Minas tem o terceiro maior �ndice de envelhecimento

Minas Gerais � o terceiro estado com maior popula��o com 65 anos ou mais. Os dados s�o do Censo Demogr�fico de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), que divulgou as informa��es sobre idade e sexo do �ltimo levantamento. O �ndice de envelhecimento representa o n�mero de pessoas com 65 anos ou mais em rela��o a um grupo de outras com at� 14 anos. Quanto maior o �ndice, mais velha � a popula��o. Em Minas, ele � 68,59, enquanto no Rio de Janeiro � de 73,6 e no Rio Grande do Sul, 80,4. Os estados seguem tend�ncia nacional, que aponta salto de 30,7 para 55,2 em 12 anos. Presidente do Conselho Municipal do Idoso da Prefeitura de BH, Gelton  Coelho, explica que o envelhecimento decorre de programas de renda m�nima e melhora nas condi��es de sa�de.  Outra raz�o � a queda na fecundidade.

» A idade mediana da popula��o brasileira aumentou 6 anos desde 2010 e atingiu os 35 anos em 2022.

» O �ndice de envelhecimento chegou a 55,2 em 2022, indicando que h� 55,2 idosos para cada 100 crian�as de 0 a 14 anos. Em 2010, o �ndice era de 30,7.

» Minas Gerais � o terceiro estado do Brasil com maior popula��o de pessoas com 65 anos ou mais em todo o pa�s.

» Em 2022, na popula��o brasileira, 51,5% (104.548.325) eram mulheres e 48,5% (98.532.431) eram homens, com cerca de 6,0 milh�es de mulheres a mais do que homens.

» A raz�o de sexo, n�mero de homens para cada 100 mulheres, passou de 96,0 em 2010 para 94,2 em 2022.

» O Sudeste tinha a menor propor��o de homens, com uma raz�o de sexo de 92,9 em 2022.

» A propor��o de homens, em m�dia, diminui � medida que aumenta o porte populacional dos munic�pios, partindo de 102,3 homens para cada 100 mulheres, nos munic�pios com at� 5.000 habitantes, at� 88,9 para os munic�pios com mais de 500.000 habitantes.

» Em Minas Gerais, a popula��o feminina representa 51,3% do total.

» Em BH, a popula��o feminina representa 53,54 do total. 

Minas Gerais como um todo tem uma idade m�dia de 36 anos, enquanto o �ndice de envelhecimento teve um aumento de mais de 50% nos �ltimos 12 anos. A capital segue a tend�ncia estadual de evolu��o no quesito, mas com um �ndice ainda maior de 91,12, com a idade m�dia de 38 anos. Gelton ainda destaca a estrutura de sa�de p�blica da capital para a longevidade. “Contamos com uma rede muito grande de postos de sa�de e programas espec�ficos que atendem a popula��o idosa. Um exemplo � o programa “maior cuidado”, que funciona h� 14 anos, atendendo fam�lias idosas que recebem visita semanal e instru��o. Isso faz com que tenhamos menos interna��es”, emenda o presidente do Conselho do Idoso.

“No caso de Belo Horizonte, por exemplo, temos a quest�o da qualidade da �gua. A maioria das pessoas n�o tem no��o de quanto o saneamento � importante para a longevidade”, avalia Pinto Coelho tamb�m.

O envelhecimento n�o � uma surpresa para os t�cnicos do IBGE, que constatam um aumento na idade mediana da popula��o em seis anos entres os Censos de 2010 e 2022, saltando a idade m�dia da popula��o de 29 anos para 35 anos. A popula��o de idosos no Brasil chega a 22,1 milh�es de pessoas, ou seja, 10,9% do total, com uma alta de 57,4% em rela��o ao �ltimo levantamento. Ao mesmo tempo, o n�mero total de crian�as tem uma queda de 12,6%.

Em n�meros totais, Minas tem 2,5 milh�es de pessoas com 65 anos ou mais, dentro de um universo de 20 milh�es de habitantes, corroborando a m�dia nacional. Segundo Humberto Sette, coordenador t�cnico do Censo 2022 do IBGE em Minas Gerais, a tend�ncia � mundial e os par�metros s�o similares aos pa�ses europeus e aos EUA. “Chamamos esse processo de transi��o demogr�fica. Ele iniciou no Brasil por volta de 1940, de forma lenta e vem se acelerando ao longo do tempo. Esse processo ocorre na queda de dois �ndices: mortalidade e fecundidade”, disse.

Ou seja, ao mesmo tempo em que as condi��es sanit�rias e de sa�de p�blica permitem que as pessoas vivam por mais tempo, as mulheres est�o tendo menos filhos. “Queda na fecundidade com queda na mortalidade, se tem um aumento na faixa et�ria superior que � exatamente o que chamamos de envelhecimento”, emenda.

