
Moradores da Vila Baiana, em Guaruj�, relatam que ficaram sem sair de casa nesta segunda-feira (31/7) por causa da opera��o policial que ocorre h� quatro dias na Baixada Santista. Segundo eles, policiais militares gritam, durante as patrulhas nos morros, para que as pessoas n�o saiam �s ruas.
A reportagem conversou com tr�s moradores da comunidade, e todos pediram para n�o ter seus nomes divulgados por medo de repres�lias da pol�cia. Eles dizem que, ap�s opera��es violentas no s�bado (29/7) e no domingo (30/7), resolveram n�o sair de casa no quarto dia de opera��o.
Moradores voltaram a ouvir tiros na favela por volta das 16h desta segunda-feira. Havia mais de 20 viaturas do Baep (Batalh�o de A��es Especiais da PM) concentradas na comunidade.
Os com�rcios e escolas na comunidade ficaram abertos, mas est�o com o movimento abaixo do normal, segundo uma moradora.
Policiais armados fizeram v�rias incurs�es na favela durante a tarde, principalmente em grupos a p�. H� tamb�m patrulhas motorizadas, com carros e motos, ao redor do morro.
Uma das reclama��es de duas moradoras � que as viaturas entram na favela em alta velocidade ao lado de crian�as que est�o na rua, aumentando o risco de atropelamentos. Uma menina de 15 anos foi ofendida por um dos policiais, segundo duas pessoas ouvidas pela reportagem.
Ao ser confrontado pela m�e, ele teria respondido que nada aconteceria com ele se atirasse contra a menina com o fuzil.
A reportagem encontrou um efetivo policial menor na Vila Zilda, comunidade na qual foi baleado e morto o soldado Patrick Reis, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, um grupo de elite da pol�cia) na quinta (27). Foi essa morte que deu in�cio � opera��o na regi�o.
Ouvidoria abre investiga��o
Os relatos do clima de favelas sitiadas pela pol�cia tamb�m chegaram � Ouvidoria das Pol�cias, em meio a descri��es de casas invadidas por policiais encapuzados e amea�as a moradores. O �rg�o abriu um procedimento para investigar todas as den�ncias.
O �rg�o de controle policial e o Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) receberam relatos dessas mortes de moradores e familiares das v�timas, mas procura registros de boletins de ocorr�ncia que possam confirm�-las.
Representantes dos dois �rg�os e da comiss�o de direitos humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) foram � Delegacia do Guaruj� na noite desta segunda para pedir informa��es � pol�cia, que n�o confirma todas as den�ncias.
Caso se confirmem as nove mortes, o n�mero total de v�timas da opera��o chegaria a 19. A ouvidoria apurava dez casos at� a tarde de domingo, e novas incurs�es da Pol�cia Militar ocorreram nas favelas da cidade entre a tarde e a noite de domingo e ao longo desta segunda.
Para chegar ao n�mero de dez mortes, a ouvidoria leva em conta n�o s� as mortes confirmadas em boletins de ocorr�ncia, mas tamb�m les�es corporais por arma de fogo que podem ter levado � morte mais tarde.
Na manh� desta segunda, quando a contagem da ouvidoria ainda era de dez mortes sendo apuradas, a SSP (Secretaria de Seguran�a P�blica) contestou os n�meros. A pasta confirmou apenas oito mortes.