares e guardas municipais no pa�s.
Tamb�m foi anunciada a cria��o de um grupo de trabalho (GT) interministerial que possa formular um protocolo de a��o para casos como esse. Far�o parte do GT, que ter� 90 dias para apresentar propostas de enfrentamento � viol�ncia nas escolas, representantes das pastas da Educa��o, da Justi�a, dos Direitos Humanos e da Secretaria-Geral da Presid�ncia.
Seguran�a armada
Perguntado se a presen�a de seguran�as armados nas escolas poderia ser levada em conta nesse protocolo, Fl�vio Dino desconversou e ressaltou a import�ncia do grupo que ser� comandado por Camilo Santana.
"Isso (GT) envolve m�ltiplos aspectos, inclusive as fam�lias, as comunidades escolares, estados e munic�pios, e empresas privadas. Vejam que esse ataque terr�vel, foi em uma escola privada, em que o governo n�o tem regula��o. Agora, obviamente, nesse grupo que o ministro Camilo vai coordenar, esse assunto (seguran�a armada nas escolas) vai ser debatido, mas n�o � uma decis�o do governo federal exclusivamente. A parte que nos cabe � a seguran�a p�blica e a decis�o do fortalecimento das rondas escolares", argumentou Dino.
A primeira reuni�o est� marcada para ocorrer nesta quinta-feira (6/4), quando propostas e sugest�es j� existentes come�am a ser analisadas de forma integrada. "Vamos tentar construir protocolos a partir das experi�ncias e sugest�es, porque isso � uma quest�o que envolve v�rias �reas da sociedade. Inclusive, envolve, fundamentalmente, a participa��o de estados e munic�pios, que executam as pol�ticas l� na ponta, n�o s�o os minist�rios", explicou o ministro da Educa��o.
Internet monitorada
Por fim, o governo determinou a amplia��o de dez para 50 o n�mero de agentes da Divis�o de Opera��es Integradas do Minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica, que monitora amea�as de ataques do tipo, assim como a propaga��o de discursos extremistas de �dio, em f�runs da deep web, a camada mais profunda e obscura da internet. Dino destacou o trabalho de intelig�ncia da pasta, ressaltando que mais agentes poder�o ser deslocados para esse n�cleo de intelig�ncia, considerando que a trag�dia em Blumenau � o segundo epis�dio violento em escola em menos de um m�s.
"Com isso, temos uma dimens�o emergencial, de fortalecer o trabalho dos estados e munic�pios no que se refere �s rondas escolares e, ao mesmo tempo, de fortalecer o trabalho do Sistema Nacional de Seguran�a P�blica no que se refere a postagens virtuais que, infelizmente, est�o se alastrando. S�o medidas pr�ticas", finalizou Dino.