
SANTOS, SP (FOLHAPRESS) - A coordenadora da escola municipal Candinha Ribeiro de Mendon�a, Aparecida Alves de Souza, conta ter vivido nesta ter�a-feira (1/8) um dia como nunca antes nos anos de profiss�o.
Ainda na primeira hora, logo ap�s a abertura dos port�es do pequeno col�gio, no Morro da Nova Cintra, em Santos (SP), 16 respons�veis retornaram para buscar os filhos. Na fam�lia de um deles havia um baleado -a escola n�o informou detalhes sobre o caso.
"Fechamos as portas da escola e deixamos as crian�as seguras. Dos 50 alunos, 38 estiveram presentes e s� 22 ficaram depois da primeira hora. Nunca havia vivenciado isso antes", disse Aparecida � reportagem.
"A irm� de um deles veio buscar e contou para n�s que o tio havia sido baleado. A m�e estava em estado de choque. N�o conseguia nem sair de casa" completa.
O relato � s� um entre diversos relacionados a escolas situadas em morros do principal munic�pio da Baixada Santista.
A Pol�cia Militar iniciou nesta ter�a uma opera��o no Morro do S�o Bento, horas depois de uma policial ser baleada com tiro de fuzil na mesma cidade, enquanto estava com a viatura, estacionada, no bairro Campo Grande. Ap�s o caso, ao menos um homem foi morto na regi�o.
"A situa��o � tensa. As crian�as perguntam toda hora e nos trazem relatos do que ouviram. De manh�, alguns solicitaram sa�da e temos por orienta��o n�o dificultar", explica Samantha Barbosa, assistente de dire��o da escola Therezinha de Jesus Siqueira Pimentel, no morro S�o Bento.
A escola anunciou aos alunos a suspens�o das aulas noturnas momentaneamente. "Por seguran�a, consideramos melhor n�o termos aula hoje", diz Samanta.
Respons�veis pela escola municipal Laurival Rodrigues, no morro Nova Cintra, explicaram que diversos �nibus da secretaria de educa��o de Santos, disponibilizados pela prefeitura, n�o conseguiam trazer alunos de pontos mais altos, como no morro S�o Bento, Tet�u e Vila Progresso.
"Nos preocupa porque aqui tem creche e, quando entramos da porta para dentro, n�o sabemos ao certo o que est� acontecendo. S�o beb�s, crian�as muito pequenas", relata uma das funcion�rias.
Trabalhadores da regi�o tamb�m relatavam que n�o conseguiam chegar aos seus destinos. A pol�cia restringia acessos.
Na escola estadual Jo�o Oct�vio dos Santos, crian�as foram instru�das a se manterem abaixadas ap�s ouvirem sons de disparos, relatou um morador da regi�o. A escola n�o confirmou o relato.
Durante a opera��o, a Pol�cia Militar confirmou um segundo policial baleado �s margens de um morro.
A corpora��o informou que ele foi socorrido, mas sem precisar seu estado de sa�de e em qual parte do corpo foi atingido.
Tr�s moradoras do S�o Bento disseram ter visto viaturas da PM subindo o morro em alta velocidade por volta das 6h15, o que indica que a a��o come�ou logo ap�s a policial militar ter sido baleada.
Os carros subiram pela principal via da comunidade, a avenida S�o Crist�v�o, em dire��o ao pico do morro.
Era hor�rio de entrada na escola Jo�o Oct�vio dos Santos, que tem alunos do 1º ao 9º ano. A avenida Assun��o de Nossa Senhora, que fica em frente � escola, chegou a ficar bloqueada para passagem de carros.
Por volta das 11h, a movimenta��o de carros do Baep (Batalh�o de A��es Especiais) ainda era intenso no local, mas a avenida j� n�o estava mais bloqueada. Ainda h� relatos de intenso movimento de policiais at� o in�cio da noite.