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Estado de Minas PESQUISA

Escolas sofreram 36 ataques no Brasil em 22 anos, com 60% no p�s-pandemia

O primeiro caso registrado foi em 2001, em Maca�bas, na Bahia


23/10/2023 17:11 - atualizado 23/10/2023 17:12
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Escola, sala de aula
Dados fazem parte de um relat�rio assinado por Telma Vinha e outros pesquisadores da Unicamp e da Unesp (foto: Pixabay/Reprodu��o)
O ataque � Escola Estadual Sapopemba, em S�o Paulo, em que um aluno de 16 anos matou uma estudante e feriu outras duas, � o 36º desse tipo no Brasil desde o primeiro caso registrado —que ocorreu em 2001 em Maca�bas (BA).

 

A jovem Giovanna Bezerra, morta a tiros no ataque desta segunda-feira (23) aos 17 anos, � a 35ª v�tima fatal desse tipo de ataque em escolas brasileiras (sem contar cinco suic�dios de agressores). Foram mortos 12 meninos, 17 meninas, quatro professoras, uma coordenadora e uma inspetora. J� foram feridas 102 pessoas.

 

Os dados fazem parte de um relat�rio assinado por Telma Vinha e outros pesquisadores da Unicamp e da Unesp que fazem parte do Gepem (Grupo de Estudos e Pesquisas em Educa��o Moral). O grupo se dedica a estudos sobre a conviv�ncia no ambiente escolar e vem pesquisando os ataques a escolas brasileiras.

 

 

Desses 36 ataques, quase 60% aconteceram no p�s-pandemia. Desde fevereiro de 2022, quando as escolas brasileiras reabriram ap�s um fechamento que durou quase dois anos em algumas regi�es, aconteceram 21 ataques com 11 mortes. Isso representa 58,3% de toda a hist�ria dessa viol�ncia no pa�s. Em 2022 foram 10. Em 2023 j� aconteceram 11.

 

No total, esses 36 casos tiveram 38 autores, aponta o levantamento. Destes, sete tinham 13 anos no momento do ataque, a idade mais comum. H� ainda dois casos de agressores com 12 anos e um em que ele tinha 10.

 

Para os pesquisadores, esse acirramento recente da viol�ncia envolvendo jovens est� ligado aos problemas de sa�de mental agravados pelo isolamento social e pelo uso excessivo de tecnologia, entre outros fatores. Um outro dado refor�a essa an�lise: em 23 casos, ou seja, mais de 60%, havia ind�cios de que os agressores haviam passado por uma radicaliza��o online (sem contar o de Sapopemba, ainda n�o analisado sob esse aspecto).

 

A pesquisa se concentra em ataques cometidos por alunos e ex-alunos e n�o contabiliza aqueles realizados por algu�m estranho � comunidade escolar. Tamb�m n�o entram na conta casos nos quais os ataques foram frustrados antes de acontecer, nem aqueles n�o foram planejados, que acontecem em um momento de briga.

 

A maioria dos 39 agressores que participaram desses ataques � de alunos das escolas. Foram 22 estudantes, e isso torna ainda mais complexa uma solu��o policial para esse tipo de viol�ncia. Al�m disso, 17 s�o ex-alunos e sete deles haviam abandonado a escola.

 

A maioria das escolas que sofreram ataques s�o p�blicas. Foram atacadas 17 escolas estaduais, 13 municipais e 7 particulares, uma estat�stica que acompanha a propor��o dessas escolas na realidade brasileira.

 

O relat�rio tamb�m destaca que a maioria das escolas que passaram por essa viol�ncia n�o � das regi�es mais vulner�veis socioeconomicamente. Mais de 80% s�o de locais de n�vel socioecon�mico m�dio, m�dio-alto e alto.

 

Do total de casos, em 17 houve uso de armas de fogo, enquanto em 15 houve uso de facas. Das mortes, 35 foram por causadas por armas de fogo e duas por facas. Sete dos agressores possu�am armas em casa, seis haviam comprado de terceiros e tr�s eram de origem desconhecida.


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