Muito antes da tend�ncia Mandrake se popularizar nas redes sociais, a moda perif�rica j� fazia a cabe�a (e o guarda-roupas) de milhares de jovens em comunidades e bairros de todo o pa�s. Para lembrar o que j� foi tend�ncia e aquelas pe�as que moldaram o estilo streetwear dos brasileiros, um perfil no Instagram cria conte�dos divertidos e cheios de informa��o.
O paulista Lusca j� gravava v�deos sobre moda, dando dicas para o dia a dia, contando hist�rias de uniformes de futebol e compartilhando sua rotina morando em uma periferia da capital de S�o Paulo. Foi quando ele criou a s�rie “Rel�quias da moda perif�rica”, que j� conta com 24 v�deos em seu perfil.
Se hoje a chamada moda perif�rica encontra espa�o nas semanas de moda e nas grifes, no come�o, ela era algo bem restrito a quem vivia nas comunidades. Esse estilo mistura pe�as acess�veis, cheias de conforto, com alguns itens de passam maior luxo, especialmente os acess�rios. A moda da periferia tamb�m valoriza a figura da celebridade. Inspirados em famosos como cantores e jogadores de futebol, o estilo traz o sentimento de ser importante, sem deixar de lado a diversidade, acessibilidade e personalidade de quem veste.
Com muita influ�ncia da cultura funk e hip-hop, a moda perif�rica do Brasil � �nica, e Lusca mostra isso. � o caso dos rel�gios Champion, que trocavam as pulseiras e agradavam tanto os “moleques zica” quanto os “coloridos” do happy rock. “Ele era perfeito para os moleques da �poca, que usavam e abusavam da sua variedade de cores. Dava para combinar com os bon�s, que naquele momento passaram a ficar mais chamativos, e com os aparelhos, que eram usados �nica e exclusivamente para chamar aten��o”, conta em um v�deo.
O jovem destaca que, com a banda ‘Restart’ no auge, quem gostava do estilo tamb�m usava o rel�gio, mesmo que os “coloridos” e os “moleques zica” n�o tivessem nada a ver. Ele tamb�m conta que o acess�rio, por mais que tenha feito sucesso em 2010, chegou ao Brasil na d�cada de 1980. “Vers�til e com baixo custo, eles eram perfeitos para a moda da �poca, que come�ava a trabalhar com cores mais chamativas”, relembra.

Em outro v�deo, Lusca relembra como a sapatilha Melissa Bailarina e o t�nis Adidas Springblade faziam parte do look dos adolescentes mandrakes. Tanto que at� viraram sin�nimo de um casal perfeito. “Assim como toda panela tem a sua tampa, surgiu na periferia ‘toda Melissa tem o seu Adidas’”, declara.
Em seu conte�do, o influenciador conta como funciona as tend�ncias de moda, j� que geralmente s�o importadas de grandes centros internacionais, com marcas famosas, como a Oakley e a Adidas. Mas tamb�m existem pe�as que seguiram o caminho contr�rio, como � o caso das Havaianas.
Lusca ressalta, ainda, que algumas pe�as nem podem ser chamadas de tend�ncia j� que se tornaram s�mbolo da identidade da periferia. Ele cita o fen�meno das camisas de futebol, mas tamb�m os famosos shortinhos da linha Sexy Machine da Bad Boy.