Gelton ressalta que o envelhecimento demanda cuidados e adapta��es das pol�ticas p�blicas. “� muito comum as pessoas entenderem o idoso como problema e n�o solu��o. Muitas pessoas dependem da renda de aposentadoria dos idosos para a sobreviv�ncia e isso � muito importante para o planejamento. Precisamos enxergar o grupo como solu��o”, disse.

O envelhecimento da popula��o demanda uma s�rie de adapta��es de todo um sistema de pol�ticas p�blicas, desde a previd�ncia at� a sa�de. Para o presidente do Conselho do Idoso, � preciso conectar as pessoas idosas com os servi�os j� existentes. “Com as pessoas mais longevas se tem um normal afastamento da sociedade e � necess�rio que o conv�vio aconte�a. S�o coisas simples, por exemplo, o tamanho do letreiro do �nibus que ajuda as pessoas enxergarem”, completou.

Belo Horizonte est� mais feminina. � o que indica os dados do Censo Demogr�fico 2022, divulgados pelo IBGE, que coloca a capital mineira como a oitava com o maior n�mero de mulheres no Brasil. A popula��o feminina na cidade corresponde a 53,54% do total, ou seja, 1.239.813 de pessoas. Segundo Humberto Sette, coordenador t�cnico do Censo 2022 do IBGE em Minas Gerais, a estat�stica, assim como os dados sobre a idade, tamb�m reflete uma tend�ncia nacional. O especialista explica que a diferen�a entre homens e mulheres � pequena, mas digna de nota. “No caso do Brasil a gente tem 51,5% de mulheres para 48,5% de homens. Belo Horizonte � maior, n�o muito significativo, mas maior em uma propor��o de 53,5% para 46%”, afirma.

Ainda proporcionalmente � interessante notar que Minas Gerais se aproxima mais da m�dia nacional. O estado tem 10.524.280 mulheres (51,2%) e 10.015.709 homens (48,7%), ocupando a segunda posi��o no ranking de dados do IBGE, atr�s apenas de S�o Paulo se considerados n�meros totais - proporcionalmente, o estado ocupa a 14º posi��o. Humberto Sette destaca que estatisticamente nascem mais homens do que mulheres, mas ao longo do tempo a taxa de mortalidade inverteu a propor��o. “A mortalidade entre os homens em todas as faixas et�rias � maior. Ent�o, ao longo do tempo, no somat�rio de todas as faixas, temos sempre mais mulheres do que homens”, emenda o t�cnico.

Hoje, a capital mais feminina do pa�s � Salvador, com 54,40% de mulheres entre os residentes, seguida por Aracaju (54,11%), Recife (54,09%), Porto Alegre (53,99%), Vit�ria (53,71%), Fortaleza (53,6%), Rio de Janeiro (53,59%) e Belo Horizonte. O coordenador t�cnico do Censo em Minas ainda explica que dados al�m do Censo demonstram que a mortalidade se acentua em idades juvenis, principalmente em fun��o de mortes n�o naturais como acidentes e homic�dios. Por outro lado, nas faixas et�rias superiores as mulheres t�m uma sobrevida, dado relacionado aos cuidados da sa�de.

Em 2021 as informa��es da T�bua de Mortalidade, levantadas pelo IBGE, haviam apontado que a expectativa de vida m�dia ao nascer no pa�s � de 77 anos, sendo que para a popula��o masculina a idade cai para 73,6 anos e para a popula��o feminina cresce para 80.5%. “As mulheres t�m uma maior aten��o com a sa�de e acabam tendo uma sobrevida maior”, destaca Humberto. Atualmente a popula��o residente do Brasil � composta por 104,5 milh�es de mulheres, seis milh�es a mais do que homens. A tend�ncia hist�rica de predomin�ncia feminina na composi��o por sexo da popula��o tamb�m se acentua. Em 1980 eram 98,7 homens para cada 100 mulheres; em 2010 o n�mero caiu para 96,0 e em agora chega a 94,2.

A gerente de Estudos e An�lises da Din�mica Demogr�fica do IBGE, Izabel Marri, tamb�m destaca que a tend�ncia tamb�m influencia na forma como a popula��o brasileira envelhece. “Com o envelhecimento populacional, a redu��o da popula��o de at� 14 anos e o incha�o da mais idosa, h� um aumento da propor��o de mulheres, j� que elas sobrevivem mais em rela��o aos homens. Al�m do envelhecimento populacional, tamb�m os efeitos da migra��o influenciam as raz�es de sexo de cada local”, explica.

At� o ano que vem, o IBGE ainda vai divulgar novos resultados do Censo 2022 que ajudam a entender o comportamento demogr�fico do pa�s e firmar um horizonte para o pr�ximo censo, previsto para daqui a 10 anos. “A partir dos pr�ximos dados divulgados do Censo podemos fazer o que chamamos de ‘proje��o da popula��o'. Teremos a medida exata da taxa de fecundidade, mortalidade e da taxa de imigra��o. A� saberemos em que momento a popula��o brasileira pode estabilizar”, completa Humberto Sette.