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Estado de Minas

Miura, imperador do Morro das Cerejeiras


postado em 22/07/2019 04:14

Para amenizar a vida, quebrar a rotina de crises, viol�ncias, trai��es de pol�ticos, restaurar energias perdidas no corre-corre de todos os dias, a Hanami, ou Festa das Cerejeiras (sakuras, em japon�s), s�bado, no paradis�aco Morro do Chap�u, foi perfeita e das mais bonitas ali j� realizadas. E das mais prestigiadas em participantes. Toda a comunidade daquele condom�nio, acrescida de parentes e amigos, n�o deixou espa�o vazio no extenso gramado do Parque das Cerejeiras. Nem vaga para estacionar carros em todo o entorno. As toalhas, os tapetes, os len��is estendidos sobre os canteiros abrigavam adultos e crian�as. Estas, as que mais aproveitaram e se divertiram na manh� e tarde fria de inverno. O azul sem nuvens do c�u, l� nos 1.500 metros de altitude da montanha coberta de �rvores e das flores cor-de-rosa das sakuras, emoldurava tudo com beleza e harmonia.
 
Haruji Miura, o introdutor das cerejeiras em Minas, aut�ntico e respeitado imperador do meio ambiente, conseguiu comemorar a �rvore s�mbolo de seu pa�s no melhor estilo nip�nico: alegre nas can��es, suave nas dan�as das bonitas japonesinhas, ou descendentes, todas sorrindo, todas com aqueles passinhos curtinhos, bem femininos, seus olhinhos puxados, suas sombrinhas tradicionais e seus coloridos e austeros trajes t�picos. Fant�stico em harmonia, tamb�m, o taiko, a apresenta��o dos tambores de todos os tamanhos – grandes, m�dios, pequenos, uma tradi��o japonesa, no batimento cadenciado feito por jovens orientais, alguns e algumas quase crian�as.
 
Barracas ofereciam comidas e bebidas t�picas, entre estas uma cerveja com o nome do ilustre morador daquele condom�nio, a "Miura – Cerejeira", servida em canec�es enormes. Outras vendiam cer�micas, lou�as, trajes orientais, sombrinhas e bon�s fabricados no Jap�o. E ofereciam shod�, arte da caligrafia, caricaturas de mang�/origami, e mudas da �rvore homenageada.
 
Enfim, sucesso total e absoluto a festa organizada pelo imperador Miura. Realizada pela segunda vez, ser� reeditada todos os anos, entre o inverno e a primavera, quando os term�metros do Morro do Chap�u marcam 10 graus nos fins de tarde, 2 a 4 graus de madrugada, quando as cerejeiras, milhares delas, plantadas por ele no parque, nas pra�as, nas largas ruas e avenidas, no maior e mais bonito campo de golfe do estado, nos jardins e pomares das casas, explodem em flora��o cor-de-rosa. Um espet�culo fant�stico de uma natureza privilegiada.

A reforma, o golpe

Da tranquilizante Hanami ("contemplar as flores", ensina mestre Haruji Miura), retornamos ao inferno astral do dia a dia de nosso convulsionado pa�s. Que n�o se livrou, ainda, passado quase meio ano, do vaiv�m da j� cansativa espera da reforma da Previd�ncia. Nem dela se livrar�, pois ser� dif�cil sua aprova��o em agosto, como anunciado pelo presidente da C�mara, Rodrigo Maia, que j� havia prometido entreg�-la ao Senado, pronta e acabada, no primeiro semestre. Como este veterano observador da pol�tica e dos pol�ticos previu, e falou sozinho, n�o entregou. Ficou, confirmando nosso progn�stico, para o segundo semestre. Agosto, setembro, outubro? Quem pode prever, pois sujeita a mudan�as, a novos turnos e returnos.
 
Para complicar mais ainda, e comprovar sua not�ria falta de sintonia com Bolsonaro, o Sr. Maia, em entrevista, desancou o presidente, segundo ele preocupado apenas com as grandes e ricas corpora��es, e omisso no acompanhamento da reforma no Congresso. Reforma que Bolsonaro, e n�o Maia, mandou fazer, que foi elaborada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe. O jovem deputado quer assumir as gl�rias e recolher as vantagens pol�ticas de obra que n�o executou.
 
Com amigos assim, inimigos n�o fazem falta ao exageradamente comunicativo presidente Bolsonaro, tra�do mais uma vez em sua aparente boa-f�. Digo aparente porque ele, esperto e inteligente, pode estar usando aquele recurso, fingir que n�o percebe a trai��o, para alcan�ar o que deseja, a aprova��o, mesmo que demorada, da nova Previd�ncia, que vai destravar a economia e deslanchar o seu governo.
 
Vale alertar: deputados e senadores estariam preparando o que se usa chamar de "golpe branco", para assumir o poder. O plano: emenda constitucional instituiria no pa�s o regime semiparlamentar. O governo passaria a ser dirigido pelo "chefe de Estado", um parlamentar, ou seja, Rodrigo Maia. O atual presidente seria mantido no cargo, mas perderia quase todos os poderes que lhe s�o assegurados no regime presidencialista.
 
Pergunta: o povo, os eleitores, os brasileiros aceitariam a nova ordem? A mudan�a seria submetida a plebiscito? O STF aprovaria o novo regime? Ou tudo n�o passa de conversa de bastidores, de futricas de comadres desocupadas, de boatos, de fake news, com o objetivo de tumultuar ainda mais o ambiente pol�tico?. Na d�vida, o melhor, como diziam os mineiros de antigamente, � confiar desconfiando.
 
Observa��o final: muitos criticam a indica��o do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Criticar � um direito constitucional. Mas por que ningu�m criticou os diplomatas brasileiros que passaram por l�, muitos da esquerda radical, e que nada fizeram de �til para o nosso pa�s?
 
Nota triste. Mais um companheiro de tantos anos na imprensa nos deixou na semana passada. H�lio Amoni chegou bem jovem, labutou com compet�ncia e dedica��o permanente na �rea financeira do Estado de Minas, sempre tranquilo, sempre bem-humorado, sempre amigo, e ele s� fez amigos a vida toda, at� aposentar-se em  2015, como diretor-financeiro e cond�mino. Eunice, os filhos Maria Regina, Helenice, Cl�udia e H�lio Amoni J�nior, oito netos e um bisneto, diretores e colegas do jornal, dele se despediram no Parque da Colina. Um triste adeus para todos n�s que com ele convivemos durante mais de 50 anos


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